08 abril, 2010

MEL

Mel é por toda parte. Todos os pontos cardeais.
Os famosos Norte, Sul, Leste, Oeste. E os esquecidos Nordeste, Noroeste, Sudoeste e Sudeste.
Mel é em todas as direções.
Conheça Mel há muito tempo, mas nunca da maneira que a conheço agora.
Mel é antena. De tudo sabe, de tudo dá notícia.
Tem uma memória invejável e lembra com detalhes frases ditas há anos.
É clássica e ao mesmo tempo moderna. O begezinho em sua nova versão rock e tatuagem.
Queria ser independente, virou advogada. Queria se renovar, virou Gloss.
Queria ser luz, virou luz. E reflexo. Projeção.
Ao mesmo tempo foco e ponto de referência.
Ela e eu temos pontos em comum. Ambas extremamente ansiosas, sonhadoras, sinceras e com uma certa crueldade adormecida. Trocaríamos todas as dores de cabeça do mundo por uma bebedeira culta. Ou por um bom show de rock. Somos assim. Também como água e vinho.
Ela esconde tristeza e eu faço música com o sofrimento.
Mas somos inseparáveis.
Mel é delicadeza e jogo de cintura.
Mas não mexam com ela.
Ela é uma alternativa levemente radical às boas moças da sociedade.
Tem aquele bom humor que desarma e uma vontade inesgotável de engolir o mundo.
Já briguei com ela uma vez aos 12 anos: um Biss roubado é sempre um Biss roubado. Mas somos praticantes do bom-mocismo, mesmo estando entediadas com tudo isso.
Estamos aprendendo a dizer Não.
Muito disso ela me ensinou.
Vive dizendo que sou impossível e tenho coração mole. EU?
O que importa é que Mel é www. É portal do conteúdo. Como o outro diria: uma mulher do futuro. Sem direito a bumbum eletrônico e peitinho de silicone. (Alguém confere?)
Tudo em sua mente está em constante movimento.
Mel é alta velocidade de conexão.
Cheia de vontades, padrões e romantismos camuflados por ela mesma.
Quem conhece esse docinho, logo se encanta.
E eu, mais do que ninguém, sei como eu gosto dela. E acho engraçado seu jeito de dizer que não está nem aí para alguma coisa, achando que vai me convencer.
Na verdade, Mel é uma das pessoas mais divertidas que conheço. É meu livro de auto-ajuda. Meu convite para me lembrar quem eu sou, sem personagens e meias palavras.
Fiquei imaginando o que Mel seria se não fosse Melissa. (Adoro pensar essas coisas...)
Imaginei Mel como cantora, aeromoça de vôo internacional, integrante de reality show...
Imaginei Mel sendo cafona. (...) Tentava focar mentalmente ela vestida naqueles shortinhos de Piu-Piu e camisolões com tucanos e araras, sentada numa cadeira de plástico velha, emoldurada por um pôster da seleção brasileira de 90, com Lazaroni em destaque. Impossível imaginar tal cena...
Impossível imaginar Mel sem ser Melissa.
Ela é o que é.
E mesmo que não fosse Melissa, continuaria sendo linda, moderna, um arraso.
Mas para quê inverter o perfeito, subverter o que já é ideal?
Daí esse texto. Melzinha como ela é.
Essa Mel múltipla, indesfigurável, íntegra.
Doce ironia: Melissa é tantas, em tantas formas e lugares, com tantas idéias e tantos talentos e tantas vontades, que ela é uma só.
Indivisível. Isso por mais que a ciência evolua.
Duvido que alguém invente uma forma de fragmentar Mel. (Embora alguns integrantes do sexo masculino já tenham se aventurado...)
Desmaterializá-la é impensável. Seja porque simplesmente não produzirá efeito (algo como " aborted mission") ou porque cada partícula jamais encontrará seu lugar exato, seu equilíbrio perfeito, sua composição correta, seus paradoxos, idiossincrasias, contrastes, choques elétricos de brilhos e contradições. Enfim, nunca se recomporá igual ao que era quando chegar do outro lado.

O que tentei dizer é que Mels não se fazem todos os dias.



(E é por isso que te admiro, te amo e te agradeço por ser minha amiga há mais de 20 anos. Nada teria tanta graça sem você.)



Beijos para Mariana Conrado, que também faz aniversário hoje! PARABÉNS, LINDA! Fê:licidades sempre!