12 fevereiro, 2010

HOMENS BANANAS x HOMENS DE VERDADE

(chegou a hora de honrar as próprias calças!)

Meninas, o negócio é o seguinte. Homem que é homem tem que ter coragem. Coragem pra ser homem. Coragem pra assumir seus defeitos. Coragem pra mostrar suas fragilidades. Coragem até pra terminar um namoro. Ah, me poupem! É muita covardia pra minha cabeça! Você olha e lá estão eles: governando empresas, liderando revoluções, resolvendo questões impossíveis, escalando montanhas, desafiando a ciência e a tecnologia... Mas é só o relacionamento esfriar, a dúvida aparecer e... cadê? Eles viram covardes. Se retraem. Somem. Camuflam o medo com frieza e indiferença. (Qual é o sexo frágil mesmo?).

Rapazes, ouçam bem! Preferimos mil vezes que vocês digam (sem muitos rodeios) que estão cansados. Que não nos querem mais. A cair no clichê mais manjado do mundo: o do homem distante. (Existe coisa mais angustiante que isso?). É um tal de não dar notícia. Desmarcar encontros. Inventar desculpas. Dizer que não tem dinheiro... E insistir que aquela velha “amiga” é apenas uma “amiga”. Quando vejo uma situação dessas, penso logo de cara: eles estão subestimando a nossa inteligência?

Agora descobri que não. Eles estão apenas escondendo o medo absurdo que eles têm da gente. Medo da nossa reação. Medo da gente chorar. Rodar a baiana. E afogar o poodle da mãe deles na panela de água fervente.

Eu, por exemplo, nunca afoguei o poodle de ninguém. E aceito passivamente quando um cara termina comigo. Mas se um sujeito começa a fazer hora pra eu perceber suas intenções de fuga... Ai, meu bem, já era... Viro uma onça. (E das bravas).

Gosto de palavras na cara. De frases que doem. De verdades ditas (benditas!). Sou prática em determinadas questões: ou você quer ou não. Acho um stress ficar pensando que, se o cara está distante, é por minha causa. Ou por causa do trabalho. Da família. O que for... Então, não me peçam para ler sinais. (Estou cansada disso!). Me escrevam um bilhete num post-it, eu prefiro. É muito melhor do que ficar no vácuo.

Nós - mulheres românticas e sonhadoras – também sabemos ser objetivas. Não gostamos de perder tempo. Nem queremos queimar nossos neurônios tentando adivinhar o que – na verdade – esses belos moços querem. Francamente, rapazes! Foram VOCÊS que nasceram com culhões. Não é possível que se tornem assim... tão bananas...

Eu sei, eu sei. Estou pegando pesado hoje. Homens têm dificuldade em lidar com as emoções. Com nossa instabilidade emocional. E mesmo assim, continuam sendo fofos (quando querem). E insubstituíveis (quando queremos).

Então, pelo amor que eu tenho a vocês, eu lhes peço (meninos!): SEJAM HOMENS DE VERDADE. Porque nós somos apenas mulheres. E precisamos de vocês.




PS: Texto dedicado a todas as minhas amigas e leitoras que – coincidentemente – viram o fim de seus romances nas últimas semanas. (Existe uma conspiração pré-carnaval?). Não fiquem tristes, garotas. Existem caras incríveis por aí. Que não são bananas. Não terminam por post-its. E sabem definitivamente honrar as próprias calças.

Rê, obrigada pela idéia sobre o tema. Te espero no 5º!



Um ótimo carnaval para todos!

04 fevereiro, 2010

AS MULHERES E OS SAPATOS

(para viver seu sonho, um conselho: esteja divinamente calçada)

Engraçado isso. Existe uma coisa que fez o maior sucesso no lançamento do meu livro. E não foi o meu LIVRO. Foi o meu SAPATO. Quem acompanhou, viu. Era um tal de chegar de mansinho. Elogiar o projeto gráfico. A capa. Minhas palavras. Comentar sobre o tempo. Brincar com o meu sotaque. E dizer, bem no final da conversa: mas e esse sapato? Ai, gente, impossível não registrar. Meu sapato causou tanto alvoroço que virou – claro! – o “sapato do lançamento”. Em todas as viagens, ele foi o primeiro a entrar na mala. A única coisa que – juntamente com os livros – eu não poderia esquecer. De jeito nenhum.

Minha prima (que observou o quanto as pessoas olhavam para o meu pé) me disse, no meio da confusão do evento: não se esqueça de escrever sobre isso.

OK. Cá estou... Lembrando de cada cidade. Cada livraria. Cada passo. No alto do meu salto, claro. Sapatos são - para as mulheres - mais que simples acessórios. Um tipo de intensificador de auto-estima... Algo como ter um Brad Pitti à tiracolo. Exagero? Ah, não sei não. Estou numa época que prefiro um bom sapato a um homem mais ou menos. Pelo menos o sapato aumenta minha autoconfiança e eu sei exatamente onde ele irá me machucar. ESTOU CERTA?

Mas o que não contei sobre o sapato em questão é que ele surgiu por um único motivo: eu não tinha como comprar uma roupa nova. Ainda mais pra cada lançamento. Com a produção do livro, minha conta ficou zerada. A ponto do gerente do banco me ligar, falar sobre juros de cheque especial e perguntar, no meio da conversa, como eu dormia à noite. (Que tal de Victoria´s Secret, Fabiano?).

Bom, nesse meio tempo... eu quase enlouqueci. E resolvi seguir minha teoria fashion de pessoa sem crédito: qualquer roupinha básica fica sempre perfeita quando acompanhada de um sapato fantástico. Pode parecer simples, mas NÃO FOI. O par de sapatos pelo qual me apaixonei era incrivelmente lindo. E incrivelmente caro. (Cadê alguém para me parar numa hora dessas?). O resto da história vocês já devem adivinhar. Quando dei por mim, JÁ ERA. Escondi minha falta de vergonha debaixo dos óculos escuros. E gastei o dinheiro INTEIRO da boleta do condomínio em um exclusivíssimo Peep Toe Bootie de verniz nº36. Ai, Meus Deus. Eram sapatos lindos... Altíssimos. Perfeitos... (Já contei que quando tinha 5 anos, ganhei sapatos de verniz da minha madrinha e dormi com eles durante uma semana?).

Pelo menos dessa vez foi diferente.

Ou quase.

Com a consciência no chão (embora eu estivesse nas alturas), comecei a achar que alguma coisa estava errada. Que futilidade era aquela, gente? É, nada fluía conforme o roteiro. AFINAL, PENSEM COMIGO... Eu estava me tornando uma escritora e – teoricamente – escritoras são profundas... Almejam entrar pra Academia Brasileira de Letras. E não pro Projeto Runaway, CERTO?

Mas, por favor. Já escrevi um livro, agora me dá um tempo. Para realizar o sonho da vida da gente, temos que estar devidamente calçadas. (E não com uma sandalinha Arezzo de 4 coleções passadas, não é mesmo?).

É, mais uma coisa aprendi com a Princesa de Rua (possivelmente ela se tornou maior do que EU, depois de publicada): pequenas obsessões existem para darmos folga às nossas preocupações. Seja um sapato. Novas cores de esmalte. Ou - até mesmo – um novo texto.


Afinal, somos mulheres ou o quê?




Um brinde às nossas obsessões. E aos momentos divertidos que elas nos proporcionam.

Ps: Esse texto é dedicado a todas as mulheres que amam sapatos. Em especial, à Fá, Beta e Brena. As mais divertidas sapatólatras que eu conheço.