Coluna Igor Pereira
Sobre
a saudade
Li aqui um escrito de Candéia, seringueiro do
Acre, que dizia o seguinte: “Saudade é um parafuso, que dentro da rosca cai, só
entra se for torcendo, porque batendo não vai, e quando enferruja dentro, nem
destorcendo sai”. Parei e fiquei ruminando essas palavras, tentando entender
esse sentimento que muitas vezes nos machuca. Saudade…Saudade é quando a gente
guarda dentro do peito aquilo que ninguém pode ver. Todos nós sentimos saudade.
Seja da nossa infância, daquele cheiro eterno da nossa casa, dos amigos, seja
dos amores platônicos da adolescência que um dia nos fizeram suspirar. Olhamos
para nossa infância e para lá retornamos, saudosos, lembrando-se de tudo aquilo
que já foi vivido, partilhado e experimentado. Lembrando-se do aconchego dos
abraços e do confortável prazer de ser feliz. A saudade nos faz caminhar por
outras terras e, de repente, suspirar pela comida caseira que só a mãe sabe
fazer, o bolo da vovó, as histórias do vovô, a festa de aniversário, aquela
música que nos emocionou, o cheiro de um perfume que nos lembra alguém, um
trejeito… Todos nós somos resultados daquilo que vivenciamos. Saudades até
daquelas pessoas que sumiram da roda da nossa vida e do ser que nós somos e que
nunca assumimos. Saudade do silêncio que nos faz ouvir o eco da vida. Saudade
de pessoas que, com sua presença, nos incute ternura e confiança.
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