08 junho, 2015

Por um bom molho de macarronada...



Cara,

Não sei o que escrever hoje, mas os dias tem me parecido bem difíceis ultimamente. Estou cansada de sentir. Cansada de fazer. E, sobretudo, cansada de estar cansada. Tudo me esgota e, infelizmente, eu não posso me dar ao luxo de parar agora. Mas eu queria, sabe? Ficar sem comunicação por uns dias, para poder recarregar as baterias e voltar a ser eu mesma de novo.
Mas, por aqui, eu só choro. Cada tecla é uma lágrima exausta, bem sei que preciso arranjar forças sei lá onde para prosseguir, sem causar maiores danos. Eu nunca pensei que escrever pudesse me trazer tamanha exaustão, mas me responsabilizo por tudo, afinal, quem achou que seria fácil abraçar o mundo foi eu. Sim, eu peguei vários livros pra fazer ao mesmo tempo, achando que as oportunidades escorreriam pelos dedos... E agora estou aqui: escorrendo pelos meus próprios dedos e me sentindo incompreendida e sozinha. O meu cansaço pertence apenas a mim.

Por um momento, penso que talvez alguém se sinta como eu. Mas, quem? Estou lendo a autobiografia da Sophia Loren e fico perplexa como a vida das pessoas nos parece fácil e cheia de glamour, quando olhadas de fora, não é mesmo? Puro engano. O olhar de gato da bela italiana têm - escondido - muitas outras histórias tristes e cinzas, por trás dos bastidores. A inteligência é uma faca de dois gumes. A beleza também, isso é inegável.
E a solidão, no final das contas, é a única que ouve sem nos julgar, nos entende, nos acalenta. E nos dá a mão.

O resto? Bom, são apenas fantasias. Sorrisos. Páginas. E a esperança de que - assim como a bela Sophia - eu possa chegar a algum momento da vida e pensar: agora só me resta fazer um bom molho de macarronada para comer com quem eu amo. NADA MAIS.







Nenhum comentário: