17 novembro, 2010



NA DÚVIDA, DESCOMPLIQUE...


“In every life we have some trouble,
When you worry you make it double
Don't worry, be happy”...




Queridos, trago boas novas. Para ser feliz agora não é preciso ter rios de dinheiro. Um amor de cinema. Um corpo de Sabrina Sato. Nem um rosto de parar o trânsito. Para ser feliz, não é preciso nem ter uma carreira brilhante. Um carro zero. Uma família de comercial de margarina. Nem – tampouco – é preciso ser sensacional. É claro que tudo isso ajuda (se presente). Mas garantia, garantia mesmo de felicidade, nada disso dá. Então, por favor, GRIFEM. E DECOREM. Felicidade a gente SÓ encontra dentro da gente. Enlouqueci? Não. Pelo menos, eu acho que não. Acabei de voltar de Itacaré e vou dizer o que vi por lá. Pra começar, gente simples que sorri mais (muito mais!) que aqui – na dita cidade grande. Pessoas gentis, com pés descalços, vendendo artesanato na areia quente, com a alma mais leve e fresca do que eu jamais ousei imaginar. Sério, pessoal. Há muito tempo não via tanta simplicidade (e alegria!) juntos. Eu sei que o cenário ajuda. (Lá é um dos lugares mais lindos que já vi). Mas depois que viajamos (acho viajar o exercício de autoconhecimento mais incrível que existe), nosso ponto de referência se altera. Muda e, dependendo de como você embarcar na viagem, MUDA MUITO. É aí que o bicho pega e a gente começa a se questionar sem parar: ENTÃO, É ISSO MESMO?

Entendam uma coisa. Não estou dizendo para a gente largar emprego, abandonar família, parar de malhar, comer só Nutella ou virar hippie... Nada disso. A palavra de ordem é EQUILÍBRIO. E a receita (se é que existe) é uma só: fazer as pazes com você mesmo, se aceitar, diminuir as expectativas e entender que felicidade não é TER. É SER. E no meu caso, é SER como o Ademir, o Cosme, o Seu Lauro... Pessoas de uma simplicidade encantadora que conheci por lá e que me deram uma lição pra eu nunca mais esquecer: “SEJA, minha amiga, mas SEJA NA PAZ”. Sem expectativas irreais. Sem pressões absurdas sobre si mesmo. Sem pirações desnecessárias.

Papo de riponga? Pode até ser. É a sabedoria das pessoas simples. (Deliciosamente simples!). O saber de quem nunca estudou e – ainda assim – tem um conhecimento para deixar muito intelectual de queixo caído. DUVIDAM? Então deixa eu contar uma coisa. Depois de conversar com essa gente, fica impossível não questionar a falta de tranqüilidade, de simplicidade e de gentileza que controla o resto do mundo. Quando colocamos os pés num lugar assim (no caso, em Itacaré), a gente redescobre o que estava perdido e pensa: que vida é essa que estou levando? E as dúvidas surgem. A insatisfação dá as caras. E passamos a repensar tudo o que está em jogo. As conclusões? Ah, são muitas... E, quer saber? Não são fáceis, porque a gente vive num mundo onde a mídia e a sociedade nos influenciam muito. Mas, mesmo assim, devo deixar registrado. Não vale a pena ter uma conta bancária recheada se o dinheiro só te trouxer estresse. Não vale ter um amor ao seu lado se só te trouxer descontentamento. Não vale ter um corpo sarado se não puder cair de boca num bobó de camarão. Não vale ter amigos divertidos que não se interessam pelo que você sente. Não vale (definitivamente não vale), ter um emprego que NUNCA te deixa dormir.

É turma, felicidade tem muito mais a ver com estar em paz do que a gente pensa. E nunca vamos nos sentir bem em nossa própria pele se a cabeça tiver cheia de neuroses e demais ansiedades. Difícil? Ah, Deus, bota difícil nisso! Por isso, volto com as malas cheias de arte, rabiscos e ideias. De quebra, trago também a simplicidade e a tranquilidade baiana. Mesmo agora, em plena cidade grande, na frente do meu antigo computador, posso pegar emprestado o estilo de vida do Seu Lauro. A inteligência simples do Ademir. O sorriso fácil do Cosme. E, bem... Tentar adaptá-los para mim. É fato que a vida nem sempre é um mar de rosas. Mas “Veja bem, galega, preocupação não deixa ninguém saUdio. De mais a mais, depois que a gente morre, a gente leva da vida o quê?”. Eu me atrevi a dizer: Seriam lembranças, Seu Lauro? E ele sorriu satisfeito. “É galega, NADA mais que lembranças.”

Eu e Seu Lauro num passeio cheio de "causos".

Arte do Ademir
Cosme










Todo esse texto me trouxe a seguinte questão: O que eu vou levar daqui?

Trânsito caótico, cara-feia, mau-humor, ansiedade, estresse diário, regras espartanas e uma mala de birutices...?

Ou um sorrir fácil de quem entendeu que a vida é simples demais pra se complicar?



Alternando entre um e outro, vamos tentando... Exercitando a arte de ser leve. Tirando o peso das costas. E, vez por outra, colecionando boas lembranças.

NÃO É ISSO, SEU LAURO?


Seu Lauro

 Fotos: Marinho Antunes

10 novembro, 2010

Tanto na terra, quanto no céu...

Para quem vive com a cabeça nas estrelas, não há desafio maior que manter os pés no chão. É a eterna luta em saber conciliar nossos opostos. Equilibrar o concreto e o abstrato. Saber o que é sonho possível. E o que é puro devaneio. Difícil? Devo dizer que bastante.

Nessas horas, ganha mais quem é sensato. Quem pondera. Quem pesa os prós e contras. E - devo acrescentar - quem acredita em si mesmo.

Mas realidade sem sonho não tem graça. Não tem vida. Não tem cor. Concordam? O inverso também vale. Sonhos são melhores quando se tem uma certa realidade imbutida. Aquela coisa de saber que é difícil, mas não impossível. É aí que mora o bom senso (primo-irmão do equilíbrio e autor de tantos feitos por aí).

Com sonhos a tiracolo e o bom senso nas mãos, mágicas – vira-e-mexe -acontecem. Palavras viram livros, rabiscos viram canções. Simples idéias se transformam em tudo o que a gente sempre quis. (Quer coisa melhor?). São nesses momentos que vida se mostra cheia de luz. De graça. E de significado. Tudo passa a valer a pena, apesar de todos os tropeços do caminho...

Bom, por que entrei nesse assunto? Porque sou uma das pessoas mais sonhadoras que eu conheço. Talvez não tenha virado escritora por acaso, vai saber... Sonhos são molas que nos impulsionam. São minha inspiração e força. São a minha fé. Ao meu ver, quem não sonha (nem que seja um pouco, quando ninguém está olhando), nunca se sente vivo de verdade.

Mas como tudo tem dois lados, é bom ficar de olhos abertos. Ou melhor: com os pés bem fincados no chão. Viver só de sonhos não basta. Quem se alimenta apenas de ilusão, perde a realidade da vida e se esconde em um mundo paralelo. Complicado, não? Também acho. Haja discernimento para viajar, se aventurar nas estrelas e saber a hora certa de voltar!

Por isso (como boa canceriana que sou), continuo com a cabeça na lua. O pensamento nas nuvens. E, por via das dúvidas, me belisco sempre para aterrissar. Afinal, quem disse que não podemos trazer pra terra o que criamos em nosso céu?





Crédito pelas fotos: Marinho Antunes
Local: Itacaré / BA

Ps: Descobri, com esta última viagem a Itacaré, que a realidade pode ser bem melhor que a imaginação. Um brinde, portanto, à minha escassa criatividade diante da beleza que é a vida! \o/!

Até semana que vem escreverei sobre a viagem. Aguarrrrrdem!

Ah, já ia esquecendo... Quem quiser aproveitar as promoções do livro no twitter, o endereço é www.twitter.com/fernandacmello Ou então, mandem um email para fernandamello2006@gmail.com que eu passo as coordenadas. O livro vai autografado e custa 35,00, depósito ou transferência pra minha conta corrente, FRETE GRÁTIS. 2 livros por 60,00 mais frete grátis. Beijos e inté!

25 outubro, 2010

Dia 27/10, Princesa de Rua na Chicletes com Guaraná!!!


Nesta quarta, dia 27 de outubro, a partir das 19 horas, vou estar na Chicletes com Guaraná autografando o meu livro “Princesa de Rua”. Espero todo mundo lá!! Além do livro, vai ter um som bacana e arte com o nosso querido tatuador Bozó.  A programação faz parte do projeto de lançamento da Fun Soluções Criativas.


Rua Alvarenga Peixoto, 388 – Lourdes. Belo Horizonte. Tel. (31) 2512 6252

14 setembro, 2010

A FAVOR DE GENTE NÃO TRANSPARENTE

(ou melhor dizendo: que tal reaprendermos a arte de calar?)

Uma coisa que me incomoda hoje em dia é o excesso de sinceridade das pessoas. É um tal de jogar verdades na cara, de falar o que se pensa sem ser questionado... Deus me livre! E o mais agravante: as palavras são ditas sem que ninguém se dê ao trabalho de se colocar no lugar do outro. (Ei, eu precisava ouvir isso agora?). Não importa. A necessidade de DIZER calou o bom senso.

Penso sobre isso e me pergunto: onde está a gentileza e a boa educação? Para quê tanta falta de noção (consigo mesmo e com os outros)? Será que a tecnologia, com seus blogs, twitters e tudo mais, nos deixaram livres demais e esquecemos nossos filtros internos na vida real? Será que nos tornamos tão individualistas que perdemos o fio da meada? Isso me deixa confusa, confesso. Nossas pequenas necessidades não deveriam ser mais importantes que o outro. Morro de medo de me perder nisso e me questiono diariamente: será que estou me tornando uma pessoa para a qual eu escreveria esse texto?

É, turma. Ser gentil nos dias de hoje se tornou um exercício. Saber a hora certa de falar (ou de calar) também. Está a fim de dizer abobrinhas? Vai pra terapia, tem gente (boa) especializada nisso. Está a fim de descarregar suas frustrações? Vai pra uma aula de boxe, dá uma corrida, abraça uma árvore... Mas, por favor, não diga em nome da pobre-coitada da sinceridade, verdades que só irão piorar o seu dia (ou o do outro).

Será que antigamente era assim? Nossas avós e bisavós diziam tudo o que pensavam e ainda se orgulhavam disso? Pelo que eu me lembre, não. Mas posso estar enganada. As mulheres da minha família têm muito jogo de cintura e sempre souberam a hora certa de NÃO dizer. Porque – vamos combinar! - o que não dizemos, às vezes, é muito mais importante do que aquilo que foi dito. Será que ninguém se lembra daquelas conversas que, quando crianças, tínhamos com os adultos e eles nos ensinavam que, se não temos nada de bom a acrescentar, deveríamos ficar quietas? Escrevo isso e me lembro daquela famosa frase que sempre surge nos horóscopos e conselhos dos mais sábios: “a palavra é de prata, mas o silêncio é de ouro”.

Então tá. Se fosse fácil, não estaríamos vivendo essa crise de sinceridade mundial. Existe uma linha tênue aí. Nós adoramos falar e mostrar nossas opiniões. Expressar-se é uma das melhores coisas do mundo (e estou aqui – escrevendo - para provar). Mas quando isso prejudica (ou magoa) o outro, então é melhor pensar duas vezes, concordam? “A verdade salva!”, alguém, gritou! Sim, em alguns casos, salva. Mas, em outros, pode dar uma confusão danada. Ou gerar sentimentos que poderiam ficar fora do roteiro.

Quer exemplos simples pra ilustrar? Uma amiga está fazendo dieta a duras penas e ouviu, da professora de inglês, que parece estar mais gorda do que há um mês atrás. PRECISAVA? Mais: um rapaz saiu, após seu divórcio, com minha vizinha, e falou durante todo o primeiro encontro sobre como a ex-esposa era maluca e como atiravam objetos um no outro. SENSATO? Uma outra conhecida (que também acha que as pessoas cometem sincericídio nos primeiros encontros) saiu com um paquera incrível e disse, antes do garçom chegar, que faltou à depilação só pra não correr o risco de ceder aos encantos do moço e deixar que ele a levasse pra cama (coisa que nunca aconteceu). E a lista não para nunca: o namorado de uma prima contou que já teve um affair (antes do casal se conhecer) com uma amiga do trabalho. NECESSÁRIO? Não. Ainda mais que a mulher é o uó do penacho preto, ainda trabalha no local e minha prima agora fica se questionando sobre o mau-gosto do rapaz. (Além de fantasiar que a ex vai chegar de cinta-liga tamanho extra-extra-extra-large para trabalhar).

Pergunto a vocês: nesses casos, o que salva? A verdade ou o silêncio?

Aí vem algum boçal e me diz: a verdade dói, meu bem. Eu concordo. A verdade dói SIM e, por isso mesmo, deve ser dita com muito jeito. Entende? Eu não compreendo que moda é essa de dizer tudo o que se passa pela cabeça. Cadê o filtro, gente? Pra que tanta verdade? Ou melhor: por que essa necessidade de ser tão transparente? É alguma culpa católica? As pessoas, em nome da verdade, vão ser absolvidas por serem más ou egoístas? Por magoarem o outro? Eu vou falar uma coisa que eu guardo a sete-chaves: eu sempre desconfio de gente que se diz transparente. Dá pra confiar em alguém assim? Pra começar, quem se diz transparente, mente. Todo mundo tem seus sagrados. Seus segredos. Seus mistérios. E é bom que eles sejam preservados. Por isso, preserve-se. Preserve-os. E saiba a hora certa de se calar porque – convenhamos –a gente tem dois ouvidos e uma só boca não é à toa.




Ps: Beijos para todos e obrigada pelas mensagens fofas aqui e no twitter! ;)

07 julho, 2010

Qual é a idade pra ser feliz?

Ninguém se conhece direito até passar dos 30. Tem gente que não se conhece mesmo beirando os 70, mas aí é outra história. Antes dos 30, somos apenas um sonho. Um desejo com várias direções. E muita esperança a tiracolo. Até os 30, estamos definindo o que queremos. O que gostamos. O que vamos ser. Não há limites para os planos. Para o número de namorados. Nem para a quantidade de erros.

Depois dos 30, continuamos errando. Continuamos não sabendo. Continuamos esperando. Mas, pelo menos, temos uma breve idéia de onde queremos chegar. Não é fácil, eu admito. Existe uma pressão no mundo para que você se torne só uma coisa: GENTE GRANDE. Aí, meu querido, começa a batalha... Você TEM que ter um diploma, uma carreira, um namorado, um casamento, um filho, um cachorro. (Mesmo que não seja a lista dos sonhos de sua vida). Você tem que cortar o cabelo, tirar o piercing, encompridar a saia, comprar um biquíni maior, aposentar suas calças rasgadas e blusas de banda. (Apesar de achar seu novo “eu” um tanto quanto demodê).

Aonde isso vai parar? Já conto. Um dia, quando menos se espera, você se enxerga... um chato! Percebe que confundiu responsabilidade com falta de espontaneidade. E encontra sua criança interior puta da vida, num castigo que você mesma criou. ESTOU ERRADA? Pode ser. É preciso muito equilíbrio para saber a hora de não se levar tão a sério. Mas, criança grande que sou, ainda acho que os 30 são a melhor coisa do mundo. Que se danem as contas, as rugas e demais amolações. As paranóias dos 20 (finalmente!) acabaram. Agora você é um ser sublime e sem espinhas. E – digam o que quiserem! – você nunca mais vai morrer de amor. INVENÇÃO MINHA? Não, acho que não. Depois dos 30, a gente sofre com mais dignidade. A gente sabe que toda dor passa. E entende que – tirando a morte e a lei da gravidade – tudo tem conserto.

Se eu gostaria de voltar no tempo? Ah, acho que não... Ninguém, em sã consciência, tem saudade de usar aquela sunga ridícula do uniforme de educação física do Dom Silvério. Ninguém sente falta de ser insegura. Ninguém gosta de pedir permissão aos pais pra sair. Ninguém tem saudades da aflição de ser virgem e pensar depois da “primeira vez”: então é SÓ isso? Não, gente, tem coisas na vida que melhoram incrivelmente com a idade. E estou escrevendo esse texto porque vejo muita gente apavorada em ficar mais velha. Mulheres com crise existencial porque fizeram 30. Caramba, meninas! É, eu sei, eu sei, eu sei. Vivemos numa cultura que almeja o belo. E o novo. Eu me preocupo com tudo isso também, mas acho que não devemos esquecer uma coisa: renovar quem somos por dentro. Pode parecer clichê, mas é verdade. Chega de nos preocuparmos tanto com botox, preenchimento, lifting, pilates e anti-rugas. Chega de chorar pelos cantos porque você acha que passou da idade de começar de novo. Chega de tanto drama porque você ainda não encontrou o amor da sua vida. Ou mais realisticamente dizendo: um cara bacana com quem você possa viver seus dias. Amor não tem idade. Beleza também não. Pra cada um, a vida dá um tempo. Não é porque a sociedade nos manda um roteiro pronto (com prazo estabelecido), que iremos seguir tudo à risca. (Afinal, é isso que você quer?).

Ah, vou contar uma coisa... Depois de muitos aniversários, descobri que ganhei muito mais do que perdi. Com o passar dos anos, fiquei mais corajosa. Mais segura. Mais esperta. Mais sábia. Mais seletiva. E mais feliz. Perdi minhas vergonhas. Minhas inseguranças (não todas, mas muitas delas). E perdi também o medo de dizer o que penso. E o que eu penso? Ah, pessoal, a mulherada anda boba demais! Vamos parar de nos importar tanto com faixa etária e cabelos brancos. Vamos esquecer das equações que nos ensinaram pra ter uma vida perfeita. Vamos parar de dizer o tal “tô passando da idade”. Vamos nos conhecer mais. Preencher nossos vazios. Paralisar nossos medos. E nos livrar de todos os sinais que não nos fazem bem. Meninas, a plástica aqui é interna. Se está ruim, conserte. Comece tudo de novo. Aproveite que você já sabe o que (externamente) lhe cai bem. E mude. POR DENTRO. Afinal, com que cara você quer chegar aos 40?


Parabéns pra todos que honram suas primaveras.
Que tenhamos – sempre! - um ano novo dentro de nós!




Ps: Ao escrever esse texto, fiquei infernizando minhas amigas pelo skype, perguntando o que elas achavam sobre o assunto. Eis um diálogo que surgiu (só pra rir um pouco):

“- A gente tem que parar de se preocupar com esse lance de envelhecer e curtir o tanto que ficamos bacanas com o passar dos anos...
- Bacana? EU NÃO QUERO SER BACANA. Ninguém quer ficar bacana. Mulheres querem ficar bonitas, sexies... Eu quero ser bonita, sensual, inteligente, RICAAAAAAAAA.
- Ah, não... Pára com isso...
- Para você, tá louca? Já tem muita gente bacana no mundo...
- Han? Não tem, não...
- Ah, tem sim! E você nem é bacana desse tanto... Se eu fosse você, focava só no bonita.”

(kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk)

19 maio, 2010



Queridos leitores,

Vou participar pela primeira vez de uma Bienal.  Estou feliz da vida, apesar de saber que meu negócio não é FALAR. E, sim, ESCREVER.

(Será que vou tropeçar nas minhas próprias palavras?)

Para quem quiser conferir, dia 23 de maio, domingo, às 14 horas, irei ler pequenas crônicas e poesias na Arena Jovem da Bienal do Livro em Minas.




Estão todos convidados! ♥

(Me desejem sorte!)

Maiores informações no site: http://www.bienaldolivrominas.com.br/
PS: Quem quiser sugerir algum texto ou poesia do livro pra eu ler, só deixar recado!

08 abril, 2010

MEL

Mel é por toda parte. Todos os pontos cardeais.
Os famosos Norte, Sul, Leste, Oeste. E os esquecidos Nordeste, Noroeste, Sudoeste e Sudeste.
Mel é em todas as direções.
Conheça Mel há muito tempo, mas nunca da maneira que a conheço agora.
Mel é antena. De tudo sabe, de tudo dá notícia.
Tem uma memória invejável e lembra com detalhes frases ditas há anos.
É clássica e ao mesmo tempo moderna. O begezinho em sua nova versão rock e tatuagem.
Queria ser independente, virou advogada. Queria se renovar, virou Gloss.
Queria ser luz, virou luz. E reflexo. Projeção.
Ao mesmo tempo foco e ponto de referência.
Ela e eu temos pontos em comum. Ambas extremamente ansiosas, sonhadoras, sinceras e com uma certa crueldade adormecida. Trocaríamos todas as dores de cabeça do mundo por uma bebedeira culta. Ou por um bom show de rock. Somos assim. Também como água e vinho.
Ela esconde tristeza e eu faço música com o sofrimento.
Mas somos inseparáveis.
Mel é delicadeza e jogo de cintura.
Mas não mexam com ela.
Ela é uma alternativa levemente radical às boas moças da sociedade.
Tem aquele bom humor que desarma e uma vontade inesgotável de engolir o mundo.
Já briguei com ela uma vez aos 12 anos: um Biss roubado é sempre um Biss roubado. Mas somos praticantes do bom-mocismo, mesmo estando entediadas com tudo isso.
Estamos aprendendo a dizer Não.
Muito disso ela me ensinou.
Vive dizendo que sou impossível e tenho coração mole. EU?
O que importa é que Mel é www. É portal do conteúdo. Como o outro diria: uma mulher do futuro. Sem direito a bumbum eletrônico e peitinho de silicone. (Alguém confere?)
Tudo em sua mente está em constante movimento.
Mel é alta velocidade de conexão.
Cheia de vontades, padrões e romantismos camuflados por ela mesma.
Quem conhece esse docinho, logo se encanta.
E eu, mais do que ninguém, sei como eu gosto dela. E acho engraçado seu jeito de dizer que não está nem aí para alguma coisa, achando que vai me convencer.
Na verdade, Mel é uma das pessoas mais divertidas que conheço. É meu livro de auto-ajuda. Meu convite para me lembrar quem eu sou, sem personagens e meias palavras.
Fiquei imaginando o que Mel seria se não fosse Melissa. (Adoro pensar essas coisas...)
Imaginei Mel como cantora, aeromoça de vôo internacional, integrante de reality show...
Imaginei Mel sendo cafona. (...) Tentava focar mentalmente ela vestida naqueles shortinhos de Piu-Piu e camisolões com tucanos e araras, sentada numa cadeira de plástico velha, emoldurada por um pôster da seleção brasileira de 90, com Lazaroni em destaque. Impossível imaginar tal cena...
Impossível imaginar Mel sem ser Melissa.
Ela é o que é.
E mesmo que não fosse Melissa, continuaria sendo linda, moderna, um arraso.
Mas para quê inverter o perfeito, subverter o que já é ideal?
Daí esse texto. Melzinha como ela é.
Essa Mel múltipla, indesfigurável, íntegra.
Doce ironia: Melissa é tantas, em tantas formas e lugares, com tantas idéias e tantos talentos e tantas vontades, que ela é uma só.
Indivisível. Isso por mais que a ciência evolua.
Duvido que alguém invente uma forma de fragmentar Mel. (Embora alguns integrantes do sexo masculino já tenham se aventurado...)
Desmaterializá-la é impensável. Seja porque simplesmente não produzirá efeito (algo como " aborted mission") ou porque cada partícula jamais encontrará seu lugar exato, seu equilíbrio perfeito, sua composição correta, seus paradoxos, idiossincrasias, contrastes, choques elétricos de brilhos e contradições. Enfim, nunca se recomporá igual ao que era quando chegar do outro lado.

O que tentei dizer é que Mels não se fazem todos os dias.



(E é por isso que te admiro, te amo e te agradeço por ser minha amiga há mais de 20 anos. Nada teria tanta graça sem você.)



Beijos para Mariana Conrado, que também faz aniversário hoje! PARABÉNS, LINDA! Fê:licidades sempre!

19 março, 2010

CANSEI DE SER BOBA

“Declare guerra a quem finge te amar, declare guerra
A vida anda ruim na aldeia
Chega de passar
A mão na cabeça de quem te sacaneia...”

De uns tempos pra cá, muita coisa mudou. Terminei um namoro. Deletei um monte de gente da minha vida. Tudo sem um pingo de remorso. Quem me conhece, sabe que eu nunca fui assim. Sempre dei segundas, terceiras e décimas chances pra todo mundo. Sempre compreendi os erros alheios. Chorei e sofri junto. E passei a mão na cabeça de quem fingia querer o meu bem. Estou mentindo?

A verdade é que, se me analisarem hoje, eu virei outra pessoa. Sou quase a mesma de sempre, mas sinto que não sou mais boazinha. Minha tolerância acabou, minha intuição fareja à distância uma cabecinha ruim. Não aceito mais ser amiga de stalkers, de gente mal-resolvida e que me ferra pelas costas. Não tenho raiva de ninguém, mas minha prioridade agora é uma só: eu. Podem me chamar de egoísta, eu aceito. Mas chega uma hora na vida que a gente tem que parar de ser boa com os outros e ser boa – primeiramente - com a gente. Fiquei amarga? Não mesmo. Agora eu sou prática. Vacilou? A porta está aberta, meu bem. Sem dó nem piedade.

Outro dia uma amiga me disse uma frase que prometi não esquecer: quando o “ajudar ao outro” começa a te prejudicar, chegou a hora de parar. OK. Me desculpem, então, os que larguei à deriva. Salve-se quem puder! (Não é esse o clima?).

É, gente, infelizmente, tudo tem seu limite. A gente nunca vai ajudar alguém que (de alguma maneira) quer te prejudicar. É a mesma coisa que salvar quem está afogando. Se bobear, um abraço. Em um minuto, os dois estarão lá no fundo...

Acho que deveria ser instituído com amigos igual fazemos com namorado. Uma coisa do tipo: querida, vamos terminar... Acho muito digno. E até saudável. Afinal, se quase nada é eterno, quem disse que amizades não podem chegar ao fim?

Eu sempre fui boazinha, admito. Mas... EU FUI. Agora, acreditem ou não, não sou mais. E não vou tolerar ninguém que me faça ter sentimentos que não sejam incríveis. É uma questão de respeito com a minha própria vida. E comigo mesma. Não quero. Não posso. Não vou. E, se insistir, eu vou botar pra quebrar, despejar cada palavra dura, doa a quem doer. Estão com medo? (Eu estaria). Cansei de cobranças, chantagens emocionais, meu coração antes mole ficou forte, imaginem só! 4 séries de 8 durante anos e anos.... (Me entendem?).

Então pra você que acha que eu sou a mesma boba de sempre (que escuta, releva e põe panos quentes), um aviso: tome cuidado comigo. Porque agora que eu sei o que me é caro, não vou mais deixar barato.



Ps: Esse texto é dedicado aos stalkers da minha vida. FUJAM. (Porque está em tempo...)

Um agradecimento especial à Wal, sábia em muitas de suas frases. E às minhas amigas fofas com quem posso ser eu mesma sempre. Amo vocês.

01 março, 2010

ELE, O TELEFONE


(por que coisas tão pequenas deixam a gente tão doida?)

Eu não gosto de telefone, nunca gostei. Quer falar comigo? Me mande um e-mail, uma carta registrada, um fax, uma mensagem no celular. Sinto muito, gente. Meu negócio não é falar, é escrever. Acho chato, me aborrece, minha sobrancelha vai lá em cima toda vez que o aparelho toca. Nada pior que ouvir o telefone tremer e aquela voz metálica acusar: you have a message! Meu Deus do Céu, ela ainda fala inglês? Ah, não, não e não. É um absurdo uma coisa tão pequena vir me torturar dentro da minha própria casa. Tenham todos a Santa Paciência!

Eu sou daquelas pessoas que, por fora, parece estar a um passo do futuro. Tudo mentira. Eu odeio gente que liga pra bater papo em horário comercial, acho V3 nome de exterminador e o dia mais feliz da minha vida foi quando meu celular caiu dentro da privada. Mas minha felicidade foi rápida, admito. Em dois dias a operadora me enviou um modelo novo, com minutos grátis para falar com quem quiser! (...) Ah, batam palmas para a modernidade! Agora eu tenho créditos acumulados para falar com o mundo todo, sem pagar nada. (Não é ótimo?). Não, gente, não é. Me mandem uma camisa-de-força, um ótimo terapeuta, florais de Bach com ação intensiva... A verdade é que eu não gosto de falar ao telefone e fico PROFUNDAMENTE irritada quando ele resolve tocar no meio da minha melhor frase. O que acontece? Vocês querem mesmo saber? Acontece isso que vocês estão lendo. ISSO! Perco o rumo, a rima, o prumo, a compostura, fico doida de dar dó.

Estava eu aqui há meia hora atrás, calma como manda o figurino, escrevendo um texto que lentamente tomava vida própria quando – de repente – um trim me tirou da história. O motivo? Nada importante. N-A-D-A. (Porque quando é importante a gente não se abala, afinal a vida é assim). Mas ligar às 14 horas de uma segunda-feira para falar abobrinhas, reclamar da vizinha e fofocar sobre gente que eu nunca vi... Ah, pessoal, realmente não dá! Olha a crise mundial, olha a crise emocional, olha os terremotos no Chile, o quase Tsunami no Hawai... Olha o mundo girando sem parar enquanto você está dependurada no pobre aparelho...

Por isso meu pedido de hoje é estranho, neurótico e vai dar muito pano pra manga: VAMOS DAR UM BASTA NO USO INDISCRIMINADO DO TELEFONE. Me chamem pra tomar um café, me mandem um e-mail, uma carta, um SMS ou uma mensagem telepática... Me mandem o que quiserem, mas por favor: não me liguem. E, se eu não atender, não alternem ligações para o celular e o telefone de casa. Gente, NÃO FAÇAM ISSO! Além de me sentir culpada (é, acreditem: uma chamada não atendida me traz meio dia de culpa), eu vou pular o capítulo, deixar fugir a letrinha, escrever textos bizarros como esse e – ainda – mostrar meu pior lado que, convenhamos, não tem nada de estimulante.

ESTAMOS CONVERSADOS?


 
PS: ESTOU DE TPM. Obrigada pela compreensão.

12 fevereiro, 2010

HOMENS BANANAS x HOMENS DE VERDADE

(chegou a hora de honrar as próprias calças!)

Meninas, o negócio é o seguinte. Homem que é homem tem que ter coragem. Coragem pra ser homem. Coragem pra assumir seus defeitos. Coragem pra mostrar suas fragilidades. Coragem até pra terminar um namoro. Ah, me poupem! É muita covardia pra minha cabeça! Você olha e lá estão eles: governando empresas, liderando revoluções, resolvendo questões impossíveis, escalando montanhas, desafiando a ciência e a tecnologia... Mas é só o relacionamento esfriar, a dúvida aparecer e... cadê? Eles viram covardes. Se retraem. Somem. Camuflam o medo com frieza e indiferença. (Qual é o sexo frágil mesmo?).

Rapazes, ouçam bem! Preferimos mil vezes que vocês digam (sem muitos rodeios) que estão cansados. Que não nos querem mais. A cair no clichê mais manjado do mundo: o do homem distante. (Existe coisa mais angustiante que isso?). É um tal de não dar notícia. Desmarcar encontros. Inventar desculpas. Dizer que não tem dinheiro... E insistir que aquela velha “amiga” é apenas uma “amiga”. Quando vejo uma situação dessas, penso logo de cara: eles estão subestimando a nossa inteligência?

Agora descobri que não. Eles estão apenas escondendo o medo absurdo que eles têm da gente. Medo da nossa reação. Medo da gente chorar. Rodar a baiana. E afogar o poodle da mãe deles na panela de água fervente.

Eu, por exemplo, nunca afoguei o poodle de ninguém. E aceito passivamente quando um cara termina comigo. Mas se um sujeito começa a fazer hora pra eu perceber suas intenções de fuga... Ai, meu bem, já era... Viro uma onça. (E das bravas).

Gosto de palavras na cara. De frases que doem. De verdades ditas (benditas!). Sou prática em determinadas questões: ou você quer ou não. Acho um stress ficar pensando que, se o cara está distante, é por minha causa. Ou por causa do trabalho. Da família. O que for... Então, não me peçam para ler sinais. (Estou cansada disso!). Me escrevam um bilhete num post-it, eu prefiro. É muito melhor do que ficar no vácuo.

Nós - mulheres românticas e sonhadoras – também sabemos ser objetivas. Não gostamos de perder tempo. Nem queremos queimar nossos neurônios tentando adivinhar o que – na verdade – esses belos moços querem. Francamente, rapazes! Foram VOCÊS que nasceram com culhões. Não é possível que se tornem assim... tão bananas...

Eu sei, eu sei. Estou pegando pesado hoje. Homens têm dificuldade em lidar com as emoções. Com nossa instabilidade emocional. E mesmo assim, continuam sendo fofos (quando querem). E insubstituíveis (quando queremos).

Então, pelo amor que eu tenho a vocês, eu lhes peço (meninos!): SEJAM HOMENS DE VERDADE. Porque nós somos apenas mulheres. E precisamos de vocês.




PS: Texto dedicado a todas as minhas amigas e leitoras que – coincidentemente – viram o fim de seus romances nas últimas semanas. (Existe uma conspiração pré-carnaval?). Não fiquem tristes, garotas. Existem caras incríveis por aí. Que não são bananas. Não terminam por post-its. E sabem definitivamente honrar as próprias calças.

Rê, obrigada pela idéia sobre o tema. Te espero no 5º!



Um ótimo carnaval para todos!

04 fevereiro, 2010

AS MULHERES E OS SAPATOS

(para viver seu sonho, um conselho: esteja divinamente calçada)

Engraçado isso. Existe uma coisa que fez o maior sucesso no lançamento do meu livro. E não foi o meu LIVRO. Foi o meu SAPATO. Quem acompanhou, viu. Era um tal de chegar de mansinho. Elogiar o projeto gráfico. A capa. Minhas palavras. Comentar sobre o tempo. Brincar com o meu sotaque. E dizer, bem no final da conversa: mas e esse sapato? Ai, gente, impossível não registrar. Meu sapato causou tanto alvoroço que virou – claro! – o “sapato do lançamento”. Em todas as viagens, ele foi o primeiro a entrar na mala. A única coisa que – juntamente com os livros – eu não poderia esquecer. De jeito nenhum.

Minha prima (que observou o quanto as pessoas olhavam para o meu pé) me disse, no meio da confusão do evento: não se esqueça de escrever sobre isso.

OK. Cá estou... Lembrando de cada cidade. Cada livraria. Cada passo. No alto do meu salto, claro. Sapatos são - para as mulheres - mais que simples acessórios. Um tipo de intensificador de auto-estima... Algo como ter um Brad Pitti à tiracolo. Exagero? Ah, não sei não. Estou numa época que prefiro um bom sapato a um homem mais ou menos. Pelo menos o sapato aumenta minha autoconfiança e eu sei exatamente onde ele irá me machucar. ESTOU CERTA?

Mas o que não contei sobre o sapato em questão é que ele surgiu por um único motivo: eu não tinha como comprar uma roupa nova. Ainda mais pra cada lançamento. Com a produção do livro, minha conta ficou zerada. A ponto do gerente do banco me ligar, falar sobre juros de cheque especial e perguntar, no meio da conversa, como eu dormia à noite. (Que tal de Victoria´s Secret, Fabiano?).

Bom, nesse meio tempo... eu quase enlouqueci. E resolvi seguir minha teoria fashion de pessoa sem crédito: qualquer roupinha básica fica sempre perfeita quando acompanhada de um sapato fantástico. Pode parecer simples, mas NÃO FOI. O par de sapatos pelo qual me apaixonei era incrivelmente lindo. E incrivelmente caro. (Cadê alguém para me parar numa hora dessas?). O resto da história vocês já devem adivinhar. Quando dei por mim, JÁ ERA. Escondi minha falta de vergonha debaixo dos óculos escuros. E gastei o dinheiro INTEIRO da boleta do condomínio em um exclusivíssimo Peep Toe Bootie de verniz nº36. Ai, Meus Deus. Eram sapatos lindos... Altíssimos. Perfeitos... (Já contei que quando tinha 5 anos, ganhei sapatos de verniz da minha madrinha e dormi com eles durante uma semana?).

Pelo menos dessa vez foi diferente.

Ou quase.

Com a consciência no chão (embora eu estivesse nas alturas), comecei a achar que alguma coisa estava errada. Que futilidade era aquela, gente? É, nada fluía conforme o roteiro. AFINAL, PENSEM COMIGO... Eu estava me tornando uma escritora e – teoricamente – escritoras são profundas... Almejam entrar pra Academia Brasileira de Letras. E não pro Projeto Runaway, CERTO?

Mas, por favor. Já escrevi um livro, agora me dá um tempo. Para realizar o sonho da vida da gente, temos que estar devidamente calçadas. (E não com uma sandalinha Arezzo de 4 coleções passadas, não é mesmo?).

É, mais uma coisa aprendi com a Princesa de Rua (possivelmente ela se tornou maior do que EU, depois de publicada): pequenas obsessões existem para darmos folga às nossas preocupações. Seja um sapato. Novas cores de esmalte. Ou - até mesmo – um novo texto.


Afinal, somos mulheres ou o quê?




Um brinde às nossas obsessões. E aos momentos divertidos que elas nos proporcionam.

Ps: Esse texto é dedicado a todas as mulheres que amam sapatos. Em especial, à Fá, Beta e Brena. As mais divertidas sapatólatras que eu conheço.

28 janeiro, 2010



Olá meus queridos,

Estou de volta. E logo eu, que adoro um começo, não sei como – agora – eu vou começar. Tenho tanta coisa pra dizer... Hoje resolvi quebrar meu silêncio depois de meses sem escrever. Não, eu não quero ficar longe das palavras. Nem de vocês. (E, talvez, nem mesmo de mim). Passei por tantas coisas novas. Muitos momentos mágicos. Emoções que me fizeram calar. E me questionar: será que vou dar conta? Ai, não foi fácil. Sabe quando NADA no seu dia é morno? Não, nada comigo é morno. Nunca foi. E vou confessar: isso não me faz ser uma pessoa melhor nem mais poeta. Isso só me torna mais louca. E incompreensível. Às vezes até para mim. Já disse que realizar sonhos é a coisa mais bacana que existe? É, todo mundo sabe. Mas o que a gente não sabe (ou deixa pra pensar depois) é que sonhos também podem ser difíceis. Não para alcançar. Mas para se VIVER. Sonhos trazem, de quebra, uma puta responsabilidade sobre a vida. E sobre a gente mesmo. Sonhos nos transformam. E nos trazem mais perto do que somos. Se isso é bom? Acho que vou deixar para contar depois. Agora eu quero dizer, com os olhos cheios de estrelinhas, é que, sei lá.. Eu tô mesmo é feliz! Escrevi um livro (gente, eu escrevi um livro!!) que me fez acreditar mais em mim. Me fez desacreditar (um pouco) mais nos outros. E me abriu horizontes, embora - honestamente - eu não goste nem um pouco desse termo.

Como muitos dizem, publicar um livro e ter um filho pode (eu disse PODE) trazer muitas sensações semelhantes. Ai, eu concordo. É uma alegria inexplicável no começo. Noites inteiras sem dormir depois. Uma euforia – e um cansaço - que não te deixa. Uma responsabilidade tamanho GG pendurada nas costas. Uma gratidão eterna pela vida. E aquela pergunta que nunca dá uma trégua: e agora, Mom?

É, gente. Publiquei meu primeiro livro. Meu primeiríssimo livro. JÁ PODE ACORDAR? Olho pra ele até hoje e não acredito. Com ele (e por ele), eu descobri meu lado onça. Meu lado Charlize. Meu lado criadora. Meu lado administradora-contadora-vendedora. Meu lado humana. Meu lado psicóloga. Meu lado negociante. Meu lado confiante. Meu lado desconfiada. Meu lado faz-tudo. Meu lado não-venha-com-conversa-fiada-que-eu-te-mato.

Na verdade, o livro me trouxe muito mais que eu dei. Conheci pessoas maravilhosas. Viajei por lugares incríveis. Ganhei um curso intensivo de autoconhecimento. Descobri minha adoração real pelas palavras e pela escrita. E confirmei que, SIM, é preciso ter MUITO amor pelo ato de escrever para querer ser escritora. Porque, na minha opinião, é uma das coisas mais desafiadoras que existe.



Palavras, eu nos declaro, marido e mulher.




JÁ PODE BEBER?


 


Ps: Obrigada a todos pela presença nos lançamentos. Pelo carinho que tiveram comigo e com o livro... Para todas as minhas amigas que "seguem a linha de dar o livro de aniversário" para os outros.
Prometo atualizar o blog toda semana, contando as experiências que tive por aí. Quem quiser me seguir no twitter:  http://twitter.com/fernandacmello. Ou comprar o livro: mande email para fernandamello2006@gmail.com Beijos e até semana que vem!

05 janeiro, 2010

Primeira página sempre causa certo desconforto.

Encantamento. Medo. Excitação.

Sentimentos dignos somente de grandes estreias.

Está tudo ali: disponível. Em branco.

À espera da palavra. Da promessa. Do grande ato inaugural.


(Escrever é um abismo.)


Por isso começo sempre na segunda página.

Que na verdade é primeira mas funciona sem ser.

É como se o peso da responsabilidade desse uma volta

e me permitisse escrever sem medo de violentar o vazio.


Palavras me inventam.


(O que será que eu reservei para mim?)



UM FELIZ 2010 PARA TODOS!