15 abril, 2011

ESPERTINHOS FUTEBOL CLUBE

(porque esse é o time que mais cresce no mundo?)

Não há nada – definitivamente NADA – que me tire mais do sério quanto o “dar de bobo pra se dar bem”. Parece que o tal jeitinho brasileiro virou febre. Passar a perna sorrateiramente é a última moda. O NEW BLACK. A tendência mais forte para todas as estações. E o pior: é tudo tão escancarado que merece até prêmio. Onde está a boa (e velha educação), o caráter, aquelas coisas que aprendemos no berço?

Minha mãe sempre me disse que as pessoas colhem o que plantam. Que quem faz mal para os outros acaba se dando mal lá na frente. Pois bem, eu acredito nisso. Sempre acreditei. E me pergunto: aquele Sean Parker (que criou o Napster, enganou o menino do Facebook e agora é atual sócio da Warner) continua se dando bem mesmo depois de ter se mostrado um mau caráter? Sei bem o que Dona Guilhermina me diria uma hora dessas: você não sabe o que ele sente quando coloca a cabeça no travesseiro. É, realmente, eu não sei. Dinheiro e sucesso não são premissas para a felicidade. E, às vezes, pessoas são tão rasas que nem têm noção do estrago que causam.

Mas eu fico indignada como as pessoas conseguem ter êxito passando por cima das outras. Isso é antinatural, gente! No meu mundo, pessoas boas recebem coisas boas como prêmios. Em todas as áreas da vida. Eu vivo assim. E, sinceramente, meu mundo anda tão cheio de Sean Parkers (bem mais pobres e menos talentosos, obviamente) que eu fico com medo de me abrir. Vivo desconfiada e isso não é nada bom.

As pessoas perderam seus valores. O respeito pelo outro. E, mesmo com o pé atrás, eu me estrepo, dia após dia, com gente querendo tirar proveito da minha cabeleira loura. NÃO É UMA BELA BOSTA? É, turma. É uma porra de um mundo que eu não quero que meus futuros filhos vivam porque tem muita gente estragando tudo por aí. (Precisamos de mudanças já!). Claro que tem gente digna e de boa índole, mas eu deixo para falar deles em outro texto porque eu venho perdendo a fé no ser humano. Infelizmente.

Mas a boa notícia é que continuo ainda com fé no que eu penso (mesmo que pareça ingenuidade), e por isso venho escrever esse texto para tirar o nó da garganta e alertar aos que ainda sabem ouvir: o mundo precisa de mais gentileza. E menos – muito menos! - rasteiras.



P.S.: A minha informação sobre Parker foi baseada no filme “A rede social”. Fiquei impressionada com a ganância e furação-de-olho retratada nas telas (pensei que só acontecesse isso na vida real, rs). Ô Justin Timberlake, FRANCAMENTE, você trabalhou tão bem que se te encontrasse na rua seria INCAPAZ de te dar um sorriso. E pior: você (o Sean) inventou o Napster, imagina o quanto de direito autoral que já perdi por sua causa? Bom, é isso. Cada dia a gente pega um pra carregar nossa cruz e servir de inspiração para textos bizarros. NADA PESSOAL.


04 abril, 2011

Crônicas Digitais: Amar é Punk




Turma, esse é uma nova invenção minha e do Marinho Antunes. Chama-se Crônicas Digitais, um novo formato para trazer minhas frases e fases até vocês... Claro que continuarei escrevendo por aqui (está sendo um desafio falar, já que eu gosto MESMO é de escrever), então logo postarei o texto do vídeo para quem quiser ler na íntegra.

Aí vai a ficha técnica (gostaria de agradecer imensamente a todos que nos emprestaram seu tempo, equipamentos, estúdio e paciência, haja Smirnoff Ice pra eu me soltar diante das câmeras!!)

Direção/Fotografia/Edição: Marinho Antunes (para ver o site do Marinho Antunes, clique aqui)
Produtora: Estudio Pro
Produção: Eduardo Lopes
Câmera: Renato Silva (Tigrão)

Esse é um projeto totalmente independente, quem quiser ajudar, patrocinar, etc, é só mandar um email para fernandamello2006@gmail.com. Aceitamos de pequenas a grandes verbas, vale-refeição, drinks e qualquer boa vontade. A cara de pau (como sempre) é por conta da casa. Obrigada!

PS: Estou quase curada do meu medo das câmeras! Aguardem os próximos vídeos! Charlize Theron Feelings, hahahaha.

PS2: Vocês pediram tanto no twitter (tô amando os comentários, obrigada!), que voltei pra publicar o texto:


AMAR É PUNK


Eu já passei da idade de ter um tipo físico de homem ideal para eu me relacionar. Antes, só se fosse estranho (bem estranho). Tivesse um figurino perturbado. Gostasse de rock mais que tudo. Tivesse no mínimo um piercing (e uma tatuagem gigante). Soubesse tocar algum instrumento. E usasse All Star.

Uma coisa meio Dave Grohl.

Hoje em dia eu continuo insistindo no quesito All Star e rock´n roll, mas confesso que muita coisa mudou. É, pessoal, não tem jeito. Relacionamento a gente constrói. Dia após dia. Dosando paciência, silêncios e longas conversas. Engraçado que quando a gente pára de acreditar em “amor da vida”, um amor pra vida da gente aparece. Sem o glamour da alma gêmea. Sem as promessas de ser pra sempre. Sem borboletas no estômago. Sem noites de insônia. É uma coisa simples do tipo: você conhece o cara. Começa, aos poucos, a admirá-lo. A achá-lo FODA. E, quando vê, você tá fazendo coraçãozinho com a mão igual uma pangaré. (E escrevendo textos no blog para que ele entenda uma coisa: dessa vez, meu caro, é DIFERENTE).

Adeus expectativas irreais, adeus sonhos de adolescente. Ele vai esquecer todo mês o aniversário de namoro, mas vai se lembrar sempre que você gosta do seu pão-de-sal bem branco (e com muito queijo). Ele não vai fazer declarações românticas e jantares à luz de vela, mas vai saber que você está de TPM no primeiro “Oi”, te perdoando docemente de qualquer frase dita com mais rispidez.

Ah, gente, sei lá. Descobri que gosto mesmo é do tal amor. DA PAIXÃO, NÃO. Depois de anos escrevendo sobre querer alguém que me tire o chão, que me roube o ar, venho humildemente me retificar. EU QUERO ALGUÉM QUE DIVIDA O CHÃO COMIGO. QUERO ALGUÉM QUE ME TRAGA FÔLEGO. Entenderam? Quero dormir abraçada sem susto. Quero acordar e ver que (aconteça o que acontecer), tudo vai estar em seu lugar. Sem ansiedades. Sem montanhas-russas.

Antes eu achava que, se não tivesse paixão, eu iria parar de escrever, minha inspiração iria acabar e meus futuros livros iriam pra seção B da auto-ajuda, com um monte de margaridinhas na capa. Mas, CARAMBA! Descobri que não é nada disso. Não existe nada mais contestador do que amar uma pessoa só. Amar é ser rebelde. É atravessar o escuro. É, no meu caso, mudar o conceito de tudo o que já pensei que pudesse ser amor. Não, antes era paixão. Antes era imaturidade. Antes era uma procura por mim mesma que não tinha acontecido.

Sei que já falei muito sobre amor, acho que é o grande tema da vida da gente. Mas amor não é só poesia e refrões. Amor é RECONSTRUÇÃO. É ritmo. Pausas. Desafinos. E desafios.

Demorei anos pra concordar com meu querido (e sempre citado) Cazuza: “eu quero um amor tranqüilo, com sabor de fruta mordida”.

Antes, ao ouvir essa música, eu sempre pensava (e não dizia): porra, que tédio!

Ah, Cazuza! Ele sempre soube. Paixão é para os fracos. Mas amar - ah, o amor! - AMAR É PUNK.