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08 abril, 2016

A sétima arte, em palavras



Agora, a coluna do nosso queridíssimo Gustavo Rezende:

A sétima arte, em palavras - Gustavo Rezende


Dois motivos me levaram ao cinema para conferir Mundo Cão: a direção do sempre competente Marcos Jorge, e o fato do filme não ser uma dessas comédias brasileiras "padrão-globo". Apesar de muitos problemas envolvendo o roteiro, o ritmo e a edição, o longa consegue prender a atenção do espectador e envolvê-lo em uma "montanha-russa de emoções". Composto por um primeiro e segundo atos muito bem desenvolvidos, Mundo Cão não tem pressa em nos apresentar os personagens principais e o conflito central de seu roteiro. Apesar de ter apenas 1h40, o longa sabe trabalhar os caminhos que levam os personagens a terem suas vidas cruzadas. O sacrifício de um cachorro perdido, e o encontro entre o dono e o profissional que o recolheu das ruas, desencadeará uma sucessão de eventos trágicos e definitivos na vida de cada um dos envolvidos. Depois de encantar o público e a crítica com o espetacular Estômago, Marcos Jorge novamente utiliza um elemento de ligação entre os diversos contextos de sua narrativa. Se no filme estrelado por João Miguel a comida era o elo, agora os cachorros promovem a interligação dos diferentes núcleos que o diretor idealizou para seu longa. Um trabalho interessante, que lembra a trilogia da incomunicabilidade de Iñárritu, composta por Amores Brutos, 21 Gramas e Babel. Se por um lado o diretor acerta nos primeiros atos, ele se perde completamente no terceiro. Promovendo escolhas equivocadas, salientando conveniências e adotando a inverossimilhança de algumas ações, Marcos "pesa a mão" e desanda algo que vinha funcionando muito bem. Ao final da projeção, me senti como se tivesse ido a um show, e o artista tivesse deixado de cantar sua principal canção. Um sentimento de frustração, movido pela sensação que a apresentação poderia ser melhor. Além disso, o filme utiliza uma edição claramente inspirada em Whiplash. Com efeitos de transposição de cenas, cadenciadas por acordes de bateria, Mundo Cão não consegue o resultado brilhante do filme de 2014. Aqui, a técnica soa deslocada e descontextualizada. 
Com atuações impecáveis de Babu Santana, Lázaro Ramos e Adriana Esteves, Mundo Cão é um filme forte e envolvente. Pena que faltou fôlego.


Gustavo Rezende (instagram @gustavosrezende) é publicitário, especialista em desenvolvimento de produtos cosméticos e amante da sétima arte. Criador do instagram @cinediario, contribui semanalmente com críticas, indicações e curiosidades sobre os melhores filmes.












18 março, 2016

Cinediário



Agora, a coluna do nosso queridíssimo Gustavo Rezende:


A sétima arte, em palavras - Gustavo Rezende


Dois motivos me levaram ao cinema para conferir Mundo Cão: a direção do sempre competente Marcos Jorge, e o fato do filme não ser uma dessas comédias brasileiras "padrão-globo". Apesar de muitos problemas envolvendo o roteiro, o ritmo e a edição, o longa consegue prender a atenção do espectador e envolvê-lo em uma "montanha-russa de emoções". Composto por um primeiro e segundo atos muito bem desenvolvidos, Mundo Cão não tem pressa em nos apresentar os personagens principais e o conflito central de seu roteiro. Apesar de ter apenas 1h40, o longa sabe trabalhar os caminhos que levam os personagens a terem suas vidas cruzadas. O sacrifício de um cachorro perdido, e o encontro entre o dono e o profissional que o recolheu das ruas, desencadeará uma sucessão de eventos trágicos e definitivos na vida de cada um dos envolvidos. Depois de encantar o público e a crítica com o espetacular Estômago, Marcos Jorge novamente utiliza um elemento de ligação entre os diversos contextos de sua narrativa. Se no filme estrelado por João Miguel a comida era o elo, agora os cachorros promovem a interligação dos diferentes núcleos que o diretor idealizou para seu longa. Um trabalho interessante, que lembra a trilogia da incomunicabilidade de Iñárritu, composta por Amores Brutos, 21 Gramas e Babel. Se por um lado o diretor acerta nos primeiros atos, ele se perde completamente no terceiro. Promovendo escolhas equivocadas, salientando conveniências e adotando a inverossimilhança de algumas ações, Marcos "pesa a mão" e desanda algo que vinha funcionando muito bem. Ao final da projeção, me senti como se tivesse ido a um show, e o artista tivesse deixado de cantar sua principal canção. Um sentimento de frustração, movido pela sensação que a apresentação poderia ser melhor. Além disso, o filme utiliza uma edição claramente inspirada em Whiplash. Com efeitos de transposição de cenas, cadenciadas por acordes de bateria, Mundo Cão não consegue o resultado brilhante do filme de 2014. Aqui, a técnica soa deslocada e descontextualizada. 
Com atuações impecáveis de Babu Santana, Lázaro Ramos e Adriana Esteves, Mundo Cão é um filme forte e envolvente. Pena que faltou fôlego.


Gustavo Rezende (instagram @gustavosrezende) é publicitário, especialista em desenvolvimento de produtos cosméticos e amante da sétima arte. Criador do instagram @cinediario, contribui semanalmente com críticas, indicações e curiosidades sobre os melhores filmes.












11 março, 2016

Hoje tem cinema!



Agora, a coluna do nosso queridíssimo Gustavo Rezende:

A sétima arte, em palavras - Gustavo Rezende


A semana do Oscar foi tão corrida, que acabei esquecendo de postar a resenha (na verdade um alerta) sobre o medonho filme Deuses do Egito. Sabe aqueles comerciais do refrigerante Dolly? Guardadas as devidas proporções, é mais ou menos isso que esse longa representa para a indústria cinematográfica. Extremamente mal feito, repleto de subtramas desnecessárias e com um elenco mal escalado (brancos representando egípcios?), Deuses do Egito parece um daqueles jogos virtuais onde nada parece real. Muito dessa artificialidade se dá pelo sério problema de imersão entre os personagens e a "tela verde". Os elementos visuais, inseridos por computação gráfica, são desconexos com os elementos físicos, gerando uma interação com planos completamente distintos. Uma verdadeira atrocidade! Não sei onde o bom diretor Alex Proyas estava com a cabeça, quando decidiu aceitar o desafio de rodar esse filme descartável. 
E o roteiro? Desde 50 Tons de Cinza não vejo algo tão ruim nos cinemas. Com um argumento raso, confuso e completamente sem foco, Deuses do Egito é como aqueles restaurantes que servem churrasco, pizza, comida japonesa e sanduíche. Ou seja, tem uma série de variantes, mas não faz nenhuma delas com consistência. 
Extremamente caricato e afetado, Gerard Butler passa longe da sua atuação em 300. Orquestrando um plano completamente sem sentido - ele quer destruir e, ao mesmo tempo, dominar o mundo - seu personagem passa quase toda a projeção emitindo sons inaudíveis, e compondo expressões faciais dignas de um bom canastrão. O resto do elenco também está no mesmo nível de Butler, e nada faz para "salvar a pele" desse grande fiasco.
Se você ainda não viu, não perca seu tempo! Guarde o dinheiro pra comprar ovos de Páscoa, afinal eles estão saindo pelos "olhos da cara".


Gustavo Rezende (instagram @gustavosrezende) é publicitário, especialista em desenvolvimento de produtos cosméticos e amante da sétima arte. Criador do instagram @cinediario, contribui semanalmente com críticas, indicações e curiosidades sobre os melhores filmes.












04 março, 2016

A Bruxa



Agora, a coluna do nosso queridíssimo Gustavo Rezende:

A sétima arte, em palavras - Gustavo Rezende

Uma aterrorizante alegoria sobre os mais primitivos instintos dos seres humanos: culpa, cobiça, inveja e luxúria. Assim pode ser descrita A Bruxa, coprodução entre Brasil, EUA e Canadá, que fez o maior sucesso no Festival de Sundance - saiu com o prêmio de melhor diretor - e na Mostra de Cinema de São Paulo. 
Abdicando dos famigerados "jump scares" (sustos fáceis), o filme investe na construção do medo genuíno, embutindo elementos e signos que gradativamente vão ganhando contornos macabros. Confesso que, em determinados momentos, o longa conseguiu mexer com as minhas estruturas, e me peguei desconcertado com os caminhos que a produção se propôs a percorrer. Repleto de conotações religiosas - observe a cena do jantar, uma clara alusão à Santa Ceia - A Bruxa conta a história de uma família que se instala próximo a uma floresta, após ser expulsa de uma comunidade por divergências religiosas. Assombrados por uma força maligna, cada membro dessa família terá sua vida radicalmente alterada, sofrendo consequências irreversíveis. 
O competente diretor Robert Eggers promove um trabalho intenso e sombrio, investindo em uma caprichada fotografia e uma eficiente direção de arte. Utilizando uma paleta de cores densa e uma cinematografia "suja", Eggers transmite - através das imagens - todo o íntimo de seus personagens, composto por uma profusão de sentimentos obscuros e lascivos. Contando com um elenco desconhecido, o diretor consegue explorar todo o talento e visceralidade de seus atores. Um dos destaques é a jovem Anya Taylor-Joy, que compõe o ponto de conflito do filme. Em um papel que transita em personalidades diferentes, a atriz entrega um personagem profundo, enigmático e vulnerável. 
Com um dos finais mais aterradores dos últimos tempos, A Bruxa prova que o cinema de horror não precisa de muita coisa para ser eficiente, basta saber construir uma atmosfera inquietante e ter uma boa história pra contar.

Gustavo Rezende (instagram @gustavosrezende) é publicitário, especialista em desenvolvimento de produtos cosméticos e amante da sétima arte. Criador do instagram @cinediario, contribui semanalmente com críticas, indicações e curiosidades sobre os melhores filmes.











26 fevereiro, 2016

Sexta-feira, enfim!



Agora, a coluna do nosso queridíssimo Gustavo Rezende:


A sétima arte, em palavras - Gustavo Rezende

Sabe aqueles filmes que mais parecem um emaranhado de retalhos de outras produções? Esse é o caso do thriller psicológico Presságios de um Crime.
A primeira "incursão" do brasileiro Afonso Poyart em solo americano resulta em um longa indigesto, que mistura filmes como O Silêncio dos Inocentes, Seven e O Vidente. Estão aqui todos os clichês de filmes envolvendo serial killers. 
Em primeiro lugar, temos o psicopata que mata suas vítimas seguindo um ritual próprio, e deixa pistas para o FBI em forma de bilhetes. Para consolidar a falta de criatividade do projeto, temos a dupla de detetives que, incapazes de desvendar os crimes, procura um experiente agente aposentado / traumatizado para ajudá-los na investigação. Essa premissa, explorada à exaustão nas produções dos anos 90, está de volta e é "apimentada" por um elemento que, na minha opinião, tira toda a verossimilhança do longa. Dotados de um exagerado poder de prever o futuro e enxergar o passado, dois personagens do filme são retratados como verdadeiros super-heróis, autênticas "Mães Diná". Suas visões são tão complexas que, somente de ver alguém passar, já são capazes de traçar um raio-X completo de suas vidas, seu estado de saúde e seus dramas. Sutileza aqui passou longe!
Poyart - diretor do arrojado Dois Coelhos - tem um grande talento para edição e montagem de seus materiais, e aqui ele utiliza todos os recursos disponíveis para sobrepor imagens e costurá-las no meio das cenas. Além disso, o diretor usa e abusa de passagens em câmera lenta, e travellings giratórios em torno de seus personagens. Visualmente o filme é bem criativo, e injeta movimento a um gênero que habitualmente é denso e sombrio.
Nem o elenco estelar, composto por nomes como Anthony Hopkins, Colin Farrell e Jeffrey Dean Morgan, salva essa produção mediana, que nada acrescenta a um gênero tão fascinante e envolvente como o suspense psicológico.

Gustavo Rezende (instagram @gustavosrezende) é publicitário, especialista em desenvolvimento de produtos cosméticos e amante da sétima arte. Criador do instagram @cinediario, contribui semanalmente com críticas, indicações e curiosidades sobre os melhores filmes.












19 fevereiro, 2016

Coisas que importam

O que vale mesmo é quem se preocupa com a gente. O resto - numa boa - é puro fricote.
Ou sentimentos rasos.



A sétima arte, em palavras - Gustavo Rezende

Simplesmente arrebatador! Me faltam adjetivos para descrever a intensidade desse belíssimo drama sobre privação, perda, descoberta e amor incondicional. Sabe aquele filme capaz de despertar os mais diferentes - e intensos - sentimentos no espectador? Esse é o caso de O Quarto de Jack.
Através de sua envolvente narrativa, o longa chacoalha nossos sentimentos, e nos permite vivenciar momentos de apreensão, desespero, pena e compaixão. Um trabalho magnífico do diretor Lenny Abrahamson.
Estabelecido em dois atos, O Quarto de Jack apresenta uma primeira parte de roer as unhas. Composto por uma ambientação claustrofóbica, o primeiro ato norteia todo o sofrimento e abalo emocional que mãe e filho vivem, por estarem presos, há anos, em um quarto. Nascido no cativeiro, Jack não sabe o que é o mundo, suas referências exteriores são transmitidas através de uma velha TV, e das histórias mirabolantes que sua mãe criou para aliviar suas privações. Uma relação de amor maternal intensa, estabelecida através de várias simbologias como, por exemplo, a amamentação. A cena que estabelece a transição do primeiro para o segundo ato é uma mais intensas, angustiantes e emocionantes dos últimos anos, capaz de comover até os mais insensíveis. No segundo ato, O Quarto de Jack passa a nos mostrar a readaptação desses seres ao mundo real, onde a vastidão e as possibilidades tornam-se elementos assustadores e incômodos. Um momento onde a liberdade passa a ser introduzida homeopaticamente em suas vidas. Tecnicamente perfeito, o filme "brinca" com as angulações de câmera, luzes e cores, a fim de transmitir as mais diversas sensaçõe
Com espetaculares atuações de Brie Larson e Jacob Tremblay, o longa ganha uma densidade impressionante. Inclusive, não entendi a ausência de Tremblay entre os indicados ao Oscar. Com um papel complexo em mãos, o garoto consegue entregar uma atuação envolvente e emocionante. Já Brie Larson compõe um personagem repleto de camadas emocionais, onde o amor, a culpa, o desespero e a entrega habitam fortemente seu íntimo.
Forte e humano, O Quarto de Jack é um daqueles filmes que vão abalar as suas estruturas. Magnífico! 



Gustavo Rezende (instagram @gustavosrezende) é publicitário, especialista em desenvolvimento de produtos cosméticos e amante da sétima arte. Criador do instagram @cinediario, contribui semanalmente com críticas, indicações e curiosidades sobre os melhores filmes.















12 fevereiro, 2016

A garota dinamarquesa



Te deixo nos guiar, se você, por sorte, me deixar escrever. O roteiro é meu. Mas a direção é sua. Adivinha só o final que eu reservei para nós? (do Livro Amar é Punk)

Agora, a coluna do nosso queridíssimo Gustavo Rezende:


A sétima arte, em palavras - Gustavo Rezende

Um lindo retrato sobre a busca pela identidade e a luta pelo equilíbrio interior. Assim pode ser resumida A Garota Dinamarquesa, a mais nova obra do competente cineasta inglês Tom Hooper. Atuando em um "terreno" de total domínio, já que seus filmes anteriores - O Discurso do Rei e Os Miseráveis - também eram produções de época, o diretor utiliza a história da primeira transsexual da história para discutir temas nobres e delicados como preconceito, abdicação, compreensão e amor incondicional. Em uma época onde a homossexualidade era considerada um distúrbio químico passível de tratamento, a protagonista Lili Elbe foi capaz de vestir suas convicções e lutar por seus ideais. Ao seu lado sempre esteve sua esposa, que deixou de lado o orgulho, e tornou-se o alicerce para que ele encontrasse o equilíbrio entre o corpo e o espírito. Com atuações soberbas de Eddie Redmayne e Alicia Vikander, A Garota Dinamarquesa ganha densidade e robustez pelo belo trabalho de seus atores. Redmayne, com um impecável trabalho corporal, transmite - de forma silenciosa - toda a dor, conflito e revolução de sentimentos que habitam seu íntimo. Completamente desaparecido quando está travestido de Lili, o ator mais uma vez nos presenteia com uma competente caracterização. É melhor que Leonardo DiCaprio? De forma alguma. Apesar do excelente trabalho, Redmayne não apresenta a mesma alma e entrega do astro de O Regresso. Já Alicia Vikander, ahh essa sim merece o Oscar. Se a jovem atriz já tinha sido o grande destaque de Ex-Machina, aqui ela representa o ponto de equilíbrio da trama, o mais complexo arco dramático do longa. Madura, despida de preconceitos e dona de uma emocionante resignação, sua personagem é capaz de identificar os traços femininos em seu marido, aceitar a condição, conviver com a solidão imposta, e ainda ser a base emocional de seu companheiro. Um trabalho soberbo, digno de aplausos.
Destacam-se ainda a linda cinematografia, a densa trilha sonora, a incrível seleção de figurino, e a impecável direção de arte. A Garota Dinamarquesa é um filme agridoce, com uma temática extremamente atual, e que é engrandecido por seu extraordinário elenco.


Gustavo Rezende (instagram @gustavosrezende) é publicitário, especialista em desenvolvimento de produtos cosméticos e amante da sétima arte. Criador do instagram @cinediario, contribui semanalmente com críticas, indicações e curiosidades sobre os melhores filmes.















05 fevereiro, 2016

Anomalisa!



Não importa se você goste ou não de carnaval. Nosso bloco é do amor e aqui a gente samba o ano inteiro. Um ótimo feriado, turma!

Agora, a coluna do nosso queridíssimo Gustavo Rezende:


A sétima arte, em palavras - Gustavo Rezende


Somente Charlie Kaufman seria capaz de produzir uma animação tão ousada, profunda e melancólica como Anomalisa. O cineasta responsável por Quero Ser John Malkovich, Adaptação e Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças constrói um maduro estudo sobre a solidão, a incomunicabilidade, e os desgastes das relações humanas. Utilizando a técnica de stop motion, Kaufman desenvolve um mundo palpável, acabrunhado e colorido ora em tons pastéis, ora em uma paleta mais densa. Uma cinematografia que traduz todo o estado de espírito de seus personagens. Com sua conhecida e brilhante audácia, o diretor introduz duas cenas inesperadas durante a projeção, uma delas envolvendo nu frontal, e outra expondo um sexo oral entre os personagens. Mais adulto impossível!
A trama acompanha a viagem de Michael Stone - uma celebridade do mundo corporativo - a Cincinnati nos EUA, onde tem uma palestra agendada. Ao contrário dos temas de auto-ajuda abordados em suas exposições, Stone é um ser introspectivo, indeciso e com graves problemas de relacionamento. Casado e com um filho, ele encontra em uma fā a chance de descobrir o verdadeiro significado do amor. Pronto! Somente isso deve ser revelado sobre esse brilhante filme, afinal Anomalisa precisa ser sentido, descoberto e absorvido. Brincando com as vozes dos personagens, Kaufman elabora um criativo artifício para transmitir sua mensagem. Sendo assim, não assista de forma alguma à versão dublada, afinal a sonoridade do longa é essencial para a sua compreensão.
Triste, emocionante - e por que não dizer injusto - Anomalisa é o retrato da vida como ela é, com suas perdas, derrotas e decepções. Tudo isso em um formato que você jamais viu: uma animação!

CURIOSIDADES:
● O longa foi indicado ao Oscar de melhor animação. 
● O filme conta com apenas três nomes nas dublagens, dentre elas Jennifer Jason Leigh, indicada por Os Oito Odiados. Sua importância na trama pode ser comparada à personagem de Scarlett Johansson no espetacular Ela.


Gustavo Rezende (instagram @gustavosrezende) é publicitário, especialista em desenvolvimento de produtos cosméticos e amante da sétima arte. Criador do instagram @cinediario, contribui semanalmente com críticas, indicações e curiosidades sobre os melhores filmes.













13 novembro, 2015

A sétima arte, em palavras

 O AMAR É PUNK já está pronto e à venda pelo email: loja.fernandamello@gmail.com. Para ficar ligado nos lançamentos, só seguir o meu IG: @fernandacmello ou snap fecmello. Dia 26/11, tem o evento oficial, em BH, na Autêntica, Savassi. #savethedate Beijos e um ótimo final de semana!



A sétima arte, em palavras - Gustavo Rezende

Scott Cooper acertou mais uma vez! Depois do excelente Coração Louco e do eficiente Tudo por Justiça, o diretor nos apresenta Aliança do Crime, um longa muito bem estruturado, conduzido de forma magnética e com atuações soberbas, especialmente de Johnny Depp.
Depois de inúmeras escolhas equivocadas, o ator está de volta na melhor atuação de sua carreira! De forma absorvente e mediúnica, o astro constrói um personagem violento, sádico, de uma frieza inquietante e absolutamente asqueroso. Amparado por uma maquiagem que o deixou careca, com a pele repleta de cicatrizes de acne, e os dentes escurecidos, Depp deixa aflorar toda a psicopatia de James "Whitey" Bulger, um mafioso que monopolizou as ações criminosas em Boston nos anos 70 e 80. Com um olhar de gelar a espinha, o personagem mostra toda sua crueldade e capacidade ameaçadora através de cenas como a que mostra como ele educa o filho; ou como questiona a ausência da esposa do amigo na mesa de jantar; ou mesmo a forma como reage quando um parceiro revela o segredo de uma receita familiar. 
Repleto de referências a filmes de Scorsese como Os Bons Companheiros e Os Infiltrados, e com uma atmosfera envolvente como a de Os Suspeitos de Bryan Singer, Aliança do Crime consegue seduzir o espectador em um trama que envolve amizade, poder, traição, ambição e violência gráfica explícita. 
O elenco estelar ainda conta com o ótimo Joel Edgerton, que desenvolve um personagem arrogante, ambicioso e irritante. Sua transformação psicológica e a adoção de atitudes amorais pelo poder, transformam o ator em um grande contraponto para Depp. Apesar de também estar presente, Benedict Cumberbatch está completamente desvalorizado na pele de um senador, irmão de James. Outros grandes nomes como Kevin Bacon e Juno Temple completam o casting. A bola fora está na pequena participação da "Anastasia" Dakota Johnson. Rindo não sei do que, a atriz não confere peso dramático ao personagem, mesmo em uma cena dramática envolvendo seu filho.
Muito bem fotografado, com uma edição limpa e eficiente, o longa marca a retomada de Depp às grandes atuações, tornando-o um dos favoritos ao Oscar de ator. Simplesmente espetacular!





Gustavo Rezende (instagram @gustavosrezende) é publicitário, especialista em desenvolvimento de produtos cosméticos e amante da sétima arte. Criador do instagram @cinediario, contribui semanalmente com críticas, indicações e curiosidades sobre os melhores filmes.

06 novembro, 2015

Amar é punk (e Spielberg também!)

E, finalmente, chegou! O tão esperado AMAR É PUNK já está pronto e à venda pelo email: loja.fernandamello@gmail.com. Para ficar ligado nos lançamentos, só seguir o meu IG: @fernandacmello. Beijos e uma ótimo final de semana!


A sétima arte, em palavras - Gustavo Rezende


Steven Spielberg está de volta, e em grande estilo! Em Ponte dos Espiões, o genial cineasta utiliza mais uma guerra para contar a história de um homem que se destacou em uma sociedade acuda e paranóica com a possibilidade de um ataque nuclear. Esse era o contexto da Guerra Fria, período onde os Estados Unidos e a União Soviética travaram uma "batalha silenciosa", repleta de espionagens, prisões políticas e marcada pela perda do íntimo e do pessoal. É nesse cenário caótico que Spielberg nos apresenta a envolvente história de James Donovan, um advogado de seguros que aceita defender um suposto espião soviético, capturado pelos americanos.
Cada dia mais envolvido com o caso, Donovan acaba se vendo eleito como negociador oficial do governo americano em solo estrangeiro. Nesse contexto, o cineasta escancara uma edificante mensagem de amor ao próximo, tolerância entre os povos e, principalmente, persistência na busca por aquilo que se almeja. Com um roteiro repleto de sarcasmo - o texto final foi revisado pelos irmãos Cohen - o longa apresenta uma narrativa linear e convencional, mas repleta de momentos antológicos e emocionantes. Um dos grandes destaques do filme fica por conta do elenco. Encabeçado pelo sempre ótimo Tom Hanks, a produção conta ainda com a avassaladora atuação de Mark Rylance. Na pele do espião soviético, o ator constrói um personagem contido, inabalável e repleto de subcamadas emotivas, tornando-se um sério candidato a uma indicação ao Oscar de coadjuvante. 
Claramente dividido em duas etapas distintas (mas dependentes), Ponte dos Espiões se apresenta como um eficiente drama de tribunal em sua primeira metade, e como um ótimo drama de situação em sua metade final, apesar de apelar para o sentimentalismo em algumas passagens. Um alerta fica por conta de seu ritmo. Basicamente formado por diálogos e pouquíssima ação, o filme pode entediar aqueles que estão acostumados a narrativas mais movimentadas. 
Brilhantemente dirigido, com uma cinematografia impecável e uma mensagem extremamente atual, Ponte dos Espiões é um filme espetacular. Não deixe de ver!




Gustavo Rezende (instagram @gustavosrezende) é publicitário, especialista em desenvolvimento de produtos cosméticos e amante da sétima arte. Criador do instagram @cinediario, contribui semanalmente com críticas, indicações e curiosidades sobre os melhores filmes.

25 setembro, 2015

Desabafo

Esse negócio de amor só tem funcionado mesmo para me fazer escrever. Espero, de coração, que esse tempo de "escolhas insensatas" termine. E eu volte a acreditar nas pessoas - e no amor - de novo.

(Isso é um pedido. E quase uma prece).



Agora, para começar o final de semana com arte (e alegria!), a coluna do nosso querido Gustavo do @cinediario!

A sétima arte, em palavras - Gustavo Rezende

Baltasar Kormákur precisava ter trocado umas ideias com Danny Boyle antes de rodar Everest.
Sem cair na fácil armadilha do sentimentalismo, com uma narrativa em primeira pessoa e uma grande limitação de espaço, Boyle fez história com o incrível 127 horas. O mesmo não pode se dizer de Everest, aventura dramática que conta a história de 8 alpinistas que resolveram chegar ao cume de um dos montes mais famosos do mundo. Obviamente nem tudo sairá como planejado, colocando a vida de todos eles em risco. Repleto de clichês, orquestrado por uma trilha que antecipa todos as ações do filme, e com uma alta dose de sentimentalismo, Everest torna-se um grande emaranhado, costurado com elementos que não combinam entre si. Com 2h de projeção, o longa demora pelo menos 1h para colocar uma cena de ação na tela. Todo esse tempo é preenchido por tramas paralelas que não acrescentam nada de interessante no contexto. Temos a história do casal de alpinistas "grávidos", o "mártir" que quer escalar para servir de exemplo para as crianças, e o homem que esqueceu de ligar para a mulher para cumprimentar pelo aniversário de casamento. Essa primeira hora é um verdadeiro exercício de paciência, já que a projeção perde um tempo demasiado com os preparativos da escalada, deixando o espectador com uma grande sensação de frustração. Repleto de estrelas como Josh Brolin, Jake Gyllenhaal, Emily Watson, Keira Knightley e Sam Worthington, Everest seria infinitamente mais atraente se tivesse concentrado sua narrativa na escalada, e nos problemas encontrados durante o percurso. Ao contrário disso, o longa prefere preencher as lacunas com muito melodrama e cenas trabalhadas para arrancar lágrimas do espectador. Outro grande problema do filme é a trilha sonora. Imagine uma cena onde os alpinistas estão caminhando por uma ponte suspensa. De repente, um acorde dramático começa a tocar. Logo pensamos: Opa! Alguém vai cair. E não é que a nossa "intuição" se concretiza! Essa falha se repete em todo o filme, sejam nas cenas alegres ou dramáticas. Ou seja, com Everest não existe surpresa, a trilha já nos conta tudo!
Lento e irregular, Everest desperdiça uma grande história.

Nota: ☆☆


Gustavo Rezende (instagram @gustavosrezende) é publicitário, especialista em desenvolvimento de produtos cosméticos e amante da sétima arte. Criador do instagram @cinediario, contribui semanalmente com críticas, indicações e curiosidades sobre os melhores filmes.

18 setembro, 2015

COLEÇÃO DE SIM SEM FIM

Depois de uma seleção incontável de erros, hora de virar a página e começar a acertar. Pra valer, dessa vez. Para manter a concentração, é bom parar e anotar: Chegou a hora da minha COLEÇÃO DE SIM, SEM FIM. Duvidam?
Foto Alê Ladeira
Agora, para começar o final de semana com arte (e alegria!), a coluna do nosso querido Gustavo do @cinediario!

A sétima arte, em palavras - Gustavo Rezende

Ascensão, queda e recomeço. Essa é a tríade que conduz o espetacular Nocaute. Dirigido por Antoine Fuqua (Dia de Treinamento) e contando com uma atuação soberba de Jake Gyllenhaal, o longa nos presenteia com uma emocionante história de superação frente aos obstáculos que a vida nos impõe. Literalmente, o título do filme nos conduz ao universo do boxe profissional, mas também pode ser interpretado como uma metáfora aos golpes que o protagonista leva em sua vida pessoal. Campeão mundial e maior astro do esporte, Billy Hope se vê em uma espiral descendente após uma tragédia se instalar em sua vida. Descrente e sem forças para continuar, Hope terá que "recolher os cacos" e lutar para reconquistar tudo aquilo que perdeu, inclusive o amor de sua família.
O longa não apresenta muitas inovações ao segmento "filme de boxe". Estão aqui todos os clichês do gênero, como o oponente odiável, o agente que vê lucro acima de tudo, o técnico turrão que não quer o treinar o protagonista, e as lutas repletas de emoção. A grande diferença é que Fuqua consegue trabalhar essas trivialidades de forma eficiente, e ainda está amparado por uma das mais espetaculares atuações da carreira de Jake Gyllenhaal. O talentoso ator surpreende mais uma vez, e constrói um personagem fisicamente modificado e repleto de subcamadas emocionais. Muitas vezes, todo o sentimento do lutador é externado através do olhar, já que as palavras são incapazes de representar toda a desconstrução sentimental que se passa em seu interior. Pelo papel, Jake torna-se um sério candidato a uma indicação ao Oscar. Outro grande destaque da produção é a atriz-mirim Oona Laurence. Interpretando a filha de Jake, a jovem imprime uma enorme densidade dramática, transparecendo toda vulnerabilidade emocional de seu personagem.
Nocaute é um filme emocionante, denso e que nos faz vibrar com a história de um homem que precisou chegar ao fundo do poço para encontrar sua verdadeira essência. Imperdível!

Gustavo Rezende (instagram @gustavosrezende) é publicitário, especialista em desenvolvimento de produtos cosméticos e amante da sétima arte. Criador do instagram @cinediario, contribui semanalmente com críticas, indicações e curiosidades sobre os melhores filmes.

11 setembro, 2015

A difícil arte da D.R.


A coisa mais DIFÍCIL de um relacionamento é um não querer compreender o que o outro sente. E achar que tudo o que se diz é cobrança. Não, às vezes a gente só quer falar, explicar o que está passando. Para a mulher, isso é dividir. Para o homem, isso é cobrar.

Homens morrem de medo dessa coisa de vínculo, já dizia Chico Sá. E acham que toda mulher está enlouquecida para casar e se aproveitar de algum tipo de situação (seja lá qual for). Cara, na boa, em que século você vive? Já passou pela sua cabeça que a gente quer viver o amor e se divertir com vocês, no melhor sentido da palavra?

E dá-lhe esforço para mostrar que DR, no fundo, é nosso jeito de querer "arrumar" as coisas. Porque Carpinejar já escreveu, eu concordo e reafirmo: quando uma mulher está calada é porque já está de malas prontas.
Portanto, rapazes, sejam fortes e entendam a nossa necessidade biológica de blablablá. É um saco, eu sei, mas é a nossa maneira de demostrar que nos importamos com a relação. E com vocês.



Agora, para começar o final de semana com arte (e alegria!), a coluna do nosso querido Gustavo do @cinediario!


A sétima arte, em palavras - Gustavo Rezende

Jonathan Demme está de volta em grande estilo! 7 anos depois de entregar o pouco visto - mas muito competente - O Casamento de Rachel, o consagrado diretor de O Silencio dos Inocentes convoca Meryl Streep para estrelar um filme energético, cativante e muito bem conduzido.
Ricki and the Flash apresenta a estrutura que Demme gosta de trabalhar em seus filmes mais humanos, como a construção de um personagem repleto de subcamadas emotivas, sua confrontação com o passado e a forma como a relação restabelecida influencia a vida de todos os envolvidos. Foi assim em Filadélfia, quando o personagem de Tom Hanks precisou enfrentar os tribunais para ser indenizado por preconceito, e em O Casamento de Rachel, onde a personagem de Anne Hathaway deixa a clínica de reabilitação para participar do casamento de sua irmã. Curiosamente, ambos foram indicados ao Oscar, sendo que Hanks saiu vitorioso. Seria um indício de mais uma indicação para Meryl Streep? Motivos não faltam, pois a atriz dá um verdadeiro show como Ricki, uma mulher que abandonou a família há 20 anos por ter um espírito livre e por amar o rock'n roll. Cantando divinamente bem - inclusive canções bem conhecidas como Bad Romance e I'm Still Haven't Found What I'm Looking For - e com uma presença de palco inebriante, a atriz prova toda sua versatilidade e competência em mais uma atuação arrebatadora. A cena que ela canta, emocionada por uma atitude de seu namorado (também guitarrista de banda), é de uma riqueza incrível onde a atriz passa todos os sentimentos através do olhar. Outra grata surpresa é Mamie Gummer, que consegue exorcizar o fato de ser filha de Meryl Streep, entregando uma atuação segura e emocionante. Roteirizado por Diablo Cody (Juno), Ricki and the Flash apresenta uma estrutura simples mas muito eficiente. É um filme que promove a interiorização - tanto geográfica quanto emocional - de uma mulher que resolveu "voar", mas que sente a necessidade de "aterrissar" no colo daqueles que fazem parte de sua essência. Como ela própria diz em um trecho do filme: "Eu não tenho muito a oferecer, pois não tenho grana. Como artista, posso presentear apenas com meu show"
E que show!


Gustavo Rezende (instagram @gustavosrezende) é publicitário, especialista em desenvolvimento de produtos cosméticos e amante da sétima arte. Criador do instagram @cinediario, contribui semanalmente com críticas, indicações e curiosidades sobre os melhores filmes.










28 agosto, 2015

Você acredita?


Você acredita em destino?
Você acredita que algumas pessoas não entram na sua vida por acaso?
Você acredita em amor à primeira vista?
Ou, quem sabe, em empatia no primeiro olhar?

Você acredita que podemos mudar nossos caminhos e escrever um capítulo à parte?

Você acredita em reencarnação, em vida após
morte, ou simplesmente em vida após um amor?

Você acredita em mim?
Acredita nos meus olhos quando digo que vale a pena, que tudo pode dar certo?
Você lê meu coração?
Acredita nas minhas palavras, quando escrevo frases sem sentido
e te deixo, assim, cheia de sim?

Você acredita que seu amor pelo mundo pode te trazer de volta para você?

Eu acredito.
Por isso, espero.
E te espero: SEMPRE FELIZ.

(Para Karina, um beijo da sua sempre amiga Fê!)



A sétima arte, em palavras - Gustavo Rezende


É preocupante o cenário do cinema nacional. Depois dos inúteis Qualquer Gato Vira-Lata 2, Loucas para Casar e Meu Passado me Condena 2, chega aos cinemas mais um filme que subestima a inteligência do espectador, e o condena a consumir um repertório inesgotável de piadas prontas, clichês, estereótipos e atuações caricatas. Meu Deus, até quando o cinema nacional vai adotar essa linguagem televisiva e entregar "series globais" fantasiadas de filme? É impossível trabalhar o roteiro e colocar uma pitada de nexo naquilo que será exibido para seu público-alvo?
Não me canso de falar do cinema argentino, produzido em um país com a economia dilacerada, mas que está anos-luz à nossa frente. Sabe qual o segredo? O talento dos roteiristas, capaz de inovar e criar histórias desafiadoras e inteligentes. Claro que o Brasil tem excelentes roteiristas e diretores, mas muitas vezes seus filmes não são consumidos pela grande massa, que prefere a "desculturalização" de tramas vazias e redundantes.
Linda de Morrer já começa errado através do título, que utiliza um trocadilho da pior espécie para contar a história de uma médica que morre ao buscar a beleza inatingível. Em "forma de fantasma" retorna à terra para impedir que o remédio - criado por ela - seja comercializado e faça outras vítimas. Usando fórmulas já desgastadas, o filme não apresenta absolutamente nada de novo, entregando mais uma "comidinha requentada". Ainda bem que a tortura dura pouco, pois o longa tem inacreditáveis 1h15 de duração. Agora, inacreditável mesmo é a atriz Glória Pires se sujeitar a fazer uma bomba dessa. Consagrada pelas atuações em Memorial de Maria Moura e O Quatrilho, Glória reúne todos os maneirismos e situações grotescas para entregar um personagem inacreditavelmente ruim.

Para esquecer!


Gustavo Rezende (instagram @gustavosrezende) é publicitário, especialista em desenvolvimento de produtos cosméticos e amante da sétima arte. Criador do instagram @cinediario, contribui semanalmente com críticas, indicações e curiosidades sobre os melhores filmes.












21 agosto, 2015


Hoje vai ser só uma frase  porque  não preciso de muito para expressar tudo o que se passa dentro de mim:

O único nó que eu ainda não tiro de letra é o NÓ NA GARGANTA.


Foto: Alessandra Duarte

Agora, para começar o final de semana com arte (e alegria!), a coluna do nosso querido Gustavo do @cinediario!


A sétima arte, em palavras - Gustavo Rezende

Estamos vivendo uma overdose de comédias francesas. Com o recente festival Varilux, aportaram nos cinemas produções como Beijei uma Garota, Samba, Que Mal Eu Fiz a Deus?, O Que as Mulheres Querem e o levinho Sobre Amigos, Amor e Vinho. 
Partindo de uma premissa muito interessante - onde um cinquentão malhado e extremamente saudável sofre um infarto, e passa a fazer tudo aquilo que sempre se policiou - o longa do diretor Eric Lavaine acaba perdendo impacto, e entrega uma narrativa convencional, mas super divertida. Sabe aquele filme despretensioso, sereno, mas extremamente esquecível? Pois é! Esse é um ótimo exemplar. Apesar de toda a aura descontraída, um fato me incomodou profundamente no longa: o desenvolvimento dos personagens. Construídos através de arquétipos e estereótipos, as figuras humanas não convencem como conjunto. Lavaine tenta nos convencer que um grupo extremamente heterogêneo cultiva uma amizade há mais de 20 anos, não passando a verossimilhança necessária para tal feito. Temos aqui o "novo homem", o chato, o bobo, a expansiva, a "invisível", o ciumento, todos eles construídos de forma superlativa e exagerada. Bola fora de um roteiro, que poderia trazer uma reflexão super interessante sobre a mudança de perspectiva de um homem que levava uma vida certinha mas, após o incidente, passou viver como se fosse o último dia. Pena que o enfoque aqui tenha sido para as relações interpessoais e a comédia de cotidiano. Não que o filme seja ruim, longe disso. Sobre Amigos, Amor e Vinho é um ótimo programa após um dia pesado e desgastante; é capaz de arrancar risadas e deixar uma enorme sensação de bem-estar. Mas isso é muito pouco para uma produção com grande potencial como essa aqui.


Gustavo Rezende (instagram @gustavosrezende) é publicitário, especialista em desenvolvimento de produtos cosméticos e amante da sétima arte. Criador do instagram @cinediario, contribui semanalmente com críticas, indicações e curiosidades sobre os melhores filmes.













14 agosto, 2015

Raiva: fazendo as pazes com seu lado Grrrr!

Sempre fui uma pessoa de dar na cara, independente do que isso signifique.
Mostro na cara quanto gosto. Quando não gosto. E - se me irritarem muito! - eu ainda dou na cara. Mas aí é com as palavras. Minha raiva é verbal, meu chute sempre vem em forma de frase. Ou texto. Se tenho medo de mim? Nenhum. E não me poupo nessas horas. Aprendi que sentir raiva é normal, reprimir emoções pode deixar a gente doente. E de mal com a vida.
O xis da questão é saber o que fazer com esse sentimento, tido - desde sempre - como feio. Peraí, raiva não é feio! Minha raiva, por exemplo, é uma puta de uma amiga. Que tem classe. Usa batom vermelho. E vive de salto alto.


Aprendi, a duras penas, que uma raiva bem canalizada pode ser uma mola impulsora na vida da gente. Quer coisa melhor? Reciclar o coração para dar um salto qualitativo na vida?
Então, faça as pazes com a sua raiva! Chame-a para perto, quando ela aparecer. Converse com ela, compreenda seus motivos. E veja como é gostoso quando seu maior inimigo vira um grande - e bravo! - aliado.

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A sétima arte, em palavras - Gustavo Rezende


Tom Cruise está para Missão Impossível, assim como Johnny Depp está para personagens pitorescos.
 Ator, produtor, elemento ativo na escolha do elenco e da equipe, o astro é a verdadeira alma dessa franquia que está cada dia melhor. Nação Secreta - o novo capítulo - é um dos melhores da saga e um dos melhores filmes de ação dos últimos tempos. Equilibrando de forma eficaz todos os elementos necessários para o sucesso de um filme desse gênero, o longa empolga, envolve e deixa uma deliciosa sensação de quero mais. O grande mérito dessa quinta produção é ter um roteiro muito bem escrito, personagens bem desenvolvidos e "apelar" para o humor inteligente como válvula de escape. Além disso, o longa ainda apresenta a personagem feminina mais sedutora, dúbia e relevante de toda a franquia. Ilsa, interpretada pela bela atriz Rebecca Ferguson, me pareceu uma clara homenagem à personagem de Ingrid Bergman em Casablanca. Além de carregarem o mesmo nome e terem a famosa cidade marroquina como pano de fundo, ambas personagens possuem personalidades semelhantes e um ar misterioso de suas reais motivações. As cenas de ação são muito bem dirigidas, e ganham volume e intensidade com a capacidade de Cruise fazê-las parecer real. Observe o belíssimo lance envolvendo uma ópera, palco de um atentado a um grande figurão do governo. Intercalando números musicais impecáveis e uma ação frenética nos bastidores, o diretor Christopher McQuarrie consegue transparecer sofisticação, sensualidade e urgência na medida certa. Fantástico! Outras grandes cenas estão presentes em Nação Secreta, com destaque para as situações envolvendo um avião em movimento, o mergulho em um tanque giratório e uma frenética perseguição de motos.
Missão Impossível 5 mostra uma grande descoberta de Ethan Hunt (Tom Cruise): o famoso Sindicato é real, e está tentando destruir o IMF. Para combater uma nação secreta, tão treinada e equipada quanto eles mesmos, o agente especial tem que contar com toda a ajuda disponível, incluindo de pessoas não muito confiáveis.
Muito bem conduzido, com ação bem pontuada e ótimos personagens, Missão Impossível: Nação Secreta é um "filmaço" que vale o ingresso.


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07 agosto, 2015

TPM: Treinada Para Matar?


Amar é uma das coisas mais legais do mundo. Isso, é claro, se você, ou quem está ao seu lado, não estiver na TPM.

Aí, minha amiga, nem santo aguenta! Ou nos aguentam os eventuais namorados, maridos e afins 
que não foram canonizados ainda (deveriam?!) e que mesmo não entendendo patavinas do nosso desatino hormonal tentam nos compreender e nos ajudar.

Pergunto: já que as mudanças são tão intensas e nós mesmas não nos suportamos nesse período, como exigir que os homens, cheios de testosterona, entendam o humor oscilante e os beicinhos emburrados, durante nossos tortuosos dias de cão?
“PORQUE SIM!”, você, na TPM, irá me dizer. E eu, mais que depressa, vou concordar. 

Mas sabemos que nada é tão simples. Como canta a música “Mulher de fases”, da banda Raimundos,
lançada em 1999, no disco Só no Forevis: “meu namoro é na folhinha”. Salve os espertos Digão e
Rodolfo, que não só marcaram a história da música brasileira, como também cantaram sobre esse controverso tema: grande parte das mulheres é mesmo de fases.

Nesse período, a gente, sensata até a página 3, passa a se irritar com qualquer coisa. A chorar por bobagens. E a se comover com todos os sofrimentos do mundo.

ESTOU MENTINDO?

E dá-lhe chocolate para amansar nossa fera interior. Dá-lhe cafuné, dá-lhe paciência!

Agora, se você é mulher e namora com outra garota: parabéns! Além de ajudar a desconstruir esse paradigma preconceituoso que ainda ronda a palavra homossexualismo", você tem a sorte de se relacionar com alguém que sabe que a TPM não é invenção do século XX (embora, vez ou outra, a gente a use como justificativa para as nossas maluquices). Mas, se sua TPM coincide com a da sua namorada, minha querida... Boa sorte! Serão duas onças raivosas na mesma jaula. E duas caras zangadas no almoço de família, quando aquela tia desavisada perguntar: “E os namoradinhos, querida?”.

A grande verdade é que TPM não é invenção, infelizmente. É físico, químico, biológico e emocional. 
Se você é uma abençoada que não sofre desse mal, recomendo que não comente isso com outras mulheres. Porque – juro – garotas não veem com bons olhos quem nunca teve TPM (ou celulite) na vida. Afinal, de que raios de planeta você surgiu?

ps: esse é um pequeno trecho do meu novo livro O AMOR NA TPM, que será lançado pela Editora Empíreo, dia 18 de agosto, a partir das 18 horas, no Jângal Bar. Para saber mais sobre o livro e para aproveitar a pré-venda, só acessar: www.amornatpm.com


Agora, para começar o final de semana com arte, a coluna do nosso querido Gustavo do Cinediário!

A sétima arte, em palavras - Gustavo Rezende

Os tradutores brasileiros fizeram mais uma. Sinceramente, eu não consigo entender o que passa na cabeça de um profissional que traduz Kidnapping Mr. Heineken (Sequestrando Mr. Heineken) para Jogada de Mestre. Um sequestro, repleto de pontas soltas e desdobramentos fatídicos, pode ser considerado tudo, menos uma jogada de mestre. Além disso, o título em português esconde o grande atrativo do longa: a história verídica - e pouco conhecida - do atentado ao bilionário Freddy Heineken, dono da marca de cerveja que carrega seu sobrenome. Vai entender! 
Jogada de Mestre é um longa que apresenta altos e baixos na mesma proporção. O diretor Daniel Alfredson consegue compor uma ótima atmosfera, onde o suspense e o drama apresentam-se de forma crescente e envolvente. Esse resultado é conquistado através da experiência do diretor com películas desse gênero, como por exemplo, o segundo e terceiro capítulos da trilogia Millenium. Um outro aspecto interessante do filme é mostrar a história através do ponto de vista dos sequestradores. Essa mudança de foco foi uma boa sacada, pois as condições da Holanda nos anos 80 impactavam muito mais as classes desfavorecidas que os magnatas endinheirados. Sendo assim, o "material humano" dos bandidos é muito mais rico e complexo, merecendo o destaque. A ambientação e a reconstituição de época também são muito bem realizadas, com destaque para a trilha sonora e a cenografia. Mas o longa também está recheado de problemas. O primeiro deles fica por conta do ritmo, que não consegue sustentar a linearidade da narrativa, tornando-se muitas vezes arrastado. A edição também apresenta sérios lapsos, especialmente no que diz respeito à percepção de tempo. Muitas vezes temos a sensação que o filme teve um salto temporal, quando percebemos que ele continua no mesmo dia. Falha inaceitável para uma produção desse nível. Apesar de não ser o foco principal da narrativa, senti falta de uma maior participação de Antony Hopkins (Mr. Heineken). Atuando como um mero coadjuvante,  o ator rouba as cenas em que aparece, como se clamasse por mais destaque na trama.
Jogada de Mestre é um filme que quase chegou lá. Pena que faltou fôlego.



Gustavo Rezende (instagram @gustavosrezende) é publicitário, especialista em desenvolvimento de produtos cosméticos e amante da sétima arte. Criador do instagram @cinediario, contribui semanalmente com críticas, indicações e curiosidades sobre os melhores filmes.