19 março, 2010

CANSEI DE SER BOBA

“Declare guerra a quem finge te amar, declare guerra
A vida anda ruim na aldeia
Chega de passar
A mão na cabeça de quem te sacaneia...”

De uns tempos pra cá, muita coisa mudou. Terminei um namoro. Deletei um monte de gente da minha vida. Tudo sem um pingo de remorso. Quem me conhece, sabe que eu nunca fui assim. Sempre dei segundas, terceiras e décimas chances pra todo mundo. Sempre compreendi os erros alheios. Chorei e sofri junto. E passei a mão na cabeça de quem fingia querer o meu bem. Estou mentindo?

A verdade é que, se me analisarem hoje, eu virei outra pessoa. Sou quase a mesma de sempre, mas sinto que não sou mais boazinha. Minha tolerância acabou, minha intuição fareja à distância uma cabecinha ruim. Não aceito mais ser amiga de stalkers, de gente mal-resolvida e que me ferra pelas costas. Não tenho raiva de ninguém, mas minha prioridade agora é uma só: eu. Podem me chamar de egoísta, eu aceito. Mas chega uma hora na vida que a gente tem que parar de ser boa com os outros e ser boa – primeiramente - com a gente. Fiquei amarga? Não mesmo. Agora eu sou prática. Vacilou? A porta está aberta, meu bem. Sem dó nem piedade.

Outro dia uma amiga me disse uma frase que prometi não esquecer: quando o “ajudar ao outro” começa a te prejudicar, chegou a hora de parar. OK. Me desculpem, então, os que larguei à deriva. Salve-se quem puder! (Não é esse o clima?).

É, gente, infelizmente, tudo tem seu limite. A gente nunca vai ajudar alguém que (de alguma maneira) quer te prejudicar. É a mesma coisa que salvar quem está afogando. Se bobear, um abraço. Em um minuto, os dois estarão lá no fundo...

Acho que deveria ser instituído com amigos igual fazemos com namorado. Uma coisa do tipo: querida, vamos terminar... Acho muito digno. E até saudável. Afinal, se quase nada é eterno, quem disse que amizades não podem chegar ao fim?

Eu sempre fui boazinha, admito. Mas... EU FUI. Agora, acreditem ou não, não sou mais. E não vou tolerar ninguém que me faça ter sentimentos que não sejam incríveis. É uma questão de respeito com a minha própria vida. E comigo mesma. Não quero. Não posso. Não vou. E, se insistir, eu vou botar pra quebrar, despejar cada palavra dura, doa a quem doer. Estão com medo? (Eu estaria). Cansei de cobranças, chantagens emocionais, meu coração antes mole ficou forte, imaginem só! 4 séries de 8 durante anos e anos.... (Me entendem?).

Então pra você que acha que eu sou a mesma boba de sempre (que escuta, releva e põe panos quentes), um aviso: tome cuidado comigo. Porque agora que eu sei o que me é caro, não vou mais deixar barato.



Ps: Esse texto é dedicado aos stalkers da minha vida. FUJAM. (Porque está em tempo...)

Um agradecimento especial à Wal, sábia em muitas de suas frases. E às minhas amigas fofas com quem posso ser eu mesma sempre. Amo vocês.

01 março, 2010

ELE, O TELEFONE


(por que coisas tão pequenas deixam a gente tão doida?)

Eu não gosto de telefone, nunca gostei. Quer falar comigo? Me mande um e-mail, uma carta registrada, um fax, uma mensagem no celular. Sinto muito, gente. Meu negócio não é falar, é escrever. Acho chato, me aborrece, minha sobrancelha vai lá em cima toda vez que o aparelho toca. Nada pior que ouvir o telefone tremer e aquela voz metálica acusar: you have a message! Meu Deus do Céu, ela ainda fala inglês? Ah, não, não e não. É um absurdo uma coisa tão pequena vir me torturar dentro da minha própria casa. Tenham todos a Santa Paciência!

Eu sou daquelas pessoas que, por fora, parece estar a um passo do futuro. Tudo mentira. Eu odeio gente que liga pra bater papo em horário comercial, acho V3 nome de exterminador e o dia mais feliz da minha vida foi quando meu celular caiu dentro da privada. Mas minha felicidade foi rápida, admito. Em dois dias a operadora me enviou um modelo novo, com minutos grátis para falar com quem quiser! (...) Ah, batam palmas para a modernidade! Agora eu tenho créditos acumulados para falar com o mundo todo, sem pagar nada. (Não é ótimo?). Não, gente, não é. Me mandem uma camisa-de-força, um ótimo terapeuta, florais de Bach com ação intensiva... A verdade é que eu não gosto de falar ao telefone e fico PROFUNDAMENTE irritada quando ele resolve tocar no meio da minha melhor frase. O que acontece? Vocês querem mesmo saber? Acontece isso que vocês estão lendo. ISSO! Perco o rumo, a rima, o prumo, a compostura, fico doida de dar dó.

Estava eu aqui há meia hora atrás, calma como manda o figurino, escrevendo um texto que lentamente tomava vida própria quando – de repente – um trim me tirou da história. O motivo? Nada importante. N-A-D-A. (Porque quando é importante a gente não se abala, afinal a vida é assim). Mas ligar às 14 horas de uma segunda-feira para falar abobrinhas, reclamar da vizinha e fofocar sobre gente que eu nunca vi... Ah, pessoal, realmente não dá! Olha a crise mundial, olha a crise emocional, olha os terremotos no Chile, o quase Tsunami no Hawai... Olha o mundo girando sem parar enquanto você está dependurada no pobre aparelho...

Por isso meu pedido de hoje é estranho, neurótico e vai dar muito pano pra manga: VAMOS DAR UM BASTA NO USO INDISCRIMINADO DO TELEFONE. Me chamem pra tomar um café, me mandem um e-mail, uma carta, um SMS ou uma mensagem telepática... Me mandem o que quiserem, mas por favor: não me liguem. E, se eu não atender, não alternem ligações para o celular e o telefone de casa. Gente, NÃO FAÇAM ISSO! Além de me sentir culpada (é, acreditem: uma chamada não atendida me traz meio dia de culpa), eu vou pular o capítulo, deixar fugir a letrinha, escrever textos bizarros como esse e – ainda – mostrar meu pior lado que, convenhamos, não tem nada de estimulante.

ESTAMOS CONVERSADOS?


 
PS: ESTOU DE TPM. Obrigada pela compreensão.