15 agosto, 2008

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008



BATALHA INTERNA: FICAR CONTRA VOCÊ, PRA QUÊ?


Ah, não sei não. Não é do meu destino ser moderada. Não está em mim, não entendo. Tomo cinco gotas de floral três vezes ao dia. Escuto músicas com sons de chuva. Tenho frases "zen" espalhadas pela casa. Procuro meditar. Adoro final de semana no mato. Ando descalça. Invento letras pra espantar mau-olhado. Mas quer saber? Tudo com o que eu me importo, ME IMPORTA MUITO. Me suga, me leva, me atrai, se funde com tudo o que sou e me consome. Toda. Por inteiro. Sorte minha me doar tanto - e com tal intensidade - e ainda sair viva dessa vida.
Li por aí que homens têm de ser DIRIGIDOS e mulheres têm de ser CONTROLADAS. Alguém já ouviu falar isso? Foi o autor Castaneda que escreveu. É, pessoal. Há muita verdade escondida ali, naquela simples frase maluca: homens precisam de direção e nós, mulheres, apenas de controle. CONTROLE SOBRE NÓS MESMAS, devo dizer. Porque direção - por mais que a gente negue e afirme estar perdida - a gente tem. Mulher nasceu com um sexto sentido aguçado e nosso "não-saber" é mais sábio que a própria razão. Duvida? Devo admitir que às vezes também duvido. De mim. Moro no lado ocidental do planeta, mas nasci amiga da lua. E me vejo por horas na rua, procurando explicações plausíveis pra tudo. Uma contradição? Pode ser. Mas uma coisa eu aprendi no susto. A gente tem um poder - dentro da gente -que não tem tamanho. E pra mim, canceriana e exagerada, esse é um desafio que me faz ficar cara-a-cara com quem pode, às vezes, se tornar a minha pior inimiga: eu mesma. Nunca me disseram que a maior batalha acontece aqui, bem dentro da gente. (Ou já me disseram e eu não entendi direito: frases só fazem sentido quando estamos prontas pra ouvi-las).
Por isso, hoje, com toda a minha birutice e uma vontade de aprender que não acaba, eu pego minhas fraquezas. Deixo-as enfileiradas. E as estudo como se minha vida dependesse disso. É. Com o auto-controle nas mãos, um propósito debaixo do braço e nossos inimigos internos dormindo, podemos - quem sabe? - nos tornar guerreiros impecáveis. Ou - se não - apenas sorrir mais. O que pra mim já vale a luta. Ou uma vida inteira.




p.s: Este texto é dedicado a Castaneda, às planícies (por onde o vento sopra) e ao Léo. Por me fazerem "ver"...

4 comentários:

Milla disse...

A cada texto que passa eu me vejo. Mas não nego que seu talento é maior que tudo. Neste ri ao ler sobre os florais, a meditação, o mato. E me vejo: com meus florais, minha meditação e o gosto pelo mato. E me encanto com suas palavras. Ainda busco um pouco da minha direção. Meus pensamentos atropelados, minhas falhas de memória, meu gosto "estranho" e exagerado por coisas estranhas e exageradas, na visão dos outros e por vezes minha também,me fazem, pra variar, me julgar. Mas algo me retoma e diz que é bom ser eu. Que apesar de meus monstros internos, estes tais inimigos, eu por vezes posso, assim como quiz fazer com minha criança, trancá-los num quarto escuro. Pena que ultimamente eles andem acordando tão rápido.

Bruna Neves ' disse...

Gostei muito do seu blog , eu adoro escrever tb , mais não chego é logico perto do seu talendo , é inacreditavel ,você diz as verdades que todos precisam ouvir atravez destas palavras . Gostei muito , parabens , e que você continue escrevendo com esse talento inacreditavel . Boa Sorte . Adorei mesmo !

Maris Stella disse...

Fernanda, quando leio o que escreves, te sinto tão próxima a mim, quanto se nos conhecêssemos. Pareço estar conversando com uma velha amiga. Meu incentivo para que continue escrevendo. Muita paz!!

Anônimo disse...

Esse Castañeda, é Carlos Castañeda autor de vários livros, inclusive a erva do .....? Entendi!