14 maio, 2015

Sensata até a página 11


 

Apesar de ser emocionalmente extenuante, eu nunca vou me cansar dessa coisa de sentir e escrever. De me remoer e ter que me transformar em letras.  E sabe o que é melhor? Eu não preciso de coragem pra me apaixonar. Não por alguém (isso anda difícil e perigoso). Mas me apaixonar por alguma coisa, seja lá qual for. Eu me apaixono e pronto.  Porque eu preciso de paixão para escrever. E se não tiver paixão, eu invento. Sempre.
Antes – bem antes  - eu me apaixonava por pessoas. Loucamente. Depois vi que não dava certo. Inventar amar os outros para escrever é a coisa mais perigosa do mundo. Não para os textos, que ficam pra lá de sentimentais. Mas para mim. E para os objetos da minha paixão: meus personagens que, na vida real, não sabiam se eram letras. Ou gente de verdade. Agora parei com isso. É tudo bem às claras, para não ferir ninguém.  Mas às vezes, muitas vezes, dá merda.



fotos: Alessandra Duarte

Nenhum comentário: