08 julho, 2015

Passe Livre

Coluna Amanda Jéssica


A dor - e a delícia - de ser Mulher

Ser mulher é complicado. Volta e meia, eu me pego pensando em como seria bom ser do sexo oposto. Não que eu seja lésbica. Não é isso. Mas também não veria problema nenhum se eu fosse. A questão aqui é que ser mulher é difícil demais. Pra começar: sexo frágil o caramba! Hoje em dia, mulher tem que pegar muito peso. Ou isso ou já não segue os padrões que o mundo impõe: perninha torneada, abdômen definido e calça 38. 40, no máximo.  E pra ser feliz. Então,  tem que ser forte. Literalmente. E dar uma de delicada também. É a mulher que, indiscutivelmente, afaga. Acalma. E segura os nós. Pode ver: o homem, quando tem um problema, chega chutando o pau da barraca. Quer virar o mundo de cabeça pra baixo. E acha que o planeta vai explodir ali, nos próximos 5 minutos. Aí, a mulher chega, com jogo de cintura, paciência e muita calma na alma. Ajeita uma coisa ali, tolera outra ali. E é quem vai segurando as pontas, com o jeito mulherzinha de ser (que os homens delicados e sensíveis não me matem, mas é assim que - geralmente - acontece). Aí, a mulher trabalha. Claro. Porque, hoje em dia, mostramos que somos tão capazes quanto. Damos duro. Ralamos. Quebramos a cabeça. E competimos pelos mesmos cargos - e salários - que eles. A diferença entre nós é que, na hora de chegar em casa, tem uma pia pra ajeitar, um filho pra cuidar, um dever pra ensinar, uma cama pra forrar e a casa inteira pra colocar em ordem. - Homens, mais uma vez, não me matem, mas, na maioria das vezes, é a mulher que faz tudo isso. E, se querem um conselho, não existe nada mais sexy que um homem na cozinha em pleno domingo. E numa segunda-feira, também -. Mas, voltando: ser mulher é fod*! Pra completar, todo mês é a mesma coisa: o estrógeno cai, a progesterona vai pelo ralo, e a serotonina também. A gente procura chocolate pra aumentar a endorfina e se sentir um pouquinho melhor. TPM. É o nome da safada maldita, que vem, pra fechar com chave de ouro, essa coisa de ser mulher. A cada 30 dias é igual:  a mulher chora. Fica irritada. Maluca. E inconsequente. Se olha no espelho e vê: os peitos maiores e o quadril querendo ocupar o mundo. A espinha aparece. A barriga incha. E surge aquela vontade absurda de quebrar a dieta. Depois, vem o mini-parto mensal. Porque toda mulher que se preze já teve cólica um dia. E desejou, junto com as dores,  ter dois testículos. E um documento no meio. Mas amigas: eu sei que a batalha é árdua, que ser homem é mais fácil (até pelo status de "galinha", que, na mulher, leva definição pior) e que, além de tudo,  a gente ainda tem que aguentar a competição - e a inveja - feminina. Mas a verdade é que, no fim das contas, a gente percebe que ser mulher é uma delícia. Divertido. Desafiador. E elegante. Só a gente sabe se transformar em cima de um salto 15. Com um vestido arraso. E um batom vermelho de matar. O homem pode até ter mais testosterona. Mas a mulher tem um jeito de ver - e de levar - a vida que hormônio nenhum supera. E isso, ah, não tem TPM que dê fim. Ser mulher, definitivamente, é maravilhoso. Parabéns pra gente, que sabe ser mulher macho e mulherzinha. Sempre. E quando a situação pede.  Não é que seja dia 8 de março. Mas é que a gente acaba esquecendo aquela coisa de "todo dia é dia da mulher", que é mesmo uma verdade. E vale pra você, mulher forte e que segura o choro, e pra você, que tá aí, derramando rios de lágrimas por causa por causa daquele sacana. Vai por mim, bonita: você é muito mais que isso. Mesmo!

- Amanda Jéssica
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