11 setembro, 2015

A difícil arte da D.R.


A coisa mais DIFÍCIL de um relacionamento é um não querer compreender o que o outro sente. E achar que tudo o que se diz é cobrança. Não, às vezes a gente só quer falar, explicar o que está passando. Para a mulher, isso é dividir. Para o homem, isso é cobrar.

Homens morrem de medo dessa coisa de vínculo, já dizia Chico Sá. E acham que toda mulher está enlouquecida para casar e se aproveitar de algum tipo de situação (seja lá qual for). Cara, na boa, em que século você vive? Já passou pela sua cabeça que a gente quer viver o amor e se divertir com vocês, no melhor sentido da palavra?

E dá-lhe esforço para mostrar que DR, no fundo, é nosso jeito de querer "arrumar" as coisas. Porque Carpinejar já escreveu, eu concordo e reafirmo: quando uma mulher está calada é porque já está de malas prontas.
Portanto, rapazes, sejam fortes e entendam a nossa necessidade biológica de blablablá. É um saco, eu sei, mas é a nossa maneira de demostrar que nos importamos com a relação. E com vocês.



Agora, para começar o final de semana com arte (e alegria!), a coluna do nosso querido Gustavo do @cinediario!


A sétima arte, em palavras - Gustavo Rezende

Jonathan Demme está de volta em grande estilo! 7 anos depois de entregar o pouco visto - mas muito competente - O Casamento de Rachel, o consagrado diretor de O Silencio dos Inocentes convoca Meryl Streep para estrelar um filme energético, cativante e muito bem conduzido.
Ricki and the Flash apresenta a estrutura que Demme gosta de trabalhar em seus filmes mais humanos, como a construção de um personagem repleto de subcamadas emotivas, sua confrontação com o passado e a forma como a relação restabelecida influencia a vida de todos os envolvidos. Foi assim em Filadélfia, quando o personagem de Tom Hanks precisou enfrentar os tribunais para ser indenizado por preconceito, e em O Casamento de Rachel, onde a personagem de Anne Hathaway deixa a clínica de reabilitação para participar do casamento de sua irmã. Curiosamente, ambos foram indicados ao Oscar, sendo que Hanks saiu vitorioso. Seria um indício de mais uma indicação para Meryl Streep? Motivos não faltam, pois a atriz dá um verdadeiro show como Ricki, uma mulher que abandonou a família há 20 anos por ter um espírito livre e por amar o rock'n roll. Cantando divinamente bem - inclusive canções bem conhecidas como Bad Romance e I'm Still Haven't Found What I'm Looking For - e com uma presença de palco inebriante, a atriz prova toda sua versatilidade e competência em mais uma atuação arrebatadora. A cena que ela canta, emocionada por uma atitude de seu namorado (também guitarrista de banda), é de uma riqueza incrível onde a atriz passa todos os sentimentos através do olhar. Outra grata surpresa é Mamie Gummer, que consegue exorcizar o fato de ser filha de Meryl Streep, entregando uma atuação segura e emocionante. Roteirizado por Diablo Cody (Juno), Ricki and the Flash apresenta uma estrutura simples mas muito eficiente. É um filme que promove a interiorização - tanto geográfica quanto emocional - de uma mulher que resolveu "voar", mas que sente a necessidade de "aterrissar" no colo daqueles que fazem parte de sua essência. Como ela própria diz em um trecho do filme: "Eu não tenho muito a oferecer, pois não tenho grana. Como artista, posso presentear apenas com meu show"
E que show!


Gustavo Rezende (instagram @gustavosrezende) é publicitário, especialista em desenvolvimento de produtos cosméticos e amante da sétima arte. Criador do instagram @cinediario, contribui semanalmente com críticas, indicações e curiosidades sobre os melhores filmes.










Nenhum comentário: