29 julho, 2011


AMAR É PINK

“Qualquer maneira de amor vale a pena
Qualquer maneira de amor vale amar”...
(Milton Nascimento)


Que amar é punk, todo mundo sabe. Agora, se existe um amor mais punk que o amor hetero é o amor gay. Deixa-me explicar.  Para mim, é inconcebível vivermos na segunda década do ano dois mil e ainda percebermos quilos de preconceito em cima de quem optou amar (e se relacionar) com pessoas do mesmo sexo. Amor é amor, independente se seu par e você fazem xixi em pé ou sentado. Esqueça a religião, o Adão e Eva, os dogmas sociais. A natureza está aí pra provar que o amor entre o mesmo sexo existe desde que há vida na Terra. Desde os tempos remotos. Desde bem antes das orgias de Alexandre - O grande. A verdade é que é difícil lutar contra a natureza. É difícil calar o amor. Difícil julgar quem está com o coração cheio de coisas boas e tem que se esconder, por medo do que possa achar. Eu sei que, desde a época das nossas avós, as coisas já melhoraram. Sei também que não é fácil para quem teve uma educação rígida - nesse sentido - aceitar “certas coisas”. Por isso, morro de alegria quando vejo minhas leitoras no facebook em um “relacionamento sério”, com outra garota igualmente fofa e corajosa.  A nova geração está mais leve, ao que me parece. Mas nem por isso deixam de sofrer, de passar por bullings na família, na faculdade e no trabalho. É triste isso. Na minha opinião, o amor deveria estar acima de tudo. Ser gay não é problema, doença ou desvio de caráter. Pelo contrário. Tenho grandes amigos gays e isso pra mim é tão natural, que fica até difícil explicar.  Cresci vendo meninas beijando meninas e meninos beijando meninos.  Não sou gay por um triz. (Ou, talvez, por ser uma fiel adoradora do universo masculino). A verdade é que me incomoda conviver com o preconceito camuflado (sim, porque esse é o pior preconceito).  Me deixa triste ver que existe muita gente que se ama e que, se não estão juntos (ou juntas), é porque a sociedade os faz pensar que isso tudo está errado.  ESTÁ ERRADO, SOCIEDADE?  Desde quando AMAR é pecado? Pessoas podem e devem amar quem quiserem. Independente do sexo. Independente da conta bancária. Independente de toda a cafonice. O AMOR É O QUE DÁ SENTIDO À VIDA. E quem no mundo tem o direito de tirar o SENTIDO da vida de alguém, por puro preconceito? Ou melhor: quando nos tornamos, assim, tão prepotentes?
Pensem. E reflitam. ESTÁ NA HORA DE MUDARMOS ESSE CENÁRIO.



Ps.: Esse post é dedicado a todos que acreditam no amor e às minhas (muitas) queridas leitoras que me escreveram, contando suas histórias e sugerindo o tema. 




15 julho, 2011

Crônicas digitais: Encontros e Desencontros





Ficha Técnica:

Direção/fotografia/edição: Marinho Antunes
Texto: Fernanda Mello
Assistente de direção: Sérgio Oliveira
Makes: Ana Karina
Produção de moda: Migui´s
Trilha: Roberta Campos
Produtora: Estudio Pro
Apoio: M1 Station               



Encontros e Desencontros

(até quando você vai dar desculpas para os seus medos?)

Percebo que, hoje em dia, as pessoas estão muito exigentes em relação ao amor.  Qualquer passo em falso: Adeus!  Não aceitamos erros alheios. Não aceitamos qualidades no outro que, pra nós, sejam defeitos. Queremos que todos estejam conectados com nossas expectativas, que estão altíssimas e não param de crescer. O que nos é possível, não nos interessa. Almejamos o perfeito. O irreal. O ilusório. Queremos sempre o melhor, mesmo que o “melhor” não se adéque à nossa vida.
 Vivemos – na verdade - na era da Intolerância. Do imediatismo.  Da falta de paciência. Seja com downloads lentos, celulares fora de serviço. Ou pessoas que não seguem o nosso ritmo. 
No meio do caos,  esquecemos o essencial: para se relacionar, é preciso tempo.  Tolerância. E uma boa dose de bom senso. Não, pessoas não são descartáveis. Não existe manual, nem informações no rótulo.  Quer saber? Todo mundo tem lá seus “defeitos”. Mas, nessas horas, não existe “loja autorizada”, nem garantia. No máximo, uma terapia ou um bom ombro amigo pra se reajustar.
Agora, minha pergunta: porque andamos, assim, tão exigentes? Será culpa da tecnologia e sua crescente evolução? Será falta de auto-conhecimento e amor próprio? Será que, no fundo, temos medo de amar e nos autoboicotamos com situações que nunca vão dar em nada?
Pode ser um pouco de cada coisa. Outro dia, ouvi uma frase interessante de uma amiga: o dilema da mulher moderna é saber, ao certo, o que ela procura. Porque, se ela procurar, vai achar! Achei de uma sabedoria incrível. E pensei: ao dizer isso, sei que muita gente vai me criticar. Mas pense comigo: será que estou, de fato, errada?
Não, não vamos colocar a culpa no outro. Se as coisas não estão dando certo, temos grande responsabilidade sobre elas.  Não vamos começar nosso discurso manjado que queremos viver o amor, quando, na verdade, atraímos pessoas problemáticas, instáveis e avessas a compromisso. Se isso acontece uma vez ou outra, tudo bem. Do azar no amor, ninguém foge.
Mas se o padrão prevalece, então, está na hora revermos nossos conceitos. A gente acha o que – na verdade -  procura. Se encontramos pessoas (e amores) que só nos trazem infelicidade, angústia e ansiedade, o melhor a fazer é nos voltarmos para dentro. E repensarmos quem somos.  E o que realmente queremos.
Olha, eu não sou psicóloga, nem dona de nenhuma verdade. Adoro lugar comum, gosto de escrever sobre o que meu coração dita. Sei que ninguém gosta de aceitar suas culpas, muito menos admitir quando faz escolhas erradas. Mas, se estou aqui hoje, dando a cara à tapa, é porque descobri que me boicotei durante muitos anos. É, fugi do amor com medo de perder minha liberdade. Ou com medo de perceber que ter um relacionamento não traz garantia nenhuma de felicidade.  (Adeus sonhos de adolescente!).
Agora, eu vejo que viver o amor nada mais é do que conhecer a si mesmo profundamente e entender quem a gente é. E o que nos faz bem.
Portanto, antes de colocar a culpa da sua vida amorosa no outro. No destino. Em algum karma. Ou em qualquer lugar fora de você, PENSE BEM.
Nós encontramos FORA o que – na verdade – MORA AQUI DENTRO.


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