25 agosto, 2008

23 de setembro de 2005

"Tem o certo. Tem o errado. E Tem todo o resto". (Cazuza)


Essa é a minha história. Tenho sete vidas, nove tatuagens, vinte letras de música, um livro de muitas páginas, nenhum centavo no bolso e o coração na boca. Minha vida é feita de números, eu que sempre contei nos dedos. Mas gosto mesmo é das palavras. Letras. Frases. Sílabas. Nada me deixa muda, nada me faz parar. Só a rima certa, a estrofe perfeita. Ou o seu olhar.

(Existe esta vida mesmo ou te inventei pra me distrair?)
segunda-feira, 20 de março de 2006


"Somos gente: dura tarefa. Com sorte, aqui e ali a ternura faz parte" (Lya Luft)


Sinto dizer: desapontar pessoas faz tão parte da vida quanto tomar café. Leio e releio esta frase e engulo seco. Minha alma está de dieta. Não cabe em mim o peso de mais uma cara amarrada. Decepções não acontecem porque deixamos de fazer alguma coisa para alguém ou porque não somos como a imagem que projetaram de nós. A verdade é que as pessoas (nas quais me incluo) não sabem o que querem de si mesmas e jogam suas frustrações nas costas do outro. Em cima de alguém que obrigatoriamente deveria ter a resposta. Mentira minha? Não creio. E não há resposta na última página, sua verdade não está em ninguém (a não ser em você mesma), a decepção te engole, a culpa inflama, dias e noites são perdidos por emoções não conferidas no guichê. Vamos simplificar? Pegue a senha e aguarde. Pessoas sempre se decepcionarão com você. Pessoas sempre se apaixonarão por você. O importante é: não permita nunca que VOCÊ se decepcione, pois só VOCÊ tem o poder de fazer isso.

Beijos para todos e uma deliciosa semana!

21 agosto, 2008

segunda-feira, 15 de outubro de 2007



MAIS UMA COROA PARA A MINHA E-TERNA RAINHA



Difícil escrever sobre a minha mãe. A famosa Gui, dona dos olhos mais verdes e do sorriso mais bonito desse mundo. Desculpe-me, mas está pra nascer mulher igual nesse século. Porque Guilhermina é Mulher com Eme maíuculo. Eme de Mãe. Eme de Maravilha. Eme de Mágica. (E bota mágica nisso!) Uma super-heroína? Não, nem tanto. Gui gosta do que é imoral, ilegal ou engorda (embora seja a pessoa mais correta que eu conheça). Na verdade, ela é mulher no ponto certo. Pronta pra encantar. Pronta pra acalmar. Pronta pra botar pra quebrar. Está sempre com os braços abertos, o café na mesa, a alegria na cara. Embora quase-perfeita, ela tem aquela simplicidade que nega: "que bobagem, eu não sou nada disso". E eu escuto ela falar e fico quieta, pensando: ah, se Vinicius de Moraes te conhecesse, mãe! Se ele lesse a poesia que eu vejo em seus olhos... Ah, "se todos fossem no mundo iguais a você".
Gui é isso aí, quem conhece, sabe. Ela é música. Arte. Colo. Abraço apertado. E Salto alto. Libriana de carterinha, ela nasceu pra fazer festa. Com suas caras, bocas e trejeitos, ela é referência. Ponto de apoio. Equilíbrio e panos-quentes. A verdade é que ninguém sabe SER como Guilhermina é. Inteira. Completa. Dona de múltiplos talentos e carinhos fabricados por ela mesma. Precisa de inspiração? Olhe um segundo para ela. Mas antes, prepare-se! Guilhermina vicia e só faz bem. Depois de conhecê-la, você vai sempre se lembrar: taí uma mulher que sabe das coisas. E ela sabe! Sabe por sentir, mesmo antes de pensar. Minha Corutjicha (como eu a apelidei há tempos atrás) tem o sexto sentido aguçado. Descobre minhas vontades, decifra meus humores, faz o impossível para me ver feliz. E eu SOU! Devo minha melhor parte a ela, que me ensinou a viver de um jeito apaixonado e cheio de virtudes. Ela me mostrou que existem - sim! - alminhas bonitas no mundo que valem nossas dores, cores e (tantos) amores. Com ela aprendi a andar com minhas próprias pernas, aprendi a acreditar, aprendi a amar e a receber, aprendi a afirmar: amanhã será bem melhor, SARAVÁ!!
Gui é assim: poesia que não pára. Tons. Pausas. Letras. E uma leve tristeza disfarçada.
Gui é minha melhor frase. Meu melhor verso. Minha canção perfeita. Minha lua. Minha mais divina luz. Minha inspiração. Refrão e desabafo.
Passo dias pensando: o que fazer para deixá-la um pouco (ou um tanto) mais feliz? Foi aí que descobri. Sendo feliz, primeiramente. Acho lindo e simples isso. Ao contrário do que possa parecer, não é egoísmo. O amor se recicla e nunca é desperdiçado. A gente vê o outro feliz e - instantaneamente - fica feliz também. Já sentiu? É PERFEITO! Por isso, devo confessar: o que me faz acordar todos os dias com um sorriso estampado na cara é saber que posso fazer minha Guizola sorrir. (E - porque não? - ás vezes, também, chorar). Cada conquista, cada emoção (pequena, média ou grande) é um presente meu pra ela. Um agradecimento (lá do fundo do coração) pela sorte de ter o maior de todos os presentes já ganhos: A PRESENÇA DELA EM MINHA VIDA!
Por ela, eu desafio a mim mesma. Por ela, eu me atrevo a ser melhor. Por ela, eu ouso acreditar que músicas serão gravadas, livros sairão do papel e gatos subirão - satisfeitos - em telhados da casa de vidro.
Por ela, EU SOU.
E sei que pouca coisa importa tanto quando as muidezas de uma vida com ela. O arroz doce quentinho. O purê de batata. A risada infinita. O abraço grudado. Aquele brilho no olhar que é um pouco de céu. Quando chego na casa de Dona Gui - minha rainha a quem devo minha coroa e todo meu amor - ela responde do interfone com a voz mais doce do mundo: "Oi,minha Pimpolitcha!!!". Nessas horas, eu fecho os olhos e agradeço (porque ela também me ensinou a agradecer pela vida): OBRIGADA PELA MELHOR MÃE DO MUNDO SER A MINHA!



(Corujitcha, sorte nossa que entendemos o encanto de amar e se doar como ponto alto da vida. Obrigada por me ensinar a SER. Obrigada por vibrar comigo. Obrigada por me fazer seguir em frente. Obrigada por me ensinar a dar valor a todas as pequeninices da vida. Elas fazem realmente a diferença).

19 agosto, 2008

A FAVOR DE GENTE DE VERDADE


Eu sou uma eterna apaixonada por palavras. Música. E pessoas inteiras. Não me importa seu sobrenome, onde você nasceu, quanto carrega no bolso. Pessoas vazias são chatas e me dão sono. Gosto de quem mete a cara, arrisca o verso, desafia a vida. Tem muita coisa dentro de você? Então jogue essa porra de identidade fora e senta aqui. Pára de falar da rave. Da viagem. Das 200 horas que ficou sem dormir ouvindo tuntztuntz. Ok, pode falar! Mas seja breve. Eu quero saber sobre você. VOCÊ! Você não é só uma festa, uma foto de orkut, um carro bonito que te custa caro. Você não é só um i-phone, uma tv de plasma, uma notícia barata de jornal. VOCÊ É GENTE! E gente sente. Gente ama, sofre, sente sono. E tem medo. EU TENHO MEDO. Eu, na verdade, tenho muitos medos. E um deles é que as pessoas virem apenas uma IMAGEM. Não para os outros (que se fodam os outros!), mas para si mesmo. Meu Deus, aonde vamos parar? Antes que a conversa se estenda, quero esclarecer logo. Não sou hipócrita, veja bem. Também adoro um auê, uma frescurinha, champagne boa. Tenho um ego chato que apaga fotos em máquinas alheias. Fico emburrada se a calça jeans não entra. Brigo cá com meus defeitos (que são caros, fartos e meus). E acho que todo mundo também. Mas o que vim dizer hoje não é isso. Ou melhor, é sim. O que eu quero falar na verdade é que: A GENTE PODE SER BEM MAIS QUE ISSO. Que tal preocupar-se um pouco mais com SER do que com o TER, nem que seja pra variar? Me conte suas viagens, me mostre sua história, mas seja sincero: você detestou aquele lugar que todo mundo ama! VOCÊ ODIOU, na verdade. Então pra quê dizer que foi uma viagem “do caralho” e colar aquelas fotos com aquela gente cretina bem no meio do seu mural? Não precisa fazer linha comigo, nasci desalinhada, você sabe. Lembre-se de quem você era, DE QUEM VOCÊ É. (Você se lembra?). É sua essência, tudo o que há por trás desse sorriso lindo e óculos escuros. É minha gente. Estou naqueles momentos silenciosos em que pouca coisa parece fazer sentido. Sigo a vida conforme o roteiro, sou quase normal por fora, pra ninguém desconfiar. Mas por dentro eu deliro e questiono. Não quero uma vida pequena, um amor pequeno, um alegria que caiba dentro da bolsa. Eu quero mais que isso. Quero o que não vejo. Quero o que não entendo. Quero muito e quero sem fim. Não cresci pra viver mais ou menos, nasci com dois pares de asas, vou aonde eu me levar. Por isso, não me venha com superfícies, nada raso me satisfaz. Eu quero é o mergulho. Entrar de roupa e tudo no infinito que é a vida. E rezar – se ainda acreditar – pra sair ainda bem melhor do outro lado de lá.


ps: esse texto é para meus amores de verdade. que me me escutam, me puxam a orelha, me contam que a viagem foi um fiasco, que mostram quem são de verdade por dentro... feliz que tenho vocês! (mel, meu doce, thank´s!!)

15 agosto, 2008



FOLHINHA DE ABACATE NINGUÉM ME COMBATE!

Eu sou criança. E vou crescer assim. Gosto de abraçar apertado, sentir alegria inteira, inventar mundos, inventar amores. O simples me faz rir, o complicado me aborrece. O mundo pra mim é grande, não entendo como moro em um planeta que gira sem parar, nem como funciona o fax. Verdade seja dita: entender, eu entendo. Mas não faz diferença, os dias passam rápido, existe a tal gravidade, papéis entram e saem de máquinas, ninguém sabe ao certo quem descobriu a cor. (Têm coisas que não precisam ser explicadas. Pelo menos para mim). Tenho um coração maior do que eu, nunca sei a minha altura, tenho o tamanho de um sonho. E o sonho escreve a minha vida que às vezes eu risco, rabisco, embolo e jogo debaixo da cama (pra descansar a alma e dormir sossegada).
Coragem eu tenho um monte. Mas medo eu tenho poucos. Tenho medo de Jornal Nacional, de lagartixa branca, de maionese vencida, tenho medo das pessoas, tenho medo de mim. Minha bagunça mora aqui dentro, pensamentos dormem e acordam, nunca sei a hora certa. Mas uma coisa eu digo: eu não páro. Perco o rumo, ralo o joelho, bato de frente com a cara na porta: sei aonde quero chegar, mesmo sem saber como. E vou. Sempre me pergunto quanto falta, se está perto, com que letra começa, se vai ter fim, se vai dar certo. Sempre questiono se você está feliz, se eu estou bonita, se eu vou ganhar estrelinha, se eu posso levar pra casa, se eu posso te levar pra mim. Não gosto de meias-palavras, de gente morna, nem de amar em silêncio. Aprendi que palavra é igual oração: tem que ser inteira senão perde a força. E força não há de faltar porque – aqui dentro – eu carrego o meu mundo. Sou menina levada, sou criança crescida com contas para pagar. E mesmo pequena, não deixo de crescer. Trabalho igual gente grande, fico séria, traço metas. Mas quando chega a hora do recreio, aí vou eu... Escrevo escondido, faço manha, tomo sorvete no pote, choro quando dói, choro quando não dói. E eu amo. Amo igual criança. Amo com os olhos vidrados, amo com todas as letras. A-M-O. Sem restrições. Sem medo. Sem frases cortadas. Sem censura. Quer me entender? Não precisa. Quer me fazer feliz? Me dê um chocolate, um bilhete, um brinde que você ganhou e não gostou, uma mentira bonita pra me fazer sonhar. Não importa. Todo dia é dia de ser criança e criança não liga pra preço, pra laço de fita e cartão com relevo. Criança gosta mesmo é de beijo, abraço e surpresa!

(E eu – como boa criança que sou – quero mais é rasgar o pacote!)
quinta-feira, 12 de junho de 2008


AMOR TAMANHO ÚNICO!

Hoje eu vou dar o braço a torcer. Sem ais nem uis. Mas com um sorriso gigante estampado na cara. É assim. Às vezes a vida nos prega peças inesperadas. E o que é melhor: nos mostra um jeito novo de caminhar. (Ou um caminho diferente a seguir). A verdade, pouca gente sabe. Há anos moro sozinha. Com dois gatos. Uma coleção de amores perdidos. E um coração fincado na porta. Sempre fui dona do meu próprio nariz. Do meu espaço. Do meu dinheirinho que nunca sobra. Da minha liberdade, do meu jeito apressado de fazer tudo sozinha. Não tenho hora pra nada, minha bagunça tem seu lugar, sou meio cabeça-dura, ainda tomo sorvete no pote. E minto. Digo que malhei, que comi direito, que dormi 8 horas, que eu me viro, que não precisa se preocupar, que aquela dorzinha passou, que está tudo bem, obrigada! Mas tem horas que não dá. Cansa fazer tudo sozinha. Cansa não ter ninguém ao seu lado. Cansa não dividir. Cansa não poder dizer: aqui, pega pra mim? Cansa fazer tudo e tentar ser tudo ao mesmo tempo. É, não é fácil não. Dá um puta trabalho DAR CONTA DA GENTE. Mas sou atrevida por natureza e adepta da frase de Nietzsche: "Odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia". Ai, Nietzsche você sempre soube! É isso mesmo. Eu odeio e assino embaixo. E odeio com todas as forças, com todas as letras, em capslock, de trás para frente, em inglês ou latim. EU ODEIO. Sou uma ótima companhia para mim mesmo, adoro ficar sozinha, lendo, escrevendo ou fazendo o meu nada. Prefiro me afundar em mim a ter que ouvir gente falando merda ou contando vantagem. (Desculpe a coleção de palavrões hoje, mas estou superlativa e palavrinhas não me bastam). Bom, mas deixa eu não me perder. Todo esse blablablá só pra dizer o seguinte: EU DEI A CHAVE DA MINHA CASA PRA ELE. Vocês ouviram? Eu, Fernanda, brasileira, nascida em Belo Horizonte e filha de dona Guilhermina e seu Márcio... Eu, bicho-grilo, espaçosa e anti-social... Eu, quase louca, seguidora de Lou Salomé...EU DEI A CHAVE DA PORTA DA MINHA CASA PRA ELE. Eu, logo EU! De repente me vi olhando pra aqueles olhos lindos e falei: TOMA, É SUA. Pega, entra e não vai embora. E ele entrou. Na minha vida. Na minha casa. No meu único armário que virou NOSSO. Confesso que não foi fácil. Mas admito que estou conhecendo (num gerúndio de amor sem fim) essa coisa maluca de gostar de verdade. É. De dormir e acordar todo dia. De escovar os dentes na mesma hora. De conhecer família, manias, amigos e piores defeitos. Não, não tinha como dizer não. Ele é tão doce, o coração dele é tão grande e o jeito dele é tão determinado que eu fico feliz em sentir o perfume dele grudado nas roupas que ele esquece, largadas pelo chão. (Alguém imaginava que um dia isso fosse acontecer?). A gente é tão igual e ao mesmo tempo tão diferente e eu não tenho mais 20 anos e eu sei, eu sei, eu sei... Nem tudo é um mar de rosas. Temos dias difíceis, relógios biológicos diferentes, ritmos que às vezes se chocam. Eu, com minha tpm, meus livros e meu jeito-gato. Ele com seu ciúme camuflado, seus mil programas e seu jeito de abraçar o mundo. Mas quer saber? Eu olho pra ele e fico pensando sozinha: será que alguém nesse mundo faria o que ele faz por mim? Porque ele me escuta, me aguenta, me mima, me inspira, me faz sentir a mulher mais linda e especial do mundo. E eu acredito nele, acredito em mim e acho o amor a coisa mais egoísta que existe. A gente ama o outro por tudo aquilo o que ele nos faz sentir. (E ser). É, pessoal. Por ele, esvaziei minhas gavetas, meu armário e meu coração. Pra reciclar energias. Pra ele entrar, ocupar o espaço em branco. E ficar. Não importa se a gente vai se casar em Pipeline, se vamos nos matar daqui a um ano ou se o mundo vai acabar amanhã. Nada interessa. (Embora eu espere que tudo o que eu sinto dure pra sempre). Estou agora - escrevendo no teclado novo que ele comprou - com coração nos olhos e um sorriso grudado na boca. Para mim, a melhor hora do dia é ver a chave girar e o sorriso dele entrar porta adentro. Nesse momento, o tempo pára e não há nada que me faça sentir como eu me sinto. "Torna-te quem tu és", disse o filósofo. E EU SOU. (Por nós).

PS: Feliz dia dos namorados para todos!
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

É PRECISO SABER DESLIGAR

Esqueça o trânsito caótico, a urucubaca política, o tal balancete no final do ano. Deixe de lado a cobrança interna, a dívida externa, a tão eterna dúvida. Viver é assim. Não há como negar. Para ficar ligado é preciso saber desligar. Fácil? Nem tanto. Descobrir qual é o seu tempo é tarefa nobre: exige um grande conhecimento sobre si mesmo. Portanto, esqueça o relógio. Seu tempo está dentro de você. Chega de viver com a ansiedade no colo e o celular na mão. Não deixe a agenda ocupar ? sem querer - o lugar do coração. Respeite sua hora. Desacelere. TURN OFF. Mais do que correr, é preciso saber parar. Não adianta viver no piloto-automático e deixar de sorrir. Nem tirar folga e levar uma enorme culpa dentro da mala. O mundo lá fora exige produtividade e imediatismo. Aqui dentro, corpo e alma pedem menos, muito menos. Como fazer, então, para conciliar tempos tão diferentes? A resposta não está em livros. Mas dentro de cada um. Quer tentar? Respire fundo. Desencane. Perca seu tempo com você!É uma responsabilidade enorme desconectar-se, eu sei. Mas vida ao vivo é pra quem tem coragem. Coragem de arriscar. Cuidado em saber a hora certa de parar. Difícil? Pode ser. É um exercício diário que exige confiança e um amor incondicional por tudo o que somos e acreditamos. Uma aceitação suave dos próprios defeitos, um rir de si mesmo, um desaprender contínuo, um aprender sem fim sobre o que queremos da vida. Não importa se tudo parecer errado e o mundo virar a cara para você. Esqueça. Se esqueça. Hora de se perdoar. RENASÇA. Eu sei pouca coisa da vida, mas uma frase eu sigo à risca: é preciso respeitar o próprio tempo. E eu respeito! Acredito no que diz o silêncio na hora em que a mente cala. E meu silêncio - que não é mudo e também escreve - dita com voz desafiante: confie em si mesma. Quebre a rigidez. Ouse. Brinque. Viva com mais leveza. E - por favor - desligue-se. Só assim você vai transformar vida em letra e letra em vida. E ter coragem e fôlego pra ser VOCÊ, no momento em que o mundo te atropelar sem licença e disser: CHEGOU A HORA!
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008



BATALHA INTERNA: FICAR CONTRA VOCÊ, PRA QUÊ?


Ah, não sei não. Não é do meu destino ser moderada. Não está em mim, não entendo. Tomo cinco gotas de floral três vezes ao dia. Escuto músicas com sons de chuva. Tenho frases "zen" espalhadas pela casa. Procuro meditar. Adoro final de semana no mato. Ando descalça. Invento letras pra espantar mau-olhado. Mas quer saber? Tudo com o que eu me importo, ME IMPORTA MUITO. Me suga, me leva, me atrai, se funde com tudo o que sou e me consome. Toda. Por inteiro. Sorte minha me doar tanto - e com tal intensidade - e ainda sair viva dessa vida.
Li por aí que homens têm de ser DIRIGIDOS e mulheres têm de ser CONTROLADAS. Alguém já ouviu falar isso? Foi o autor Castaneda que escreveu. É, pessoal. Há muita verdade escondida ali, naquela simples frase maluca: homens precisam de direção e nós, mulheres, apenas de controle. CONTROLE SOBRE NÓS MESMAS, devo dizer. Porque direção - por mais que a gente negue e afirme estar perdida - a gente tem. Mulher nasceu com um sexto sentido aguçado e nosso "não-saber" é mais sábio que a própria razão. Duvida? Devo admitir que às vezes também duvido. De mim. Moro no lado ocidental do planeta, mas nasci amiga da lua. E me vejo por horas na rua, procurando explicações plausíveis pra tudo. Uma contradição? Pode ser. Mas uma coisa eu aprendi no susto. A gente tem um poder - dentro da gente -que não tem tamanho. E pra mim, canceriana e exagerada, esse é um desafio que me faz ficar cara-a-cara com quem pode, às vezes, se tornar a minha pior inimiga: eu mesma. Nunca me disseram que a maior batalha acontece aqui, bem dentro da gente. (Ou já me disseram e eu não entendi direito: frases só fazem sentido quando estamos prontas pra ouvi-las).
Por isso, hoje, com toda a minha birutice e uma vontade de aprender que não acaba, eu pego minhas fraquezas. Deixo-as enfileiradas. E as estudo como se minha vida dependesse disso. É. Com o auto-controle nas mãos, um propósito debaixo do braço e nossos inimigos internos dormindo, podemos - quem sabe? - nos tornar guerreiros impecáveis. Ou - se não - apenas sorrir mais. O que pra mim já vale a luta. Ou uma vida inteira.




p.s: Este texto é dedicado a Castaneda, às planícies (por onde o vento sopra) e ao Léo. Por me fazerem "ver"...

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008


AS MULHERES E A MÚSICA DO CASAMENTO

(O que é mais difícil: achar a música da sua vida ou o homem certo?)

Entrei na era do confessionário. Virou mania minha catalogar manias. Essas coisas engraçadas (e às vezes assustadoras) que toda mulher faz. Que eu faço. Pelo menos uma vez na vida. Não importa. Atire a primeira pedra quem nunca pensou: "ah, essa é a música do meu casamento". Antigamente, as mulheres se reuniam em volta da vitrola e ouviam emocionadasa tal marcha nupcial (e composições do gênero) e imaginavam-se lindas, plenas e luxuosas em direção ao altar. Hoje muita coisa mudou. Os desejos ficaram clandestinos. Fingimos não maispensar na "música do casamento", mas sonhamos sozinhas com nossos Ipodspela rua, achando que "Thank you" do Led Zepelin poderia ser (porque não?) a trilha sonora perfeita para o SIM. (Ou seria "Todo amor que houver nessa vida" do Cazuza?). É a mais pura verdade. A marcha nupcial é um clássico. Mas o nosso humor foge de qualquer definição. Um dia queremos casar na praia. Outro, na fazenda. Talvez - quem sabe?- numa rave. Em Las Vegas. Ou na rua Álvares Cabral, de calça jeans e All Star. Trocamos de sonho, mudamos de namorado e de faixa etária e, acumulamos, através dos tempos, uma quantidades de músicas que dariam uma coleção de CDs. (Será que alguém já pensou nisso?) Somos mulheres independentes, inteligentes e fofas, pagamos nossos impostos, já tomamos algum remédio de tarja-preta na vida, temos uma ou outra infração detrânsito, quase não desejamos mal. Temos a tecnologia ao nosso lado, passamos esfoliantes com microesferas, não casamos virgens, reivindicamos nossos direitos(seja lá quais forem), e, quer saber? CONTINUAMOS AS MESMAS DE SEMPRE. Colecionamos músicas de casamento e nomes dos nossos futuros filhos, acreditamos em amores eternos (quando não estamos desiludidas) e nos emocionamos quando nossas amigas escolhem seus vestidos de noiva. Somos românticas (e bregas) até que a realidade se instale. Talvez essa seja a maior verdade. Porque casar não é brincadeira. Vida a dois é uma montanha-russa. Quem não se segura, não chega vivo. Parece que o famoso"até que a morte nos separe" saiu de fininho e deu lugar à outra coisa: "Até que a vontade nos separe". Será essa a nova frase antes do beijo? Bom, se casar não é fácil, então, porque AINDA continuamos com as mesmas manias esquisitas de colecionar nomes de filhos, fotos de vestidos,músicas e sonhos? Porque acreditamos! Sem esperança e amor a vida não teria graça. Sem humor, muito menos. Por isso, quando aquela tia ou parente distante chegar de mansinho e perguntar (antes mesmo de dizer Olá): "E aí, casou?" Responda, sem muita cerimônia: NÃO, EU AINDA NÃO ENCONTREI A MÚSICA CERTA.



Obs: para quem já encontrou a música perfeita ou o amor de sua vida (ou teve a sorte de encontrar os dois), um lembrete: agradeça ao universo por essa benção e lembre-se sempre de levar paciência e determinação à tiracolo (o amor é lindo, mas não é fácil, não)! Para quem ainda não achou a canção ideal (ou alguém real para dividir a vida), uma sugestão de quem resolveu se arriscar: quem sabe não está na hora de escutar aqueles cds antigos ou - talvez - se aventurar num novo estilo, bem diferente do seu?

NA VIDA, MEU BEM, SÓ É FELIZ QUEM NÃO TEM MEDO!

Uma boa semana para todos! E muito amor e música boa!

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008


FÊ:LICIDADE

Daqui até o que eu chamo de felicidade há um longo (e demorado) caminho. Que passa por um moletom velho, uma janela clara, ruas compridas e escuras, sinais vermelhos, um barulho infernal, uma avenida sozinha, uma esquina em silêncio, uma marquise que chora, um rádio de pilha estragado, um porteiro confuso, oito lances de escada, o coração batendo afobado e a plaqueta em cima da porta: 802.
(posso entrar?)






quinta-feira, 10 de abril de 2008

O CAOS NOSSO DO DIA-A-DIA

(ou: a teoria das minhas borboletas)


Sou avessa à equações, fórmulas e respostas certas. Não gosto de nada definido. Certezas não me calam. Talvez - por ser uma eterna questionadora e reverenciar o que não se explica - eu deva admitir, com respeito: sempre me atraiu o conceito do caos. Não me entendam mal, por favor. A palavra, por si só, já me traz simpatia: "caos" era usada pelos gregos como sinônimo de fenda ou espaço infinito. A simples idéia me encanta. E não é só isso. A teoria confirma a natural instabilidade do mundo (e de nós mesmos): há ordem na desordem e desordem na ordem. Viu só? Pra mim, nada pode ser tão real. E inspirador. Parece loucura? Olhe, então, a vida se desenrolar lá fora. Ou atreva-se e vire para você mesmo. Previsões falham. Resultados nos surpreendem. Contradições surgem. Fatos nos tiram do prumo quando tudo parece estar na "mais perfeita ordem". O contrário também acontece. (E eu agradeço, feliz, pela não-linearidade do mundo!). Li uma vez que o simples bater de asas de uma borboleta pode provocar um tufão do outro lado do planeta. Já avaliaram isso? Ah, não sei não. Não entendo nada de física, nem de escalas temporais. Minha história é outra. Acredito que uma pequena escolha na vida pode mudar muita coisa lá na frente. A dimensão de tal fato? Não sei medir. Mas, por via das dúvidas, me asseguro: acalmo as borboletas que voam na minha barriga e exijo-lhes ordem. Afinal, nunca se sabe o temporal que somos capazes de criar.






quinta-feira, 20 de dezembro de 2007


Vá.
Fale mal do mundo enquanto eu faço versos.
Investigue a vida alheia. Faça calúnias.
Invente histórias em que você não está.
Vá!
Mas vá logo!
O que te espera de si? Flores, perdão...
Ou um sentimento barato pra se enfeitar?

Vá.
Fale mal de mim enquanto eu faço versos.
Queixe-se da vida. Culpe o outro. Beba algum veneno forte.
Engula uma verdade sem rir. Insulte alguém feliz.
Meu coração tão leve - daqui - te sente:
Tanta falta de amor por si mesmo, porquê?

Como te escreves se nem sabes servir?
Queria te dizer, me desculpa a audácia
Do mundo, a gente pouco leva:O que viu ali.
O que sentiu.O que leu...
O que fez por alguém e por si mesmo.
O que foi, quase por engano.
Da vida, meu amigo, a gente só leva o coração.
E o meu é poesia. Música.
E uma leve descrença no ser humano que eu não posso evitar.

E o seu?(...)

Vá!CUIDE-SE.
Mas cuide DE SUA VIDA.
Sempre é tempo de mudar e se fazer feliz.

(FERNANDA MELLO - Mil maneiras educadas de mandar alguém à merda)
segunda-feira, 19 de novembro de 2007


"Sou apenas o meu tipo inesquecível apesar de, ás vezes, me achar uma porcaria".
(Elis Regina)


Não sou boa com números. Com frases-feitas. E com morais de história. Gosto do que me tira o fôlego. Venero o improvável. Almejo o quase impossível. Meu coração é livre, mesmo amando tanto. Tenho um ritmo que me complica. Uma vontade que não passa. Uma palavra que nunca dorme. Quer um bom desafio? Experimente gostar de mim. Não sou fácil. Não coleciono inimigos. Quase nunca estou pra ninguém. Mudo de humor conforme a lua. Me irrito fácil. Me desinteresso à toa. Tenho o desassossego dentro da bolsa. E um par de asas que nunca deixo. Às vezes, quando é tarde da noite, eu viajo. E - sem saber - busco respostas que não encontro aqui. Ontem, eu perdi um sonho. E acordei chorando, logo eu que adoro sorrir... Mas não tem nada, não. Bonito mesmo é essa coisa da vida: um dia, quando menos se espera, a gente se supera. E chega mais perto de ser quem - na verdade - a gente é.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

CARTA PARA UMA AMIGA


Querida,

Como vai a vida? Por aqui, nada no mesmo. Tudo acontece. Gosto da segurança, mas prefiro dizer não ao tédio. Difícil conciliar. Difícil conciliar lados meus tão opostos, eu que nunca fui certa. Certezas são tão preciosas e ao mesmo tempo tão mornas, não sei se você me entende. Por isso alterno. Me alterno. Por isso choro, escrevo, invento. Vivo cá, vivo lá. Li um livro inteiro de Física Quântica, você consegue ver o universo como fórmula? Elétrons, matéria, tudo saindo e indo para um mesmo lugar? Complicado. Ou pode parecer simples, não sei. Eu quero entender o mundo, mas só consigo amar. Penso que se entendesse um pouco de mim eu perceberia mais os porquês e sofreria menos por nada. Mas eu continuo sentindo muito, intensamente, dolorosamente e sem fim. Quando dói, dói muito. Corta, rasga, machuca e sangra. Quando fico feliz, o mundo me engole, cada centímetro de pele vira universo, luz e energia. Vibra! É uma felicidade plena, uma alegria inteira, você consegue sentir meu coração daí? Então sinta! Pegue meu coração nas mãos e veja o mundo pulsar dentro dele. Ah, minha amiga, esse coração me engole! Engole minhas palavras, meu desejo, me alimenta. Uma bateria de mil volts, esse é o meu sentir. Existe uma frase linda da Adélia Prado que diz: "uma noite estrelada vale a dor do mundo". Ah, leio esta frase e fico submersa. Tanta coisa vale a dor do mundo. Tanta coisa vale a dor do meu mundo. Você vale a dor do mundo. Nossos amigos, família, os amores que temos e tivemos. Nossas tardes na praia. Ah, como eu iria esquecer? A nossa Maitê vale a dor do mundo. A Cá vale a dor do mundo. Imagine você que outro dia ela me entendeu com um único olhar e choramos juntas em silêncio porque comunhões valem as dores que deixamos de ter. Coisa mais linda isso. Como eu viveria se não tivesse vocês? Quantas bocas, gostos, cheiros, frases, peles, abraços me valem e sempre me valerão as dores desses e de tantos outros mundos? Desculpe, minha querida. Eu não sou linear. Eu não sou uma pessoa terminada, eu não quero rótulos nem roteiros prontos, não existe começo nem fim em mim. Eu existo. Não sou produto, sou só coração. Vivo em um meio que me parece eterno. Um meio que me faz escrever, ser e mudar a cada dia. Se eu eu começasse a escrever minha vida, seria assim: ... Percebe? Eu sei que sim. Eu sou reticências. Sou 3 pontinhos. Sou o não-dito. Sou emoção e desejo. Palavras são o meu antídoto. Anti-monotonia, anti mau-humor, anti todo o amor que não há. Por isso hoje, especialmente hoje, em que nada de especial acontece e tudo ao mesmo tempo respira, eu te digo: obrigada por se lembrar de mim do outro lado do mundo. Você está em mim e eu em você. Porque a física ensinou, meu coração confirmou. Eu tirei zero em física, o coração está em eterna recuperação. Mas a vida? A vida, eu não sei. A vida, eu aceito. Aceito viver sem entender. Assim como aceito minha falta de jeito, minha eterna saudade e essa vontade de ser tantas e tanto e ter apenas um coração.
sexta-feira, 13 de julho de 2007


AMOR - 4 SÉRIES X 8

Não adianta. Mudam-se as cores do inverno, os sorrisos, as páginas das revistas, as dez mais bonitas. Mudam-se as tecnologias, as manchetes, o preço do pão, o jeito como você corta o cabelo. Mudam-se os sonhos, o clima lá fora, o tom do batom, a decoração, o que você espera de si mesma. Tudo muda o tempo todo. Mas uma coisa não muda. Não sai de moda. Não fica velho, nem ultrapassado. Quer saber? Acho amar a coisa mais eterna que existe. Não há nada mais moderno. Mais transgressor. Mais ousado - e mais antigo - que isso. Num tempo onde as pessoas mal têm tempo, amar virou coisa de gente corajosa. Porque é preciso muito peito (e muito jogo de cintura) para seguir o que temos de mais criativo: o coração. É o amor que nos faz ver o mundo de um jeito mais belo. E é o amor (e só ele!) que nos traz o valor exato das coisas simples. E você não precisa necessariamente amar uma pessoa. O amor é democrático. Você pode - e deve - amar a si mesmo e ao mesmo tempo amar alguém (essa, sim, é a melhor combinação!). E também amar a vida. Amar um projeto. Um trabalho. Um sonho. Ou - porque não? - simplesmente amar o amor. Se todo amor vale a pena? Eu acredito que sim. O mundo não está triste só por causa das guerras, do superaquecimento global e do tal "salve-se quem puder" As pessoas se escondem atrás das tecnologias e de um falso liberalismo pra camuflar seus medos. Para enganar seus desejos. Ah, me desculpem, mas no fundo todo mundo quer mais é se apaixonar! Mentira minha? Duvido. Todo mundo quer amar, todo mundo quer encontrar alguém especial, todo mundo quer se livrar do medo que nos impede de andar de mãos dadas. É certo que há quem prefira o morno, os relacionamentos superficiais, as noites vazias. (Relacionamentos trazem tantos problemas e alegrias quanto estar só, isso é uma verdade). Mas tenho a impressão de que todos nós temos um leve romantismo escondido, um desejo real pelo amor, uma necessidade de amar e ser amado sem a qual a vida não teria graça. (E não haveria tantos poetas, tantas canções bonitas e tanta insônia por aí). Escrevi, uma vez, uma letra onde canta a seguinte frase: "Será que amar é mesmo tudo"? Na época eu não saberia responder. Mas, hoje, cheguei a uma breve conclusão: não, amar não é tudo. É quase tudo. Amar é o começo. O primeiro parágrafo. A primeira nota. É o que canta (e encanta). Amar é que nos faz falar. É o que nos faz acordar. É o que nos faz dizer "Bom dia" com o sorriso mais livre do mundo. Se eu estou amando? É, devo admitir. Depois de vários romances sem fim, me apaixonei por mim mesma. E, como presente, ganhei um novo amor que é fruto de todos os grandes amores que tive. Sorte minha? Talvez. Mas amor não é apenas sorte. Não pensem também que amor é a solução pra todos os nossos problemas. Não. Amor não é solução. Amor é prêmio. Recompensa feliz para quem - afinal de contas - conseguiu manter-se fiel a si mesmo. Por isso, escrevo esse texto. Em uma época em que os desejos duram o tempo de uma estação, acho o AMOR o exercício mais radical que podemos fazer.

(O coração agradece!)
sábado, 30 de junho de 2007


SPICE GIRL

(porque nós, mulheres, fazemos coisas insensatas e acreditamos em sinais, homens e propagandas de shampoo)

Que as mulheres são inteligentes, ninguém duvida. Existem grandes exceções, é claro. Mas - acredite se quiser- grande parte já foi absolvida por Deus. (Ou pelo Diabo). Afinal, nós temos hormônios. Trabalho. Jornada dupla. Salão às seis. Uma pia enorme de louça suja. Família. Amigos. Depilação na hora do almoço. Um cartão de crédito que nos prega sustos. Uma sociedade que valoriza a juventude e a perfeição. Amores por quem matamos e morremos. Um cabelo que nos consome grande parte do tempo. E - no meu caso - uma necessidade de escrever que me come por dentro. Se eu não estiver escrevendo e lendo (no meu gerúndio literário sem fim) pode apostar: estarei nervosa. Louca. Com a pele opaca. E um mau humor dos infernos. O bom de tudo é que a gente pode ficar sem uma unha sexy e usar o tempo que sobrou para ler. Ontem eu fiz isso. (E hoje também: abaixo a ditadura das unhas perfeitas!). Li um livro em uma só vez, tamanha diversão que ele me trouxe. A autora desta delícia é a jornalista Leila Ferreira. E o livro se chama: "Mulheres: Por que será que elas...? O título já dá uma prévia. É diversão garantida. Leila não tem medo de ser rotulada de fútil, maluca, vazia. E ela não é. Muito pelo contrário. Ela é inteligente, sensível e mostra o que todas nós somos, antes de sermos. MULHERES. Assim. Sem censura. Com nossa lógica tão ilógica. (Mas perfeitamente racional para nós mesmas). Me encontrei em cada frase. E pensei: "Ô meu Deus, como somos tão iguais, mesmo nos mostrando tão diferentes". E o livro abriu minha percepção para a coisa. ESSA COISA MALUCA DE SER MULHER. Pra começar, eu acredito em tudo. Vou falar a verdade. Eu acredito mesmo. Acredito em propaganda. Acredito em homem. Acredito em vidente. Taróloga. Em vendedor de amendoim. Acredito em simpatia. E acredito realmente que o creme Spilol da Natura deixa minha pele 78% mais saudável. EU ACREDITO. E ponto. Quer mais um exemplo? Comprei um shampoo polivitamínico para fortalecer meus cabelos. Uma espécie de Centrum capilar. Mesmo sabendo que cabelo (depois que passa da raiz) é morto e não absorve vitaminas. Mas quem quer saber de biologia? Eu não! Eu só quero ficar com o cabelo igual ao da moça da revista, dá licença? É meio maluquice. Eu sei. Sou inteligente, nunca perdi média na escola e acho que nós, mulheres, realmente pensamos de modo DIFERENTE quando se trata de amores, beleza, compras e FUTURO. Ai, futuro então, nem se fala. Eu sou daquelas que abrem livros para encontrar "sinais". Digo que não acredito em horóscopo (mas leio, por via das dúvidas). Pergunto o signo das pessoas. E - quando o bicho pega - eu apelo pro além. Pro oculto. Pra São Judas. Pra Cabala. Pros livros de auto-ajuda. Pro tal "Secrets". E outro dia eu estava assim. Sem dinheiro. Sem perspectiva. Cansada de fazer, fazer e não ver retorno. E lá fui eu... Numa moça que trabalha com energia, numerologia e calendário maia. Ela é realmente muito boa no que faz (eu acredito!) e no final da consulta ela me recomendou: faça um escalda-pés com pimenta dedo-de-moça para melhorar sua vida profissional! Pensei com os meus botões: mole pra mim! Para uma pessoa que já tomou banho de feijão fradinho e ficou cheirando acarajé, colocar os pés numa bacia com pimenta é a coisa mais tranqüila do mundo. Pois bem. A hora era essa! Queria esquentar minha vida no trabalho. Apimentar minhas finanças. Mas surgiu a dúvida: quantas pimentas eu precisaria para fazer o tal ritual? Eu não lembrava. Mas sempre achei 7 um número mágico. E resolvi: cortei 7 pimentas dedo-de-moça, coloquei numa panela e esperei. Pimentas alegres pulavam na água que começava a ferver. Fiz uma espécie de meditação, agradeci por tudo o que tenho e pedi o que eu preciso (na vida, eu sou cara-de-pau mesmo. Eu peço e dou trabalho). Passado alguns minutos, vi que chegara o momento: COM ESSAS PIMENTAS, NADA VAI ME DETER. Ri sozinha da minha loucura mansa e joguei a poção do sucesso numa bacia antiga. Coloquei timidamente meus pezinhos dentro dela e senti: humm, uma sensação de calor. De sucesso. De vitória. De 50 músicas gravadas. De Livro lançado. Colunas em revista. Conta-corrente recheada. Viagem com meu amor. Um tour pelo shopping. Presentes para minha família. Tranqüilidade financeira. Reconhecimento profissional. (Ai, como eu amo essas pimentas flamejantes!) Depois de meia-hora de surto, O SUSTO: os meus pés estavam diferentes. Vermelhos. Vermelhos, não. MUITO VERMELHOS. Pés-escarlate. Imaginou? Eu me sentia o próprio pé de dedo-de-moça!! E ardia. Ai, como ardia! Fui depressa lavar. Fiquei em dúvida se poderia passar sabonete, afinal eu não iria correr o risco de atrapalhar meu escalda-pés do sucesso. Mas passei um sabonete NEUTRO bem de levinho, enxaguei e fui deitar. Mas meus pés estavam em chamas. BURNING. Eu não conseguia dormir, nem pensar (só sentir), e fiquei imaginando se uma inofensiva pimentinha poderia provocar queimaduras iguais as do sol. Foi aí que tive uma brilhante idéia: passar pomada para queimaduras, ORA BOLAS! E fiz isso. Bingo! O tal Paracetamol tirou o fervor que estava em mim. Anestesiou. Acalmou os ânimos dos pés ardidos e serelepes. E, assim, dormi. Satisfeita. Quando acordei, liguei, animada, para a minha irmã. E disse: "Fá, minha vida profissional vai mudar. Se prepara! Palavra de mulher".

(É, mulher é um bicho esquisito. Quando a gente cisma - seja com uma blusa, um namorado ou um ritual - fazemos coisas que até Deus duvida.)


quarta-feira, 1 de março de 2007


TEM-QUE-IR

(ou em outras palavras: porque todo mundo se diverte tanto e se sente tão vazio)

Ainda bem. O ano começou. Vamos viver, acabaram-se os meses do TEM-QUE-IR. Você tem que ir para a praia no reveillon, você tem que ir para a casa de campo no meio do mês, você tem que ir para o "paraíso tropical" no final de semana, não interessam os mosquitos, a falta de grana, você TEM-QUE-IR. Está combinado. Malas prontas, repelente na mão, vá! Você tem que ir para o show do Rolling Stones, você tem que ver de perto o U2, você tem que se acabar ao som do Fatboy, você tem que ir naquela rave sensacional que começa às 6 da manhã, você tem que estar naquela festa chiquérrima com champagne e gente que não sorri. Sinto informar. Mas você TEM-QUE-IR. Não se sabe se o Bono Vox voltará ao Brasil, não se sabe se o Mick Jagger estará na "Satisfaction" daqui há alguns anos, não se sabe se a champagne do mundo acabará de repente, nem tão pouco sabemos se estaremos aqui. Então, calcule seu tempo. Você não tem escolha. Sua única obrigação é ir, se divertir, ser feliz, custe o que custar. Não tem essa de preguiça, falta de espaço, falta de vontade, trabalho, ressaca e um vazio que volta junto com a pilha de roupa suja. Todo mundo vai. Então, você TEM-QUE-IR. E tem mais: você TEM-QUE-GOSTAR. Pague 500 reais por um convite, enxergue a banda pelo telão, cante o único refrão que você sabe de cor e volte com aquela decepção inconfessável no peito. Não, você não teve decepção alguma. Você A-D-O-R-O-U! Tudo bem que agora você está no vermelho, você quase entrou numa briga, perdeu sua afilhada no meio da multidão e na música que você mais gostava um psicopata vomitou em cima do seu pé. Mas quem importa? Seu amigo amou, a mídia amou, o mundo amou. Então você também amou. Ou será que você tem algum problema? E o TEM-QUE-IR não pára, a diversão te chama. A mala fica pronta debaixo da cama, a pele descasca mas você não perde a cor. Afinal, é carnaval. E você TEM-QUE-IR. Você tem que sambar, tem que beber, tem que perder o juízo, tem que se jogar, tem que beijar, tem obrigação de ser feliz durante 4 dias e 4 noites para contar timtim por timtim quando a festa acabar. Acabou? Ainda não. 4 dias tornam-se 8. Você tem que saber o que é Psirico, cantar de cor um funk que rima cuscuz com avestruz, pagar micos homéricos, ver a Carla Perez de entrevistadora e cair na avenida sem parar de pular. Cansou? Ufa! (Eu cansei sem sair do lugar...). Mas chegou a tão sonhada quarta-feira de cinzas! O TEM-QUE-IR deu um tempo (pelo menos por enquanto), haja saúde, dinheiro, paciência e dor na consciência de TEM-QUE-IR tanto, sem TER-QUE-SER nada. Se a diversão virar obrigação, vai chegar um dia em que a gente vai achar que felicidade é IR e não SER. E vai ter certeza que viver se resume ao próximo final de semana, ao próximo feriado, ao próximo show, à próxima viagem. (Vazio, não?) Eu não quero isso. Também não quero ser moralista. Muito pelo contrário. Vejo pessoas nesse ir-e-vir e o que enxergo é muito cansaço por pouco sorriso. Diversão não é sinônimo de felicidade. Mas pode ser. Basta se encontrar antes de sair. Aí não é preciso pular de galho em galho, de festa em festa, qualquer lugar é lugar, sua identidade (e seus desejos) já valem o ingresso. É a garantia de um "Beautiful Day", ao vivo, dentro de você.

UM FELIZ COMEÇO DE ANO PARA TODOS!
domingo, 25 de fevereiro de 2007


Meu coração é meu guia.

Meu instrumento é a palavra.

E minha inspiração é você.




Será que só você não percebe?
quinta-feira, 25 de janeiro de 2007


AMOR NA ERA DIGITAL: VOCÊ TEM GOSTO DE QUÊ?


Ah, não sei, não. O tempo do relógio não dá mais conta desse mundo. Você acorda e está lá: a cada dia uma nova invenção tecnológica é criada para enganar o deus Chronos. Olhamos pro lado e os bluetooths, wirelles, infra-vermelhos e conexões via satélite invadem nossas vidas e nos conectam com o planeta Terra num piscar de olhos. Palavras navegam por terra, água e ar e aparecem em tempo real para diminuir a distância e a solidão. Você liga o computador e: - Olá! Seu sorriso é visto do outro lado por uma webcam que te responde via Skype: - Bom dia! E assim seguimos: enviamos e-mails, falamos bobagens pelo orkut, lemos blogs, usamos o Google para tudo o que não sabemos, compomos, namoramos e trabalhamos pelo msn, montamos fotologs, compramos livros e Havaianas on-line, mandamos mensagens com fotos para o celular de amigas distantes, dizemos "eu te amo" com a velocidade da luz (não é esse o tempo de apertar "send"?). É, parece que, de repente, tudo que parecia estar longe, ficou mais perto. E confesso. Sou contraditória. Sou metade hippie, metade filha da família Jetsons (lembra daquele desenho onde a faxineira era robô?). Pois é. Quer me entender? Nem tente. Quero pé na grama e muita tecnologia! Já me vi perguntando a mesma frase várias vezes e acho que virou mania: moço, tem entrada pra USB? Resposta positiva? Alivio!! Minha vida está salva por um décimo de segundo! Vamos respeitar: existem futilidades tecnológicas deliciosas e quem disser que não, nunca sentiu o prazer inenarrável de andar pelas ruas de ipod como se fizesse parte de um clipe imaginário. Ou nunca pôde viajar pro meio do nada com um laptop, sabendo que poderá conectar-se à internet (mesmo que lenta) e mandar seu trabalho em tempo hábil, enquanto enterra os próprios pés na areia. Mas... TRIM! Nova mensagem de voz. Leio e me perco. O que será que me fez escrever esse texto cheio de bytes e palavras que se auto-corrigem? Hum... O coração avisa: é o vazio. Mesmo com essa rápida conexão que liga o mundo, eu nunca senti as pessoas tão desconectadas. Não só de si mesmas. Mas dos outros. Parece que a carência avança na mesma rapidez que a tecnologia progride. Muitas vezes decidimos manter relacionamentos com pessoas que juramos conhecer muito (mas que moram em outro hemisfério) sem ao menos sorrir pra aquele vizinho interessante que esbarrou em você. Eu não sou contra relações à distância, muito menos virtuais, cada um sabe de si e ninguém nunca vai entender o amor (graças a Deus!). Eu também não sou antropóloga, socióloga, psicóloga, nem perita em assuntos do saber. Eu apenas sinto. E o que sinto é que o mundo anda carente. Carente do real. Sem poses, frases copiadas e fotos corrigidas em photoshops Vem cá: a quem a gente quer enganar? Do quê a gente quer se esconder? Muito melhor usar a tecnologia a nosso favor e tomar apenas cuidado para não usa-la como barreira para camuflar nossos medos e defeitos. Afinal - vamos ser sinceros!- cheiro é cheiro, beijo é gosto, pele é química e eu não vou saber se te quero porque sua imagem de 480 pixels me deixou de boca aberta. Ah, não mesmo! Eu quero te provar. Literalmente. Palavra por palavra. Beijo por beijo. Frase por frase. Ao vivo e a cores.

(Sorte nossa que a tecnologia ainda não conseguiu plugar nosso coração).

terça-feira, 7 de novembro de 2006


QUAL É SEU TIPO?

"Emacipe yourself from mental slavery none but ourselves can free our minds"
(Bob Marley)


Há quem prefira louros. Há quem prefira morenos. Há quem prefira novos. Há quem prefira velhos. Há quem prefira surfistas, dermatologistas ou acionistas. Há quem faça questão de contas bancárias, há quem prefira apenas um amor e uma cabana. Há quem prefira músicos. Há quem tenha fixação por homens de terno, por tatuados ou por sarados sem camisa. Existem as que gostam de figurinos perturbados, as que querem sair na capa da "Caras", as que preferem junkies, depressivos ou sociopatas. Há quem goste mesmo dos sensíveis. Dos lindos-de-morrer. Dos viciados em adrenalina. Dos que nos que nos tratam bem. Dos que tenham um bom papo. Dos super cheirosos. Dos que cozinham. E há quem tenha predileção pelos que acabam com a nossa auto-estima. As opções não param (e a gente acha que pode marcar um X e construir um homem perfeito): com ou sem barba. Fumante ou não. Careta, moderno ou mauricinho. Magro, gordo ou sarado. Inteligente ou semi-burrinho. Blusa pra dentro ou pra fora da calça. Camisa de botão ou Havaianas. Rio ou São Paulo. Mar ou cachoeira. Gato ou cachorro. Por cima ou por baixo. (E com muitas variações, por favor!). O que importa é que nada disso importa. Gosto não se discute, essa é a verdade. Cada um, cada um. Desde que o mundo é mundo as pessoas criam seus "tipos" bem lá no fundo da mente. Homens e mulheres, é claro. Mas os "tipos" mudam porque - por dentro - todo mundo muda. O tempo todo. (Graças a Deus!). E quanto mais o universo de possibilidades se expande (porque você experimenta diferentes "tipos" por aí), mais você se concentra em detalhes que realmente fazem a diferença. Outro dia me perguntaram qual era o meu "tipo". Aí descobri: eu não tenho um "tipo". (Não fisicamente falando). Mas, peraí. Para mim, tanto faz que seja louro ou moreno, alto ou baixo, melhor que goste de chinelos e faça um peixe gostoso, mas o que conta não é isso. Pra mim, homem tem que pensar! Não um pensar que racionalize (embora seja de grande importância homens que nos tirem do nosso grande abismo emocional). Mas um pensar que sinta. Um entender que saiba antes mesmo do pensar. Dífícil? Acho que não. É um saber quase sem querer. Que só de olhar, já se sabe. Que só de escrever, já sente. Ou se não sabe, sabe que não sabe e não liga a mínima pra não entender. Porque mulher não foi feita pra se entender. Mulher foi feita pra se amar. Não acham? Taí uma boa conclusão. Se eu tenho um "tipo", acho que nada mais é do que um cara que goste de mim. Que me admire, me assuma e seja guerreiro. Porque - meus amores - eu não sou brincadeira.
quarta-feira, 23 de agosto de 2006


SOFRER POR AMOR: LUXO OU LIXO?


Outro dia me perguntaram como se cura dor de amor. Ah, gente, não sei. Realmente não sei. Me desculpem. Se existisse fórmula seria fácil. Mas não tem. E a única coisa que a gente não quer saber é de fórmulas quando o coração está em pedaços. Não adianta alguém falar "vai passar" porque a única resposta que me vem nessas horas é uma pergunta: QUANDO? E ninguém sabe o tamanho do tempo e a gente acha que o mundo acabou, que o amor é marketing, enxerga qualidades onde a pessoa (aquela ingrata!) não possui e se vê num questionamento interior que não tem fim (e muito menos respostas): por quê? Onde errei? E outras que nem preciso enumerar porque são sempre as mesmas. Só muda o objeto do amor e a intensidade do sentimento. Você pode ter conhecido a pessoa há uma semana mas tem certeza que é o amor da sua vida, a razão de tudo, a tampa da sua panela. Ah, então tá. E as amigas te consolam, a maquiagem borra e todo mundo come chocolate junto, enquanto a frase que mais odiamos ecoa no ar "se o sujeito não te quer é melhor você ficar sem ele". Ai, hora do choro aumentar! Pra amenizar, alguém diz que a atual do cara é uma sonsa. Han? Como assim? Você vai dizer: antes tivesse me trocado por alguém melhor do que eu! Estou certa? Pois é. E você sofre. Faz drama. Drama, não, dramalhão. Afinal você ama aquele filho-da-mãe de uma figa que deixou seu orgulho ferido e sua auto-estima no chão. E a gente esquece os defeitos dele, esquece que ele tem manias estranhas e esquece também que, no fundo, não via muito futuro pra vocês dois. Verdade? Não, nessas horas nada é verdade. Sofrer por amor cega, dá uma super inspiração e deixa nossas mães preocupadas, essa é a única verdade. Eu já tomei pés-na-bunda consideráveis e acho que se a Jeniffer Aniston pode, quem sou eu pra fugir da regra. Já me disseram NÃO e nem por isso sou menos inteligente, menos legal, menos louca, menos linda, menos tudo, menos nada. A única coisa que tenho certeza é que eu NÃO ERA a pessoa certa pra aquele cara. Pelo menos naquele momento. Olha que simples. E sem aquela teoria furada de que o moço tem medo, algum trauma de infância e signo complicado. Quando a gente quer de verdade - meninas, acordem! - a gente vai até o inferno, desfaz casamentos, paga pra ver, apela para a baranguice e canta "Baby, come back" debaixo da janela. Porque o amor é brega. E disso ninguém escapa. Então, vamos aproveitar nosso minuto de lucidez (enquanto não caímos na teia do amor de novo) e aprender de uma vez por todas: não é pra gente se achar um lixo quando um amor acaba. Não é pra gente imaginar que a atual do seu ex é perfeita (acredite: elas nunca são). E definitivamente não é pra gente confundir orgulho ferido com amor. Afinal a gente não vai amar uma pessoa que não ama a gente. E ponto. p.s: o sofrimento é inevitável, mas o luxo é opcional.


quarta-feira, 26 de julho de 2006

MANIFESTO: QUERO MEU LADO MULHERZINHA DE VOLTA!

(ou em outras palavras: até que ponto a gente sabe administrar o rebolado?)

Primeiramente devo dizer: a culpa não é de ninguém. Não me atirem pedras nem queimem meus sutiãs, que me são tão raros, caros e meus. Ando pensando muito sobre a questão ying/yang na sociedade e dentro de nós (minha monografia foi sobre a revolução feminina e a repercussão na publicidade atual) e o que eu vejo não são mulheres independentes e felizes com seus novos papéis, nem homens satisfeitos com um ter-que-ser que não combina com seus antigos moldes. O que enxergo são homens e mulheres perdidos e insatisfeitos, loucos por colo e amor, loucos por si só e loucos de saudade. Sim, loucos de saudade. Eu quero ser mulher de novo, estou cansada de virar homem tantas vezes por dia, tendo que resolver a vida e o mundo. Tenho que trabalhar, pagar contas, impostos, saber tudo sobre contabilidade, escrever, recitar Vinicius, ter uma bunda dura, um cabelo macio, quinhentos e cinqüenta e cinco cheiros gostosos pelo corpo, pés e mãos bem-feitos, saber o que está passando no cinema, ler de Sartre a Vogue, ajudar família, amigos, colocar os quadros novos na parede, responder e-mails, saber se o chassi do carro foi adulterado (!?) e estar linda e com a pele fresca quando aquela pessoa que você joga charme há meses te chamar pra sair. Ok, você toma banho em segundos, reclama com sua mãe pelo telefone enquanto decide o que vestir (a eterna dúvida do primeiro encontro) e tenta se focalizar em ser mulher. Apenas mulher. (Mesmo que tenha um bilhete em cima da mesa dizendo para entrar em contato com o contador com a máxima urgência). Máxima urgência? E o interfone toca e você está com duas blusas na mão, nenhum sapato no pé e uma interrogação bem no meio da maquiagem. O espelho não mente: você está ligeiramente linda, confusa e cansada. Mas pega a bolsa e vai... (Afinal, arriscar é viver!). No elevador você pensa, enquanto dá o ar da graça com o eterno blush (amigo de todos os posts e horas): o mundo está invertido ou será que sou eu? E você não encontra respostas mas encontra o cara. Parado. Mudo. Com um olhar bonito e alguma expressão que você não entende. Aí te vem a mesma imagem de minutos atrás: olha o ponto de interrogação bem no meio da cara dele... O cara não sabe o que fazer. Não sabe se abre a porta do carro, se escolhe o restaurante, se te beija, se te come ou manda embrulhar, se leva flores no dia seguinte, se conversa sobre poesia, sobre filhos ou musculação, tudo porque está na dúvida se você vai achar lindo ou vai rir na cara dele. Tudo porque ele está perdido, mas... Caramba! Você também está. Não sabe se ele tem a mente aberta igual aparenta ou se é mais careta que seu pai. E ninguém se percebe. O cara te acha inteligente, gostosa, divertida e acha que você é moderna demais pra gostar de uma mensagem fofa no dia seguinte. Meninos, é mentira. A gente gosta. Tem gente que pode não gostar, mas eu gosto. Vivemos num momento de transição e conflitos, fica difícil entender. Nada mais normal. Eu, por exemplo, trabalho, tenho minha casa, sou forte por acaso mas tenho meu lado mulherzinha que não me deixa. Sou emotiva, sensível, choro à toa, rodo a baiana, mas espero o telefone tocar, tenho meus nhem-nhem-nhens e estou cansada. Cansada de ser racional. Cansada de tomar iniciativa, cansada de ser homem em cima do salto 15. Por isso, em nome do meu equilíbrio, da falsa modernidade e dessa bagunça que virou um simples abrir ou fechar de portas, eu me atrevo a dizer: toda mulher tem seu lado mulherzinha. Rapazes, sejam fortes e persistentes! Nós somos complicadas mas contamos com vocês!

Uma ótima semana para todos! Que o mundo tenha mais paz, amor, gentileza e meia sete-oitavos!! A gente merece!
sexta-feira, 30 de junho de 2006


SUA VIDA: A MAIOR INVENÇÃO DE VOCÊ!


Ah, quer saber? A nossa vida a gente inventa. A realidade nada mais é do que um grande desejo inventado. Um sonho que se faz verdade, uma vontade que sai do papel e caminha. Assim... Feito vida. É uma responsabilidade enorme desejar, eu sei. Mas vida ao vivo é pra quem tem coragem. Coragem de sonhar. Cuidado em desejar. Porque é preciso fé, auto-conhecimento e um querer no infinitivo para que sonhos se realizem. Difícil? Pode ser. É um exercício diário que exige confiança e um amor incondicional por tudo o que somos e acreditamos. Uma aceitação suave dos próprios defeitos, um rir de si mesmo, um desaprender contínuo, um aprender sem fim sobre o que queremos da vida. Transformar sonho em verdade é para poucos. E para muitos. Para todos os que têm a sorte de desejar. Não importa se tudo parecer errado e o mundo virar a cara para você. (Qual era mesmo sua vontade?). Esqueça. Se esqueça. Hora de se perdoar. Tempo de se procurar. RENASÇA. Ninguém veio ao mundo para acertar, haja paciência pra gente perfeita! Eu sei pouca coisa da vida, mas uma frase eu sigo à risca: é preciso acreditar. E eu acredito! Acredito no que diz o silêncio na hora em que a mente cala. E meu silêncio - que não é mudo e também escreve - dita com voz de quem sorri (às vezes desafiante): confie em si mesma. Quebre a rigidez. Ouse. Perca o medo. Perdoe-se. Brinque. Viva com leveza e encante-se. Só assim você vai transformar vida em letra e letra em vida. Num reciclar eterno de poesias possíveis.

Obs: Sábio o silêncio que habita o coração!!! Que eu consiga ser quem eu sou e bata palmas no final! Mesmo que eu escorregue em mim e puxe a cortina antes do espetáculo acabar. Quem vai dizer que não era esta a melhor parte do show?




terça-feira, 20 de março de 2007


"Quando não há nada que detenha você, as coisas começam a acontecer".
(Martha Medeiros)


FÊ:LIZ!


Gosto de pensar assim: se a gente faz o que manda o coração, lá na frente, tudo se explica. Por isso, faço a minha sorte. Sou fiel ao que sinto. Aceito feliz quem eu sou. Não acho graça em quem não acha graça. Acho chato quem não se contradiz. Às vezes desejo mal. Sou humana. Sou quase normal. Não ligo se gostarem de mim em partes. Mas desejo que eu me aceite por inteiro. Não sou perfeita, não sou previsível. Sou uma louca. Admiro grandes qualidades. Mas gosto mesmo dos pequenos defeitos. São eles que nos fazem grande. Que nos fazem fortes. Que nos fazem acordar. Acho bonito quem tem orgulho de ser gente. Porque não é nada fácil, eu sei. Por isso continuo princesa. Continuo guerreira. Continuo na lua. Continuo na luta. No meio do caos que anda o mundo, ACEITAR É SER FELIZ.
terça-feira, 14 de fevereiro de 2006


EU QUERO SER ANGELINA

(ou em outras palavras: quando é que as pessoas vão parar de se meter na vida da gente?)


Alguém aí me explica: quem resolveu catalogar o mundo? Rotular pessoas? Fazer um manual de vida coletivo que mora no imaginário de cada um? A gente nasce com idéias pré-concebidas e nem se dá conta que mal temos escolhas: existe mulher para casar, mulher para se divertir, mulher para se desejar e a mulher que você tem em casa. Existe a moda do dia-a-dia, underwear, sportwear, streetwear, passeio-completo, esporte-fino, a Daslu, e a lista das dez mais mal-vestidas. Existe o cara gostoso demais, o bom-partido, o bonzinho demais, o galinha demais, o mentiroso, o sogro que sua mãe pediu a Deus, seu vizinho charmoso e o cara que é o amor da sua vida. Existe o body-splash para o dia, o seu perfume favorito para a noite, o corte de cabelo da estação, as mechas avelã-caramelo-chocolate-doce-de-leite que você vai usar sem nem sentir o gosto. (Nem nenhuma emoção diferente). Existe o point do momento, a praia mais badalada, a celebridade mais comentada, o carro-do-ano, o que está in, o que está out, o que é top, o que virou lata e o eterno vai-e-volta da saia balonê que ninguém entende (nem nunca vai entender). (O luxo de hoje é o lixo da próxima estação, anote na caderneta!) Existe a tatuada-drogada, a patricinha-metida, o bad-boy, o playboy, o bombado, a divina-modelete, o intelectual, a draq-queen, o músico, o viado, a funkeira, a caminhoneira, a marombeira, o senhor dos anéis, a poeta, o bicho-grilo, o Ronaldinho Gaúcho e nossas mães (acima de todas as coisas desse mundo). Existe a gordinha, o neguinho, a branquela, a baixinha, o mala-sem alça, o malandro, a oferecida, a santinha, a maravilhosa, o pivete, a Dasluzete, a ex-mulher-do-jogador, o Brad Pitt e a Angelina Jolie (que além de linda, tatuada e engajada, tem aquela boca, gosta de sangue e facas, carrega filhos de outros continentes, tem tesão por homens casados, beija mulheres e ainda permanece Angelina Jolie). Assim: intocável em sua transgressão. Salve Angelina! Somente Angelina pode ser Angelina. Sem rótulos. Sem estereótipos. (A legenda de "atriz estranha" já saiu de cena há muito tempo). Se Angelina faz e acontece, porque nós também não podemos? Nem preciso responder. Angelina é Angelina, sinto informar. Nós, pobres mortais que não nascemos Angelina (boca, olhos e holofotes), não podemos vacilar em nossas escolhas, nem optar por nada que não seja extremamente convencional. Não troque de marido que você vira desquitada, não faça mais de uma tatuagem que você é considerada drogada, não adote um bebê do Camboja que seus parentes te deserdam, não mude sua opção sexual que você se torna promíscua, não faça pacto de sangue com facas e sangue que você vai acabar presa (e no grupo de risco). O mundo nos oferece um milhão de opções, mas você tem que achar sua categoria agora, pegar seu crachá e colar sua LOGO para uma melhor identificação quando surgir a crucial pergunta: quem é aquela pessoa ali? É a dura realidade. (Profiles em branco não serão permitidos). Se você descobriu que sua vida não se reduz a meia dúzia de palavras e que não consegue se resumir a uma ou duas categorias catalogadas no manual imaginário da Terra, um abraço... Você não serve para viver no planeta-produto. A saída é pegar sua mochilinha do shopping Oiapoque (mais original que muita gente por aí) e tirar seu time de campo. Você não tem rótulo, não tem identidade, você é um peixe-fora-dágua, benvindo! Se quiser se adaptar, esqueça sua complexidade, suas ambigüidades, pare de pensar e siga as instruções. Você não pode ser loura, cheirosa, fazer o que quiser da vida, ter um leve ar de princesa, lutar jiu-jitsu como um homem, amar maquiagem, passar no terceiro lugar no vestibular, ser tatuada e escrever poesia. Não, não pode. Categorias misturadas, ambiguidades inusitadas, carteira apreendida, por favor! Devolva os olhos azuis, o diploma e o namorado, comece a se drogar, pegue sua carterinha "trash", faça mais dez piercings, brigue na rua, só use preto e comece a viver como num clipe do Evanescence (sem a beleza misteriosa da Amy Lee, claro). Você não pode ser moreno, forte, lindo, ganhar rios de dinheiro, ser um poço de charme e ainda gostar de homens. Você é assim? Visto negado. Você vai ser obrigado a gostar de mulheres, ter mau-gosto pra se vestir, ficar mal-informado ou vai acabar com a pele opaca, a conta lisa e nenhum lugar para se divertir. Exagero meu? Um pouco. Sou intensa, exagerada, atrevida, curiosa, doce, ácida, livre, solta, tenho milhões de reticências, gosto de pessoas não-acabadas e não quero ser rotulada. Me recuso terminantemente a concordar com a existência de um mundo limitado, colocar uma LOGO na testa, parar de escrever, parar de sonhar, ter uma vida morna e parar de falar o que eu penso. E o que penso? Que podemos ser mais. Que temos pré-conceitos demais. Adoramos julgar o outro, rotular o vizinho, sem olhar para dentro de nós mesmos. Não nos sentimos capazes de sermos o que somos. De sermos tudo o que podemos (e queremos). De sentir felicidade plena todos os dias (apesar de sabermos que é difícil, mas não impossível). A sociedade corta nossas asas, nossa criatividade, nossos desejos reais e nos deixa com medo. Medo de não ser aceito. De não ser amado. De não ser compreendido. Medo de ser feliz todo dia e não saber lidar com nosso próprio poder. Medo de não ser feliz nunca e morrer aos poucos. Quer saber? A sociedade não é culpada. (Ela só possui regras e convenções). Nós somos os únicos responsáveis pelo que iremos fazer com as nossas próprias vidas. E aí? Peixes fora dágua sempre acham mares diferentes (e ás vezes turbulentos) para se viver. (E mergulhar fundo). E produtos vivem expostos em prateleiras, têm preço e não correm risco. (O prazo de validade já vem registrado). É uma escolha que depende de cada um. A minha eu já fiz.

Eu quero ser Angelina!!


(pra poder ser o que eu quiser...)


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006


DECLARAÇÕES: JURAS E JUROS

Pensem o que quiserem, mas nasci assim: não gosto de cobrança. Por isso, pago meus impostos, declaro (quase) tudo o que penso, deixo minhas intenções às claras para quem quiser ver. Ouvir. E conferir. Outro dia liguei os fatos. Por puro descuido, errei na declaração do imposto de renda. Se existe um jeito certo? Nem me pergunte. Tudo muito burocrático, cheio de formulários, recibos, uma retrospectiva de papéis e números que a gente só lembra quando vê. A punição? Senhas, filas que não acabam, atendentes de cara feia, informações distorcidas, desconfiança de uns, ajuda de outros, uma multa gigantesca que me fez ajoelhar, chorar e pedir ajuda aos céus. Se no governo você tenta agir certo mas por mero acaso você esquece um recibinho de nada, prepare-se! Coloque seu maior óculos, jogue o cabelo na cara, você é uma sonegadora, uma cidadã desonesta, caiu na malha fina, vai aparecer no Jornal Nacional e dividir a cela com a dona da Daslu (que obviamente não estará na cela porque é a dona da Daslu). Mas voltando... Na receita federal não existe: xi, esqueci... Não existe estar escrito nos seus belos olhos que você não entende bulhufas de contabilidade, que sua vida é escrever, vê lá se você vai se preocupar se o plano de previdência privada estava ou não enumerado com os outros milhões de informações que a declaração pede. E a declaração ainda fala: modelo simplificado. Imagina se não fosse? É assim, nada simples, um errinho de nada pode sair tão caro que você vai ter que dividir em 60 vezes. Com juros e lágrimas. Desespero à parte, foi quando me veio a dúvida: no governo e no amor só muda o formulário. Será? É, pessoal, ajoelhou tem que rezar. Amor também guarda recibos, declarações, juras, uma pá de palavras ditas (e não ditas) que você vai ter que prestar contas mais cedo ou mais tarde: "Você não disse que se mudaria de cidade comigo?" (Ver declaração do dia 12, favor retificar-se agora ou tirar o time de campo.) "Você não jurou que aquele cara era só um conhecido?"(Olhar com atenção o recibo, não tem como voltar, a ordem é aguardar, chamar testemunhas e esperar a sentença final da justiça. Ou melhor, a decisão do amor da sua vida). É gente. Difícil demais viver onde todo mundo confia desconfiando. Cobranças de um lado, retificações de outro, multas por todos os cantos do planeta, o inocente vira criminoso, o criminoso sai sem punição e por aí vai. Uma falência econômica e emocional que cansa e desanima. Por isso, cuidado. Consulte sempre um contador, um advogado, um psicólogo, um oráculo ou seu coração quando preciso. Tirando o governo, dizem que a justiça tarda mas não falha. Eu acredito. E aguardo.
sábado, 14 de janeiro de 2006


MULHER DE FRASES


Não sei quanto a vocês, mas amor pra mim ter que ter cheiro. Gosto. E FRASES. Não adianta dizer que um olhar vale mil palavras, que o silêncio diz tudo. Não, não e não. Eu quero sentir, tocar, cheirar, provar, morder e OUVIR. LER. Então, por favor, DIGA. Qualquer coisa que seja, qualquer frase, qualquer palavra perdida, FALE. Ou ESCREVA. Mas por favor, ETERNIZE. Palavras foram criadas para fotografar o coração. Então por favor, não poupe o mundo da sua essência. Click. Palavras são simples. Precisas. Lindas em sua pureza de ser dita. Ben(m) dita! Não precisa fazer pose. Deixe acontecer. Se a garganta der nó e a sílaba não sair, ESCREVA. Caneta e lápis na mão, SEJA. Mostre-se. Eu não me apaixono por pessoas. Eu me apaixono por frases. Me alimento de palavras. Verdades, incertezas, medos, doçuras e pequenas mentiras. Não importa. Eu quero provar seus verbos. Seus sujeitos. Seus objetos. Eu quero te ler. Te sublinhar. Te copiar. Te re-ler. Então, por favor, escreva-se. Inscreva-se. Eu quero te pregar num post-it pra nunca mais te esquecer. Quer saber? O que me encanta no mundo são letras, vogais, combinações inexatas entre o que quer dizer e o que se diz. Não precisa dizer bonito. Muito menos escrever bonito. Palavra vira poesia quando dita com a alma. Por isso, solte-se. Rabisque-se. Eu não vou analisar suas palavras. Eu vou apenas senti-las... Sentir você em cada letra escrita, em cada ponto, em cada frase desenhada. Por isso, permita-me. Eu não quero gramática, dicionário, frases de efeito, plágios descarados pra preencher vazio. Eu quero você. Você e suas palavras. Você e sua letra torta. Em qualquer frase, qualquer rima, qualquer asterisco no pé da página. Mas que seja você. Que brote do silêncio da sua alma bonita e se transforme em letras: palavras para eternizar a poesia que é seu coração!

P.S: Eu sou mulher de frases. Ainda bem que você tem palavra.
sexta-feira, 23 de dezembro de 2005


I DON´T WANT MUCH BABY. I WANT MORE.


Dizem que a gente tem o que precisa. Não o que a gente quer. Tudo bem. Eu não preciso de muito. Eu não quero muito. Eu quero mais. Mais paz. Mais saúde.Mais dinheiro. Mais poesia. Mais verdade. Mais harmonia. Mais noites bem dormidas. Mais noites em claro. Mais eu. Mais você. Mais sorrisos, beijos e aquela rima grudada na boca. Eu quero nós. Mais nós. Grudados. Enrolados. Amarrados. Jogados no tapete da sala. Nós que não atam nem desatam. Eu quero pouco e quero mais. Quero você. Quero eu. Quero domingos de manhã. Quero cama desarrumada, lençol, café e travesseiro. Quero seu beijo. Quero seu cheiro. Quero aquele olhar que não cansa, o desejo que escorre pela boca e o minuto no segundo seguinte: nada é muito quando é demais.

Eu quero e preciso.
Querer mais é pedir muito?

Te espero.

Você cozinha. Eu escrevo.
A ins-piração é por conta da casa.
segunda-feira, 5 de setembro de 2005



"ME CANSEI DE LERO-LERO DÁ LICENÇA MAIS EU VOU SAIR DO SÉRIO EU QUERO MAIS SAÚDE!!!!" (Rita Lee)


A vida não está fácil. Nem para mim, nem para você, nem para ninguém. Só que hoje eu tirei o dia para agradecer. Mesmo com contas para pagar e dúvidas sobre o futuro. Eu quero colo, eu quero um amor pra ocupar o lugar, eu quero um beijo. Meu computador não funciona, o furacão katrina pegou o mundo de surpresa, as respostas não estão onde eu procuro. Eu quero paz, quero solidariedade, quero um pouco mais de respeito e quero escrever sem chorar. Eu quero tanto e preciso de tão pouco. Por isso, eu peço: alguém aí coloca um pouco de vergonha na minha cara? Porque viver é ser. E eu sou, meu Deus do céu, eu sou. Meio desajeitada, meio apressada, meio abusada, mas sou. E tenho saúde, eu tenho S-A-Ú-D-E!!! Alguém aí está me ouvindo? Me desculpa por reclamar da luz que queimou, dos vendedores de telemarketing, das pessoas que falam em gerúndio, do meu orgulho ferido que não sara, das minhas angústias. Eu não ligo. Eu não estou nem aí para coisas pequenas, emails forjados, cheque-especial e frases mal-feitas. Eu não estou nem aí para tudo o que possa ser consertado. Para tudo o que tem solução. Eu tenho saúde e saúde a gente não compra. Não se compra saúde no Submarino, em lojas de 1,99, não se compra saúde na Daslu. Não, gente, saúde a gente tem, a gente conserva, a gente cuida, mas às vezes... sei lá, a gente perde. Estou triste porque o mundo lá fora está doente. Uma amiga querida está com o pai e a mãe muito doentes e eu me sinto impotente. Fazer o quê? O que eu posso fazer para diminuir a dor dessa pessoa que há mais de quinze anos só me traz alegria? O que eu posso fazer pra ver os olhos dela sorrirem de novo? Alguém me responde? Ter fé. Rezar. Ficar ao lado dela, já que o pai não tem muito tempo por aqui. Eu sei que situações como essa não são boas de se comentar, mas é um alerta. Para todos nós. Para todos nós que temos saúde ou que temos cura e podemos viver, ser e ajudar. Ajudar o outro, dar a mão, segurar a lanterna. Vamos viver cada minuto, vamos amar cada segundo, vamos nos preocupar com o que realmente importa. Vamos seguir aqueles conselhos que ouvimos desde crianças e não damos bola: cuide do seu corpo, cuide de sua alma, alimente seu espírito, se apaixone perdidamente por você mesma. Assim, só assim, poderemos ser gente suficiente para agüentarmos firmes quando a vida nos pegar. De surpresa.

VAMOS COMEÇAR POR NÓS...
Isso é um convite e uma opção.
quinta-feira, 8 de setembro de 2005


"SEMPRE É POUCO QUANDO NÃO É DEMAIS." (Arnaldo Antunes)


Eu preciso aprender a ser menos. Menos dramática. Menos intensa. Menos exagerada. Alguém já desejou isso na vida: ser menos? Pois é. Estranho. Mas eu preciso. Nesse minuto, nesse segundo, por favor, me bloqueie o coração, me cale o pensamento, me dê uma droga forte para tranqüilizar a alma. Porque eu preciso. E preciso muito. Eu preciso diminuir o ritmo, abaixar o volume, andar na velocidade permitida, não atropelar quem chega, não tropeçar em mim mesma. Eu preciso respirar. Me aperte o pause, me deixe em stand by, eu não dou conta do meu coração que quer muito. Eu preciso desatar o nó. Eu preciso sentir menos, sonhar menos, amar menos, sofrer menos ainda. Aonde está a placa de PARE bem no meio da minha frase? Confesso: eu não consigo. Nada em mim pára, nada em mim é morno, nada é pouco, não existe sinal vermelho no meu caminho que se abre e me chama. E eu vou... Com o coração na mochila, o lápis borrado, o sorriso e a dúvida, a coragem e o medo, mas vou... Não digo: "estou indo", não digo: "daqui a pouco", nada tem hora a não ser agora. Existe aí algum remedinho para não-sentir? Existe alguma terapia, acupuntura, pedras, cores e aromas para me calar a alma e deixar mudo o pensamento? Quer saber? Existe. Existe e eu preciso. Preciso e não quero.
segunda-feira, 12 de setembro de 2005

"Você me beija. E eu vou fazer história"... (Jonh Fante)

Não consigo resistir a escrever sobre você. Você e seu jeito confuso. Você e esse rosto. De onde você tirou esse rosto? Meus Deus, aonde foi que você aprendeu a me olhar assim? Vai, toma, leva. Me emprestei um pouco, agora leva o resto. Não tenho o que fazer com o que ficou de mim. Olha, amo você. Não te conheço mas amo. Assim como amo minha loucura. Me entende? Eu sei que sim. Porque você é mais louco que eu, achei alguém mais louco e lindo que eu. E você escreve, meu Deus. Escreve lindo, suas palavras são tão eternas que eu poderia morar nelas e ser cada letrinha de sua frase. Me salva no seu computador, escreve uma história linda para me matar de vez. Nossa loucura junta nos salva. Você me salva. Você ama meu lado obscuro, você ama quando eu fico brava, você ama o que há de pior em mim. Aonde já se viu isso? Então leva. Me leva e não devolve. Me leva e constrói um bar, vamos ler Jonh Fante, ficar bêbados de Rimbaud, vamos fazer alguma coisa grave porque nada mais nos resta. Te resta? Eu te resto. Eu e nossa loucura. Nossos planos foram reduzidos a pó. Junta nosso lixo, joga tudo fora. Não temos nada pra sonhar. Mas temos vida, um coração que ainda bate. Temos nossa falta de juízo, nossas palavras, nossos livros e uma imaginação sem fim. Será preciso mais?

Post-scriptum-punk: Preferi as palavras ao Prozac.


quarta-feira, 28 de setembro de 2005


"Nunca se sabe para onde essa vida puta e louca quer nos levar"
(Clarah Averbuck)


Eu sei amar. Mas não sei fugir. Por isso, não tente me parar. Não me peça para não ir. Não me diga para tomar cuidado, eu não sei amar mais ou menos. Quando eu decido, eu vou. Me entrego, me arrisco, me corto, me estrepo, azar meu, sorte minha que nasci assim: vim ao mundo para sentir. Meu coração se esgarça, a vida se desfaz, me embolo em mim mesma, dou nó. E daí? A vida é minha. O amor é meu. Me dou de bandeja pra quem eu quiser. Você aí quer? Quer mesmo? Então leva. Mas leva tudo. Leva e não devolve. Só devolve se eu pedir. Amor não tem garantia mas tem devolução. Pode começar do nada, pode acabar de repente, pode não ter fim. Mas tem sempre o meio. Amor tem gosto de pele, língua e segredo. Amor tem gosto de cobertas, descobertas e travesseiro. Você imagina quantas Fernandas existem em mim? Toda mulher é uma surpresa, uma torta mil-folhas, um bombom diferente em um lindo papel celofane. Quer provar? Eu posso acordar doce, ficar amarga e até dormir ácida sem você perceber. Mas eu quero que você perceba. Eu quero que você se alimente do que há de melhor e pior em mim. Eu quero te mostrar cada gosto, te misturar, te revirar o estômago, te virar do avesso, jogar a receita fora. (Nada de banho-maria!). O amor não tem regras, o desejo não tem limites. Minha boca é do tamanho do meu coração.
segunda-feira, 24 de outubro de 2005


"Mas então por que eu finjo que acredito no que invento?"
(Legião Urbana - Acrilic on Canvas)

Quanto tempo faz? Não sei. Não me importa se passaram milênios, décadas, anos, horas, segundos. Não me importa se estou em outubro ou novembro, se chove ou se faz sol. O passado e o futuro não me interessam. Eu não uso relógio, eu não sei a hora certa. Só sei que hoje acordei e pensei em você. O tempo me pareceu vago. Não sei se você existe. Não sei se você se inventou e apareceu sorrindo na minha sala pequena e alguma hora eu vou acordar e você irá sumir. Like a Dream. Mas eu não quero acordar. Não agora. Quero continuar te olhando. Olhando esses olhos lindos. Olhos que me olham e não prometem. Eu não quero promessas. Promessas criam expectativas e expectativas borram maquiagens e comprimem estômagos. Não, não e não. Eu não quero dor. Eu não quero olhar no espelho e ver você escorrer, manchando minha cara bonita. Eu quero me enganar e te amar. Até acordar.
domingo, 30 de outubro de 2005


"Desculpem, mas devo dizer: eu quero o delírio". (Lya Luft)


Eu não quero ser uma pessoa normal, vivendo uma vida normal, só pra inglês ver. Eu quero meus defeitos. Meus efeitos. Quero tudo e quero mais. Eu não ligo se o ano acabou, minha fé balançou e as pessoas estão pensando em árvore de natal e festa de ano-novo. Já chegou o final de dezembro? Não. Então, me desculpa. Leva os enfeites natalinos de volta pro armário, pára de procurar lentilha no supermercado, devolva sua passagem pra aquela viagem que você nem sabe onde é. Viva um dia de cada vez, respire, esqueça... Esqueça do Papai Noel suado no shopping center, das sete ondinhas que você nunca pula, esqueça sua certeza de que " ano que vem vai ser melhor". É estranho, eu sei. Mas certeza a gente tem que ter hoje. Do agora. Sou da turma do improviso. Por isso, não me pergunte. Eu nunca sei o que vou sentir daqui a 5 minutos, 2 meses, um ano. Sinceramente, não sei. E se sei, minto. Eu não vivo o futuro. Eu não sei que caminhos seguirei, que pessoas amarei, quantos gatos terei. Eu só sei o que quero. O que devo. NOW. Eu nasci assim: conheço o fim e improviso o meio. Falta de juízo? Não sei. Preciso sentir antes de pensar. Só depois ajo. E vivo como vive quem planeja: bato a cabeça do mesmo jeito. Arrisco. Machuco. Sangro. Costuro. Me reconstruo. Igual fiz nos últimos 10 meses. Porque verdade seja dita: cada um vive de um jeito. Mas que 2005 foi esse? Ou melhor: que ano está sendo esse? A idéia foi me partir ao meio? Dividir o mundo ao meio? Me arrancar o coração? Roubar minha esperança? Enxergar em cada rosto um ponto de desespero? Se o plano era esse, pessoal aí de cima, coloca um "A" aqui. Bota um parabéns e me dá uma estrelinha. Eu preciso, eu mereço! (Eu e todos nós). Preciso porque me arrisquei. Mereço porque me ferrei. E me ferrei porque quis. Resultado? Aprendi. Ponto pra mim! Quanto maior o grau de dificuldade, maior o prêmio. Não é assim? Eu acho, está escrito em algum lugar, não me pergunte onde. E o prêmio não é ganhar um bônus por decepções digeridas nem coragens reforçadas, com uma viagem de ida e volta com acompanhante para a Polinésia Francesa. O prêmio é olhar pra dentro e - mesmo com toda dor, mágoa, tristeza, falta de rumo e prumo - se reconstruir, se aceitar e ter orgulho de quem você é.


(A gente tem o que precisa, não o que quer. Por isso, " Um inesquecível AGORA!") E UM FELIZ DIA NOVO! SEMPRE!!!!!
domingo, 20 de novembro de 2005


"Quando a gente conversa contando casos, besteiras
Quanta coisa em comum, deixando escapar segredos
E eu não sei que hora dizer, me dá um medo, que medo
É que eu preciso dizer que eu te amo,
te ganhar ou perder sem engano
É eu preciso dizer que eu te amo, tanto..." (Cazuza /Dé /Bebel)

A vida te dá uma rasteira. Você cai, tropeça, o sonho borra a maquiagem, o coração se espalha. Você sente dor, perde o rumo, perde o senso e promete: paixão, nunca mais. Você sente que nunca irá amar alguém de novo, que amor é conversa de botequim, ilusão de sentido, que só funciona direito para fazer música, poesia e roteiro de cinema. E você inventa. Um amor pra distrair. Um amor pra ins-pirar. Um amor pra trans-pirar. Uma paixão aqui, um quase-amor ali. Ainda bem que existem amigos para amar, abraçar, sorrir, cantar, escrever em recibos e tirar fotos bonitas. E a vida segue. Feliz. Sua imaginação te preenche, seus amigos te dão colo, vodka e dias incríveis. Aí do nada ele surge. Ele. Ele que é diferente de tudo. Ele que é tudo. Mas tudo não existe. Ele sim. Ele existe. E gosta de Vinícius, de praia, de palavras simples e café na cama. Ele que é lindo. Vocês estão ouvindo? LINDO! Lindo por fora, mas infinitamente lindo por dentro. Que tem sonhos molhados, planos no varal e o coração atirado na mala. Ele que não se parece com nada. Ele que combina comigo. E não tem medo. Será que estou sonhando? ELE NÃO TEM MEDO! Ele não gosta do morno, de mais ou menos, de música feia, nem sentimento pequeno. Ele que me abriu o verbo, me fez chorar, escancarou o coração, confessou o que não se diz e me sentiu. Lá de longe, no fim do mundo, ele me sentiu. Me enxergou por dentro, me chamou de anjo, disse que eu sorria lindo e me deixou tímida. Entenderam? Ele me deixou tímida! E me mandou músicas lindas, versos lindos, devolveu minha esperança, me fez querer acreditar de novo. Ele que não gosta de jogo, que tem o sorriso mais lindo do mundo, que não pára nunca de sorrir e me olhar. Ele que não pára nunca de se buscar e me encontrar... Ai, pára tudo. Eu quero um All Star porque eu vou casar. Eu não gosto de tênis, vivo de salto ou chinelo, mas eu quero um All Star 36 porque eu vou me casar com ele. Porque planos nem sempre dão certo e a gente tem que ousar e desafiar a razão: eu vivo para sentir. E eu sinto que quero estar com ele. Agora. Quero viver com ele na casa de armário pequeno, ter uma filha que não se chama Maria e viver de amor. Sem medo. Sem planos a longo prazo. Vou viver e ser. Vou viver, ser e amar. Vou viver, ser, escrever e amar. Com ele. Até o fim.
terça-feira, 28 de junho de 2005


O AMOR EM CAIXAS...

(aonde foi que eu perdi meu sapatinho?)

Das duas, uma. Ou você tem namorado(a), amante, parceiro (a); ou está sozinha. A sociedade prega que as pessoas vivam em pares. Isso não é de hoje. Mas eu gostaria de dizer que sinto uma imensa preguiça desse papo. Papo furado de quem leu muito "Romeu e Julieta". Eu acredito no amor. Não como uma salvação. Mas como um prêmio de quem consegue se achar. E se conhecer. Não acho que a felicidade do outro esteja unica-e-exclusivamente em alguém. Longe disso. O que eu vejo muitas vezes são pessoas desesperadas para encontrar alguém. Mulheres lindas e inteligentes que acreditam que são menos por não serem dois. Fico triste com tudo isso. Muita gente casa sem querer. Namora sem saber os sonhos de quem dorme ao seu lado. As pessoas banalizam o amor e o colocam em pacotes. Com laços de fita e tudo. Muito chique. Da Trousseau.

(O que eu acho é que o mundo precisa de pessoas apaixonadas. Por elas mesmas.)


quarta-feira, 1 de junho de 2005

Insensata Lógica


Ah, quer saber o que eu penso? Você agüentaria conhecer minha verdade? Pois tome. Prove. Sinta. Eu tenho preguiça de quem não comete erros. Tenho profundo sono de quem prefere o morno. Eu gosto do risco. Dos que arriscam. Tenho admiração nata por quem segue o coração. Eu acredito nas pessoas livres. Liberdade de ser. Coragem boa de se mostrar. Dar a cara a tapa! Ser louca, estranha, linda, chata! Eu sou assim. Tenho um milhão de defeitos. Sou volúvel. Tenho uma tpm horrivel. Sou viciada em gente. Adoro ficar sozinha. Mas eu vivo para sentir. Por isso, eu te peço. Me provoque. Me beije a boca. Me desafie. Me tire do sério. Me tire do tédio.Vire meu mundo do avesso!. Mas, pelo amor de Deus, me faça sentir... Um beliscãozinho que for, me dê. Eu quero rir até a barriga doer. Chorar e ficar com cara de sapo. Este é o meu alimento: palavras para uma alma com fome.

(Meu coração é minha razão. Essa é a lógica que inventei pra mim).
terça-feira, 26 de julho de 2005

NOITE DE CRISTAL AZUL


Hoje acordei com você na cabeça. Pensei em seu sorriso lindo e mentalmente te mandei um beijo. Recebeu? Acho mágica esta palavra: sincronicidade. Em português mais claro, nada mais é do que estar no lugar certo no momento certo. E você chegou. Na hora exata. No dia exato. Apareceu com seu abraço quente, seu corpo em equilíbrio, sua mente me desafiando a ser. Olhei no calendário de papel em cima da mesa. Nada estava marcado. Mas você sabia. Depois de tanto desencontro, era aquele o nosso dia. O mundo sabia. Zuvuia sabia. A galáxia inteira conspirava: vá! E fomos... Entendemos nossos mundos . Eu, brincando com a magia da vida. Você, transformando a realidade em realização plena. Levei uma rasteira. Palmas para a surpresa! Acordei e você estava ao meu lado. E eu achei lindo. Você e suas histórias de mil mundos. Sua curiosidade que não acaba mais. Seu cheiro, seu carinho, um olhar que tudo sabe e tudo quer. Fiquei ali. Sentada. Eu e minha poesia. Nós duas - cúmplices de um só coração - de repente ficamos mudas. Sua vida era a minha poesia. Assim. Rápido. Como se o mundo inteiro se abrisse na minha frente. Me encantei. E te escrevi no meu corpo. Com símbolos de civilizações perdidas, nos achamos. Me achei. Era eu. E um novo começo.

Paz é o Caminho. Amor é a Resposta.

Um feliz re-começo para todos!
terça-feira, 12 de julho de 2005


QUANDO O CORAÇÃO NÃO USA FPS


Dar um tempo. Férias. Tomar fôlego. Reorganizar as idéias. Era tudo o que eu precisava para continuar. Sabe o que é isso? Eu, minhas amigas, biquinis e um caderninho. No apartamento em que nós estávamos, sempre alguma delas gritava da porta: Pegou o boné? Alguém achou meu óculos? Vai fazer frio? Fê, pegou seu caderninho? E assim eu saía. Com cangas, blusas de frio, protetor solar e o tal caderninho. (Tenho sempre um caderninho na bolsa, aonde quer que eu vá). Hoje - já em casa e de volta ao trabalho - meu caderninho está assim: cheio de areia e palavras. Meu coração está leve, mesmo sabendo que a realidade está na ponta do meu nariz e - amigas! - é chegada a hora de ira à luta! De novo. O lado não tão bom disso tudo é o desassossego de descobrir coisas sobre nós mesmas que a gente insiste em não enxergar. A parte boa é que - sei lá - existe parte boa? Brincadeira! Sempre existe. E eu não posso me dar por vencida com um bronzeado desses. Não agora. Não hoje. Mesmo tendo lido aquela frase do livro da Maitê Proença que me fez chorar. Não de tristeza. Chorei porque sou burra mesmo. Se tivesse lido esta frase antes (Aonde você estava, Maitê??), talvez eu tivesse sofrido menos. Por ele. Aquele que foi o amor da minha vida. Que talvez ainda seja. Que sempre será. Mas a tal frase que me puxou o tapete foi simples como tudo o que eu gosto: "não quero o amor da minha vida ocupando o lugar de amor da minha vida". Entendeu? Decorou? Lindo isso. Lindo e triste. Maitê sabia. Soube antes de mim. Bem antes. Esperta essa garota. Tão linda, atriz e sublime com seu olhar verde-esmeralda - Maitê Proença - nossa Dona Beja, também teve seu coraçao machucado. Dilacerado, imagino. Normal. Desse mal, meu bem, ninguém escapa. Mas o bom disso tudo é que consigo agora abrir meu coração sem rodeios. Sim, amei sem limites. Dei meu coração de bandeja. Sim, sonhei com casinhas, jardins e filhos lindos correndo atrás de mim. Mas tudo está bem agora. Eu digo: agora. Houve uma mudança de planos. E eu me sinto incrivelmente leve e feliz. Descobri tantas coisas. Tantas. Tantas. Existe tanta coisa mais importante nessa vida que sofrer por amor. Que viver um amor. Tantos amigos. Tantos lugares. Tantas frases e livros e sentidos. Tantas pessoas novas. Indo. Vindo. Tenho só um mundo pela frente. E olhe pra ele. Olhe o mundo!! É tão pequeno diante de tudo o que sinto. Vejo minha lista - anotada com um coração bic no meu caderninho-de-bolsa : coisas que preciso fazer antes dos 35 anos. Sinto uma alegria infantil. Está tudo ali. Meus desejos. Meus maiores sonhos. Minha obsessão por um laptop. Minha vontade de escrever um livro. Ter um filho. Fazer mil cursos. Aprender coisas novas. Conhecer lugares. Pessoas. Me conhecer mais. Me descobri um pouquinho e parece que foi tanto!! Porque agora muitas coisas fazem sentido. Minhas palavras. Tudo o que quero ser e criar. Sofrer dói. Dói e não é pouco. Mas faz um bem danado depois que passa. Descobri. Ou melhor, aceitei: eu nunca vou esquecer o amor da minha vida. Nunca. Mas agora, com sua licença. Não dá mais para ocupar o mesmo espaço. Meu tempo não se mede em relógios. E a vida lá fora, me chama!