12 fevereiro, 2015

Entre livros, gatos e cafés



Muita gente pergunta como é minha rotina. Se eu escrevo quando eu quero, se a inspiração vem sempre. Não. Infelizmente, essa coisa de "inspiração" é superestimada. Existem, claro, momentos mágicos (e raros) em que ela surge. Do nada. Mas, quer saber? Hoje, pelo que vocês podem ver, eu não estou inspirada. E daí?

Escrever é - pelo menos, para mim - mais que inspiração. É transpiração. Coração. E muita superação. Um exercício danado de difícil porque requer muita coragem. É, coragem de se expor. Ou, melhor: ME EXPOR. É muito fácil escrever coisinhas bonitas e sem alma. É só arrumar as letras, montar as frases.  E pronto!

Aí - me desculpem os adeptos das coisas fáceis! -  mas isso não é literatura. Não é arte. É só redação. Jornalismo. Ou "pagação" para inglês ver.

Em épocas de Instagram, Photoshops, e filtros que deixam todos lindos, CORAJOSO É QUEM SE DESCREVE SEM PUDOR.

E é isso o que eu tento. Todo dia. O dia todo. Escrever e não me submeter apenas ao que é bonito. Mas escrever o que me incomoda. O que me desafia. O que despe minha essência por inteiro.

Se estou conseguindo? Não sei. Mas em cada texto que mostro que nada é tão poético como parece ser, e vejo que, mesmo assim, existe ali um rastro de poesia escondida, eu me sinto realizada. E feliz.
Isso, sim, vale uma vida: ver que o sorriso chega junto com o ponto final.


“keep writing, the rest is bullshit” (Dan Fante)



Um beijo para todos e até amanhã com nossas dicas para quem gosta (ou não) de carnaval!

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