28 janeiro, 2010



Olá meus queridos,

Estou de volta. E logo eu, que adoro um começo, não sei como – agora – eu vou começar. Tenho tanta coisa pra dizer... Hoje resolvi quebrar meu silêncio depois de meses sem escrever. Não, eu não quero ficar longe das palavras. Nem de vocês. (E, talvez, nem mesmo de mim). Passei por tantas coisas novas. Muitos momentos mágicos. Emoções que me fizeram calar. E me questionar: será que vou dar conta? Ai, não foi fácil. Sabe quando NADA no seu dia é morno? Não, nada comigo é morno. Nunca foi. E vou confessar: isso não me faz ser uma pessoa melhor nem mais poeta. Isso só me torna mais louca. E incompreensível. Às vezes até para mim. Já disse que realizar sonhos é a coisa mais bacana que existe? É, todo mundo sabe. Mas o que a gente não sabe (ou deixa pra pensar depois) é que sonhos também podem ser difíceis. Não para alcançar. Mas para se VIVER. Sonhos trazem, de quebra, uma puta responsabilidade sobre a vida. E sobre a gente mesmo. Sonhos nos transformam. E nos trazem mais perto do que somos. Se isso é bom? Acho que vou deixar para contar depois. Agora eu quero dizer, com os olhos cheios de estrelinhas, é que, sei lá.. Eu tô mesmo é feliz! Escrevi um livro (gente, eu escrevi um livro!!) que me fez acreditar mais em mim. Me fez desacreditar (um pouco) mais nos outros. E me abriu horizontes, embora - honestamente - eu não goste nem um pouco desse termo.

Como muitos dizem, publicar um livro e ter um filho pode (eu disse PODE) trazer muitas sensações semelhantes. Ai, eu concordo. É uma alegria inexplicável no começo. Noites inteiras sem dormir depois. Uma euforia – e um cansaço - que não te deixa. Uma responsabilidade tamanho GG pendurada nas costas. Uma gratidão eterna pela vida. E aquela pergunta que nunca dá uma trégua: e agora, Mom?

É, gente. Publiquei meu primeiro livro. Meu primeiríssimo livro. JÁ PODE ACORDAR? Olho pra ele até hoje e não acredito. Com ele (e por ele), eu descobri meu lado onça. Meu lado Charlize. Meu lado criadora. Meu lado administradora-contadora-vendedora. Meu lado humana. Meu lado psicóloga. Meu lado negociante. Meu lado confiante. Meu lado desconfiada. Meu lado faz-tudo. Meu lado não-venha-com-conversa-fiada-que-eu-te-mato.

Na verdade, o livro me trouxe muito mais que eu dei. Conheci pessoas maravilhosas. Viajei por lugares incríveis. Ganhei um curso intensivo de autoconhecimento. Descobri minha adoração real pelas palavras e pela escrita. E confirmei que, SIM, é preciso ter MUITO amor pelo ato de escrever para querer ser escritora. Porque, na minha opinião, é uma das coisas mais desafiadoras que existe.



Palavras, eu nos declaro, marido e mulher.




JÁ PODE BEBER?


 


Ps: Obrigada a todos pela presença nos lançamentos. Pelo carinho que tiveram comigo e com o livro... Para todas as minhas amigas que "seguem a linha de dar o livro de aniversário" para os outros.
Prometo atualizar o blog toda semana, contando as experiências que tive por aí. Quem quiser me seguir no twitter:  http://twitter.com/fernandacmello. Ou comprar o livro: mande email para fernandamello2006@gmail.com Beijos e até semana que vem!

05 janeiro, 2010

Primeira página sempre causa certo desconforto.

Encantamento. Medo. Excitação.

Sentimentos dignos somente de grandes estreias.

Está tudo ali: disponível. Em branco.

À espera da palavra. Da promessa. Do grande ato inaugural.


(Escrever é um abismo.)


Por isso começo sempre na segunda página.

Que na verdade é primeira mas funciona sem ser.

É como se o peso da responsabilidade desse uma volta

e me permitisse escrever sem medo de violentar o vazio.


Palavras me inventam.


(O que será que eu reservei para mim?)



UM FELIZ 2010 PARA TODOS!