07 agosto, 2015

TPM: Treinada Para Matar?


Amar é uma das coisas mais legais do mundo. Isso, é claro, se você, ou quem está ao seu lado, não estiver na TPM.

Aí, minha amiga, nem santo aguenta! Ou nos aguentam os eventuais namorados, maridos e afins 
que não foram canonizados ainda (deveriam?!) e que mesmo não entendendo patavinas do nosso desatino hormonal tentam nos compreender e nos ajudar.

Pergunto: já que as mudanças são tão intensas e nós mesmas não nos suportamos nesse período, como exigir que os homens, cheios de testosterona, entendam o humor oscilante e os beicinhos emburrados, durante nossos tortuosos dias de cão?
“PORQUE SIM!”, você, na TPM, irá me dizer. E eu, mais que depressa, vou concordar. 

Mas sabemos que nada é tão simples. Como canta a música “Mulher de fases”, da banda Raimundos,
lançada em 1999, no disco Só no Forevis: “meu namoro é na folhinha”. Salve os espertos Digão e
Rodolfo, que não só marcaram a história da música brasileira, como também cantaram sobre esse controverso tema: grande parte das mulheres é mesmo de fases.

Nesse período, a gente, sensata até a página 3, passa a se irritar com qualquer coisa. A chorar por bobagens. E a se comover com todos os sofrimentos do mundo.

ESTOU MENTINDO?

E dá-lhe chocolate para amansar nossa fera interior. Dá-lhe cafuné, dá-lhe paciência!

Agora, se você é mulher e namora com outra garota: parabéns! Além de ajudar a desconstruir esse paradigma preconceituoso que ainda ronda a palavra homossexualismo", você tem a sorte de se relacionar com alguém que sabe que a TPM não é invenção do século XX (embora, vez ou outra, a gente a use como justificativa para as nossas maluquices). Mas, se sua TPM coincide com a da sua namorada, minha querida... Boa sorte! Serão duas onças raivosas na mesma jaula. E duas caras zangadas no almoço de família, quando aquela tia desavisada perguntar: “E os namoradinhos, querida?”.

A grande verdade é que TPM não é invenção, infelizmente. É físico, químico, biológico e emocional. 
Se você é uma abençoada que não sofre desse mal, recomendo que não comente isso com outras mulheres. Porque – juro – garotas não veem com bons olhos quem nunca teve TPM (ou celulite) na vida. Afinal, de que raios de planeta você surgiu?

ps: esse é um pequeno trecho do meu novo livro O AMOR NA TPM, que será lançado pela Editora Empíreo, dia 18 de agosto, a partir das 18 horas, no Jângal Bar. Para saber mais sobre o livro e para aproveitar a pré-venda, só acessar: www.amornatpm.com


Agora, para começar o final de semana com arte, a coluna do nosso querido Gustavo do Cinediário!

A sétima arte, em palavras - Gustavo Rezende

Os tradutores brasileiros fizeram mais uma. Sinceramente, eu não consigo entender o que passa na cabeça de um profissional que traduz Kidnapping Mr. Heineken (Sequestrando Mr. Heineken) para Jogada de Mestre. Um sequestro, repleto de pontas soltas e desdobramentos fatídicos, pode ser considerado tudo, menos uma jogada de mestre. Além disso, o título em português esconde o grande atrativo do longa: a história verídica - e pouco conhecida - do atentado ao bilionário Freddy Heineken, dono da marca de cerveja que carrega seu sobrenome. Vai entender! 
Jogada de Mestre é um longa que apresenta altos e baixos na mesma proporção. O diretor Daniel Alfredson consegue compor uma ótima atmosfera, onde o suspense e o drama apresentam-se de forma crescente e envolvente. Esse resultado é conquistado através da experiência do diretor com películas desse gênero, como por exemplo, o segundo e terceiro capítulos da trilogia Millenium. Um outro aspecto interessante do filme é mostrar a história através do ponto de vista dos sequestradores. Essa mudança de foco foi uma boa sacada, pois as condições da Holanda nos anos 80 impactavam muito mais as classes desfavorecidas que os magnatas endinheirados. Sendo assim, o "material humano" dos bandidos é muito mais rico e complexo, merecendo o destaque. A ambientação e a reconstituição de época também são muito bem realizadas, com destaque para a trilha sonora e a cenografia. Mas o longa também está recheado de problemas. O primeiro deles fica por conta do ritmo, que não consegue sustentar a linearidade da narrativa, tornando-se muitas vezes arrastado. A edição também apresenta sérios lapsos, especialmente no que diz respeito à percepção de tempo. Muitas vezes temos a sensação que o filme teve um salto temporal, quando percebemos que ele continua no mesmo dia. Falha inaceitável para uma produção desse nível. Apesar de não ser o foco principal da narrativa, senti falta de uma maior participação de Antony Hopkins (Mr. Heineken). Atuando como um mero coadjuvante,  o ator rouba as cenas em que aparece, como se clamasse por mais destaque na trama.
Jogada de Mestre é um filme que quase chegou lá. Pena que faltou fôlego.



Gustavo Rezende (instagram @gustavosrezende) é publicitário, especialista em desenvolvimento de produtos cosméticos e amante da sétima arte. Criador do instagram @cinediario, contribui semanalmente com críticas, indicações e curiosidades sobre os melhores filmes.